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segunda-feira, 24 de julho de 2017

A moda na era da inovação




 Christina Rangel * 


A indústria da moda caminhou durante um longo período sem implantar novas ideias em seus sistemas.  Para criar as novas coleções, as apostas se baseavam em análise da venda de coleções anteriores, com algumas pitadas de intuição sobre o que seriam os best-sellers para a próxima temporada. Em alguns casos, esperava-se a análise dos pedidos emitidos pós-lançamento para iniciar a etapa de produção. Nos casos de venda por meio de pronta-entrega, a produção era iniciada com maior antecedência para poder preencher as prateleiras.  Até bem pouco tempo, esta era a fórmula que melhor garantia os resultados. Havia muitas falhas, já que essa organização poderia gerar sobras de matéria-prima, produtos encalhados nos estoques e insatisfação do consumidor.

No entanto, recentemente, o velho sistema começou a entrar em colapso em razão de mudanças revolucionárias e irreversíveis. Tais transformações têm provocado uma revisão nos antigos processos de planejamento e desenvolvimento de coleções e favorecido uma verdadeira renovação no setor. São elas:
1-        Renovação rápida de produtos imposta pelo fast-fashion, que desenvolveu o seu modelo de negócio com eficiência, com inserção de produtos novos a cada 6-8 semanas, garantindo o retorno do cliente às lojas com uma quase precisão de um relógio. Há vinte anos, nos primórdios da Internet, isto não era um problema tão grave.

2-        Atualmente, vivemos no império da instantaneidade. A impaciência tornou-se um modo de vida, um hábito, e ninguém consegue prender a sua atenção por seis meses. E é inegável que a indústria da moda foi completamente transformada pelas redes sociais e pelo surgimento de novas plataformas B2B e B2C. Os consumidores de agora são camaleônicos e estão treinados para acreditar que podem ter o que querem e imediatamente.

*   Novos meios de comunicação: redes sociais, transmissões ao vivo e equipes de marketing inteiras dedicadas a multiplicar os canais de contato com o consumidor.

*   Propriedade intelectual dos designers e a vulnerabilidade ao fast fashion – em um mundo conectado, as coleções lançadas com muita antecedência estão totalmente suscetíveis à cópia.

*   Crescimento do e-commerce e do m-commerce (compras por meio de celuluar) permitindo que os consumidores comprem com um simples clique e recebam seus produtos em prazos cada vez mais curtos. Nas lojas on-line os custos de operação são mais baixos em termos de armazenamento, logística, aluguel.

Neste novo contexto, vale destacar que as indústrias de confecção, independentemente de seus modelos de negócio ou porte, passaram a enfrentar  novos desafios. Por isso, têm buscado implantar, ainda na fase de planejamento e desenvolvimento de produto/coleções, estratégias que permitam incrementar ou ajustar a entrega de valor para o consumidor.

Embora não exista um só caminho, já que devemos considerar caso a caso para construir soluções customizadas, ressaltam-se algumas práticas que têm norteado a adequação dos processos na importante etapa anterior à produção:

1-  A informação, atualmente, é o maior patrimônio de um negócio, depois de seus clientes, é claro. Sem informação eficiente não há como entender o que os consumidores “camaleões” estão querendo. O melhor caminho então é adotar um sistema de gestão de informação abrangente e eficiente permitindo acesso a uma base consolidada de dados de vendas, de mercado e de tendências;

2- Adoção de um modelo de criação de produtos mais flexível, ágil, criativo e, principalmente, de forma integrada e mais próxima do consumidor, de forma a responder às novas necessidades com maior valor e mais rápido do que antes.

3- Aplicação do conceito lean, o que significa implantar uma abordagem mais eficiente, enxugando o desperdício e os custos invisíveis de projeto ao longo de todas as etapas de planejamento e desenvolvimento da coleção.

4- Estabelecer meios de aproximação e integração com o consumidor por meio da melhoria e diversificação dos canais de comunicação, físicos e virtuais, e desta forma criar produtos, serviços  e experiências de consumo mais eficientes e assertivas.

Em tempos de tantas mudanças, entender e implantar novas abordagens e novos métodos não só ajudam a diminuir incertezas como também é uma forma de renovaros negócios de moda  a fim de atender às novas e futuras demandas de consumo.

(*) Christina Rangel é consultora de moda do Senai Cetiqt, no Rio de Janeiro, centro formador de mão de obra para a cadeia têxtil e de confecção do país (www.senaicetiqt.com).

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