Onze
privados de liberdade do sistema fechado da Colônia Penal de Simões
Filho se formaram padeiros nesta sexta-feira (15/02). A ação, promovida
pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, por meio
do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec
Prisional), foi realizada em parceria com a Secretaria de Administração
Penitenciária e Ressocialização (SEAP). A Cerimônia de entrega dos
certificados aconteceu na própria padaria da unidade,
onde foram realizadas as aulas práticas do curso, que teve, no total,
200 horas.
J.
43 anos, é um dos mais novos padeiros certificados e falou sobre a
oportunidade. “Achei ótimo aprender coisas novas, conhecer uma farinha
de qualidade, fazer os cálculos de tempo e proporção para
fazer pães”, afirmou. Já R. 43 anos, disse que o curso trouxe novas
expectativas para a vida dele. “O certificado significa uma expectativa
de vida melhor, a chance de estar no mercado de trabalho”, afirmou, ao
acrescentar que a motivação veio do professor.
“Ele foi muito paciente, ajudou muito”.
Emanuel
dos Santos Moreira, professor do curso, acredita que a certificação
pode fazer a diferença na vida dessas pessoas. “Eles já podem produzir
profissionalmente, incentivamos a ideia de que eles
podem chegar ao mercado de trabalho, almejar um emprego aqui dentro e
lá fora. Isso é muito importante para a autoestima deles”. O professor
Emanuel contou que além de aprenderem na teoria sobre a matéria-prima e
os processos de manuseio com a massa e fermentação,
os apenados puderam colocar em prática o conhecimento e produzir pães e
bolos, até mesmo com massa integral, para consumo próprio.
José
Antônio Matos, coordenador do PRONATEC Prisional, também ressaltou o
poder transformador da Educação Profissional. “Com um novo ofício, o
objetivo é que essas pessoas possam retornar ao convívio
da sociedade de forma mais digna, com mais chances de serem absorvidas
pelo mercado de trabalho. Isso é muito importante para a
ressocialização”, afirmou.
Também
compartilha dessa opinião o superintendente da SEAP, Luís Antônio
Nascimento Fonseca. “É fundamental proporcionar a essas pessoas a
oportunidade de aprender, acessar novos conhecimentos. A certificação
é uma grande oportunidade e pode possibilitar uma nova vida a cada um
deles”, concluiu.
Foto: Bruno Barretto
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