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quarta-feira, 7 de junho de 2017

Investimento em saúde básica reduz desigualdade racial no Brasil

Estudo aponta que Estratégia de Saúde da Família gerou uma redução duas vezes maior na mortalidade evitável das populações autodeclaradas negras ou pardas.


Quase 130 após a abolição da escravidão no Brasil, a desigualdade racial continua estruturalmente enraizada no país. O índice de mortalidade por condições sensíveis à atenção primária (mortes evitáveis) é entre 17% e 23% maior em brasileiros que se autodeclaram negros ou pardos. Entretanto, a expansão da atenção primária possui um papel importante na redução de iniquidades sociais em saúde e pode ajudar a reverter estes números. 

Estes são alguns dos resultados apontados no estudo “Association between expansion of primary healthcare and racial inequalities in mortality amenable to primary care in Brazil: a national longitudinal analysis”, publicado nesta terça-feira, 30, no influente periódico científico de acesso aberto PLoS Medicine.

Ao analisar o impacto da expansão do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) no período de 2000 a 2013, os pesquisadores identificaram uma redução duas vezes maior na mortalidade evitável nas populações autodeclaradas negras ou pardas quando comparada com populações brancas. Ainda que a expansão da ESF tenha sido associada a uma redução de 6,8% na mortalidade por Condições Sensíveis à Atenção Primária entre pessoas brancas, a redução entre negros e pardos foi de 15,4%.

O trabalho foi liderado pelos pesquisadores do Imperial College London Thomas Hone e Christopher Millet em colaboração com os pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz) Davide Rasella e Mauricio Barreto. Para chegar a tais conclusões, o estudo utilizou modelagem estatística a partir de dados de 1.622 municípios brasileiros, selecionados segundo registros adequados de estatísticas vitais. 

O estudo realça a relação pouca estudada, especialmente em países de baixa e média renda, entre a expansão da rede de saúde primária e as iniquidades em saúde, incluindo a racial. As evidências encontradas ainda reforçam estudos anteriores que demonstram que há uma associação entre a expansão da atenção primária e a redução da mortalidade evitável.

Os autores ressaltam a necessidade de expansão e consolidação da Estratégia de Saúde da Família em municípios mais pobres e menores, em áreas rurais e periferias urbanas onde residem populações socialmente vulneráveis, a fim de reduzir significativamente as iniquidades em saúde e assegurar o cumprimento do 10º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“A possibilidade de redução de gastos para a saúde e para as políticas sociais pode ter efeitos danosos e reverter as tendências consistentes de melhoria dos padrões de saúde da nossa população”, afirma o coordenador do Cidacs e um dos colaboradores do estudo, Mauricio Barreto, em referência a políticas de austeridade adotadas recentemente pelo governo federal do Brasil.

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