Participação de pessoas com 60 anos ou mais que recebiam aposentadoria ou pensão subiu de 7,3% em 1992, para 13,2% em 2015.
Por Marquezan Araújo
O aumento da população idosa na Bahia, percebido ao longo dos últimos anos, fez com que os gastos com Previdência crescessem de forma significativa. Em 23 anos, no estado, a participação de pessoas com 60 anos ou mais que recebiam aposentadoria ou pensão subiu de 7,3% em 1992, para 13,2% em 2015. Os dados são do PNAD/IBGE.
Só em 2016, o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) na Bahia emitiu 2.398.577 benefícios. No Brasil, esse número passou de 33 milhões. O economista do Departamento de Assuntos Fiscais e Sociais do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima, explica porque essa tendência é motivo para reformar o sistema previdenciário do País. “Incluímos milhões de pessoas nos últimos 17 anos, aumentamos o valor do benefício de R$ 274 para 1.200 nesse período e a duração do benefício aumentou em quatro anos”, afirmou.
Rombo
Segundo estimativas do Tesouro Nacional, o rombo no setor previdenciário pode chegar a R$ 181,6 bilhões em 2017. No ano passado o valor também foi expressivo, alcançando a marca dos R$ 149,73 bilhões, prejuízo 74,5% maior do que o registrado em 2015.
Analisando esse quadro, a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour afirma que uma reforma da Previdência é fundamental para o equilíbrio das contas públicas e para o fim de privilégios no setor. “As contas previdenciárias estão aumentando em uma velocidade muito alta. E uma reforma acaba com alguns privilégios, como o que há para os servidores públicos em relação aos trabalhadores da iniciativa privada”, comenta.
Entenda a reforma
Em dezembro do ano passado, o governo encaminhou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ao Congresso Nacional. O texto pretende mudar as atuais regras da Previdência e estabelecer novos critérios para se aposentar. A matéria inicial continha itens impopulares, como mudanças nas aposentadorias rurais e no Benefício da Prestação Continuada (BPC).
Por encontrar resistência dos parlamentares para votar o texto, o governo elaborou um novo texto, mais enxuto, que deixou de fora esses pontos polêmicos.
De acordo com a nova proposta, a ideia é estabelecer uma idade mínima para ter acesso ao benefício, de 62 anos para mulheres e 65 para homens. O tempo de contribuição fica em 15 anos.
Além disso, o intuito é equiparar as regras de aposentadoria dos servidores públicos as dos trabalhadores da iniciativa privada.
A transição deve começar com 53 anos para mulheres e 55 anos para homens, aumentando um ano a cada dois anos, durante 20 anos.
Por Marquezan Araújo
O aumento da população idosa na Bahia, percebido ao longo dos últimos anos, fez com que os gastos com Previdência crescessem de forma significativa. Em 23 anos, no estado, a participação de pessoas com 60 anos ou mais que recebiam aposentadoria ou pensão subiu de 7,3% em 1992, para 13,2% em 2015. Os dados são do PNAD/IBGE.
Só em 2016, o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) na Bahia emitiu 2.398.577 benefícios. No Brasil, esse número passou de 33 milhões. O economista do Departamento de Assuntos Fiscais e Sociais do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima, explica porque essa tendência é motivo para reformar o sistema previdenciário do País. “Incluímos milhões de pessoas nos últimos 17 anos, aumentamos o valor do benefício de R$ 274 para 1.200 nesse período e a duração do benefício aumentou em quatro anos”, afirmou.
Rombo
Segundo estimativas do Tesouro Nacional, o rombo no setor previdenciário pode chegar a R$ 181,6 bilhões em 2017. No ano passado o valor também foi expressivo, alcançando a marca dos R$ 149,73 bilhões, prejuízo 74,5% maior do que o registrado em 2015.
Analisando esse quadro, a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour afirma que uma reforma da Previdência é fundamental para o equilíbrio das contas públicas e para o fim de privilégios no setor. “As contas previdenciárias estão aumentando em uma velocidade muito alta. E uma reforma acaba com alguns privilégios, como o que há para os servidores públicos em relação aos trabalhadores da iniciativa privada”, comenta.
Entenda a reforma
Em dezembro do ano passado, o governo encaminhou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ao Congresso Nacional. O texto pretende mudar as atuais regras da Previdência e estabelecer novos critérios para se aposentar. A matéria inicial continha itens impopulares, como mudanças nas aposentadorias rurais e no Benefício da Prestação Continuada (BPC).
Por encontrar resistência dos parlamentares para votar o texto, o governo elaborou um novo texto, mais enxuto, que deixou de fora esses pontos polêmicos.
De acordo com a nova proposta, a ideia é estabelecer uma idade mínima para ter acesso ao benefício, de 62 anos para mulheres e 65 para homens. O tempo de contribuição fica em 15 anos.
Além disso, o intuito é equiparar as regras de aposentadoria dos servidores públicos as dos trabalhadores da iniciativa privada.
A transição deve começar com 53 anos para mulheres e 55 anos para homens, aumentando um ano a cada dois anos, durante 20 anos.
Aposentadoria precoce pode ser fator determinante para situação atual da Previdência
19/12/2017 05:03
19/12/2017 05:03
Segundo estudo do Ipea, número de pessoas com menos de 60 anos se aposentando vem aumentando de 1992 para cá; Nordeste registrou alta nessa taxa no período
Por Jalila Arabi
Em quase 25 anos, o número de aposentados e pensionistas com menos de 60 anos no Brasil representou 3,3% da população total. Em 1992, era 2,8%. A chamada aposentadoria precoce é um dos componentes regressivos que afetam a Previdência Social, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado recentemente.
O estudo analisou também os efeitos do envelhecimento da população para o setor. Em 2016, a população com 60 anos ou mais era 16% maior do que em 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na Paraíba, o número de idosos aumentou, passando de 509 mil em 2012 para 556 mil em 2016. Em contrapartida, o número de crianças até quatro ano de idade caiu - 297 mil para 266 mil no mesmo período.
“O envelhecimento já está tendo impacto e isso implica a necessidade de ajustes. O aspecto positivo é que esse ajuste pode ser feito, eliminando o que a gente chama de componentes regressivos no sistema previdenciário, que são componentes que pioram a distribuição de renda”, comenta o coordenador de Previdência Social do Ipea e autor do estudo, Rogério Nagamine.
O número de aposentados e pensionistas com menos de 60 anos na região Nordeste, segundo o Ipea, era de 2,2% em 1992. Em 2015, pulou para 2,8%. No ano passado, a idade média de aposentadoria no Brasil foi de 54 anos. “O problema maior é uma distorção que eu acho conceitual, que é, na verdade, você estar pagando um benefício de aposentadoria para pessoas que estão em plena capacidade laboral e que, muitas vezes, continuam trabalhando”, avalia Nagamine.
Reforma
O presidente da Paraíba Previdência (PBPrev), Yuri Lobato, informou que o déficit previdenciário do estado deve ficar em torno de R$ 1,2 bilhão neste ano. “Nós estamos numa curva de novos benefícios muito grande, tem toda uma geração se aposentando. A publicidade da reforma da Previdência aumentou isso aí, muita gente que se achava prejudicado correu para se aposentar”, diz, confirmando que o número de aposentados no estado cresceu depois do anúncio da reforma da Previdência.
“A gente tem uma regra que permite as pessoas se aposentarem muito cedo com benefícios muito elevados”, comenta o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE-FGV) Fernando de Holanda Filho. Para alguns especialistas, uma das soluções para o problema seria a reforma. Aliás, o assunto já tem data para ser discutido no Congresso Nacional: fevereiro do ano que vem, conforme anunciado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM- RJ).
Caso seja aprovada, o carro-chefe da reforma será a definição de uma idade mínima para aposentadoria, começando com 55 para os homens e 53 para as mulheres, chegando ao limite de 65 para os homens e 62 para as mulheres em 20 anos.
Por Jalila Arabi
Em quase 25 anos, o número de aposentados e pensionistas com menos de 60 anos no Brasil representou 3,3% da população total. Em 1992, era 2,8%. A chamada aposentadoria precoce é um dos componentes regressivos que afetam a Previdência Social, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado recentemente.
O estudo analisou também os efeitos do envelhecimento da população para o setor. Em 2016, a população com 60 anos ou mais era 16% maior do que em 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na Paraíba, o número de idosos aumentou, passando de 509 mil em 2012 para 556 mil em 2016. Em contrapartida, o número de crianças até quatro ano de idade caiu - 297 mil para 266 mil no mesmo período.
“O envelhecimento já está tendo impacto e isso implica a necessidade de ajustes. O aspecto positivo é que esse ajuste pode ser feito, eliminando o que a gente chama de componentes regressivos no sistema previdenciário, que são componentes que pioram a distribuição de renda”, comenta o coordenador de Previdência Social do Ipea e autor do estudo, Rogério Nagamine.
O número de aposentados e pensionistas com menos de 60 anos na região Nordeste, segundo o Ipea, era de 2,2% em 1992. Em 2015, pulou para 2,8%. No ano passado, a idade média de aposentadoria no Brasil foi de 54 anos. “O problema maior é uma distorção que eu acho conceitual, que é, na verdade, você estar pagando um benefício de aposentadoria para pessoas que estão em plena capacidade laboral e que, muitas vezes, continuam trabalhando”, avalia Nagamine.
Reforma
O presidente da Paraíba Previdência (PBPrev), Yuri Lobato, informou que o déficit previdenciário do estado deve ficar em torno de R$ 1,2 bilhão neste ano. “Nós estamos numa curva de novos benefícios muito grande, tem toda uma geração se aposentando. A publicidade da reforma da Previdência aumentou isso aí, muita gente que se achava prejudicado correu para se aposentar”, diz, confirmando que o número de aposentados no estado cresceu depois do anúncio da reforma da Previdência.
“A gente tem uma regra que permite as pessoas se aposentarem muito cedo com benefícios muito elevados”, comenta o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE-FGV) Fernando de Holanda Filho. Para alguns especialistas, uma das soluções para o problema seria a reforma. Aliás, o assunto já tem data para ser discutido no Congresso Nacional: fevereiro do ano que vem, conforme anunciado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM- RJ).
Caso seja aprovada, o carro-chefe da reforma será a definição de uma idade mínima para aposentadoria, começando com 55 para os homens e 53 para as mulheres, chegando ao limite de 65 para os homens e 62 para as mulheres em 20 anos.
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