A medicina de precisão usa informações clínicas, moleculares e de estilo de vida de cada pessoa para orientar o diagnóstico de doenças, tratamento e prevenção de câncer, doenças hereditárias e outros distúrbios complexos. Diferentemente do roteiro da medicina convencional, que normalmente oferece recomendações gerais e prescreve tratamentos projetados para ajudar mais pessoas, esta nova ferramenta tem possibilitado aos médicos atingir melhores resultados de forma bastante específica.
No cenário oncológico, por exemplo, já é uma realidade. “O princípio é bastante simples. A base da Oncologia de Precisão consiste em escolher os medicamentos mais assertivos para cada paciente com enfoque no perfil do tumor, e não em uma parte do corpo ou no tipo de câncer de forma genérica. É uma avaliação personalizada sobre aquele paciente que está à minha frente, abrangendo suas necessidades exclusivamente”, explica a oncologista e oncogeneticista Isabella Tavares.
Os profissionais de saúde praticam alguma forma de medicina de precisão há décadas. Além do exame físico, os médicos geralmente consideram o histórico familiar, o estilo de vida e as mudanças ambientais antes de prescrever um medicamento ou plano de tratamento. A grande diferença é o avanço da tecnologia, a possibilidade de combinar informações genômicas com percepções sobre o contexto em que aquele indivíduo está inserido e, dessa forma, melhor entender, tratar e prevenir doenças.
Segundo Isabella, combater o câncer de forma personalizada é o grande propósito, afinal nenhuma pessoa é igual a outra, assim como nenhum câncer é igual ao outro. “São perspectivas bastante animadoras. A ciência e a tecnologia estão tornando possível prever e até mesmo evitar algumas das doenças com maiores taxas de mortalidade, como câncer, doenças cardíacas e várias outras. Estamos transformando a história de muitas pessoas.”, afirma.
Orientações para pacientes e cuidadores
Receber o diagnóstico de câncer é impactante e desencadeia medos e dúvidas. A experiência no consultório levou a médica a criar um curso para ajudar pacientes e cuidadores a lidar com o diagnóstico e tratamento da doença. “O objetivo do curso é transformar positivamente essa jornada que é cheia de rótulos e preconceitos. Câncer tem cura em boa parte dos casos”, afirma.
Seguindo a premissa de que cada pessoa desenvolve a doença de maneira específica, o curso foi pensado para trazer informações seguras, de forma acolhedora, tornando o processo mais suave não só para o paciente, mas também para família, amigos e cuidadores. “É muito comum os pacientes se compararem com algum conhecido que teve a mesma doença ou até pesquisando o assunto na internet, mas o tratamento que surtiu efeito para um pode não funcionar da mesma maneira para o outro e, em alguns casos, até trazer prejuízos. Por isso, é importante filtrar informações e buscar fontes realmente seguras”, diz a Isabella.
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