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sexta-feira, 15 de março de 2013

Livro será lançado com show em homenagem a Clarindo Silva


O livro Clarindo Silva, o Dom Quixote do Pelourinho, do jornalista e escritor Vander Prata, da coleção “Gente da Bahia”, será lançado no dia 16 de março, sábado, a partir das 17 horas, na Cantina da Lua, cenário principal onde se desencadeiam as histórias da vida deste personagem símbolo de resistência do Centro Histórico de Salvador. 

Clarindo Silva é hoje uma das figuras mais populares da Bahia. Tornou sua Cantina da Lua um bar tão pulsante quanto o local onde está situado: Terreiro de Jesus, porta de entrada para as históricas ladeiras do Pelô. Para celebrar o lançamento, e também comemorar o aniversário do biografado (71 anos), será realizado um grande show em frente à Cantina da Lua, revivendo aquele período tão fértil para a cultura baiana. Já confirmaram presença: Ilê Aiyê, Riachão, Gerônimo, Mateus Aleluia, Edil Pacheco, Chocolate da Bahia, Waltinho Queiroz, J.Veloso, Zelito Miranda, Laurinha, Armandinho, Márcia Short, Mariella Santiago, Juliana Ribeiro, Portela(Cortejo Afro), Claudete Macedo, Neto Bala, Bule Bule, Walmir Lima, Firmino de Itapuã, Raimundo Sodré, , Bira Reis, Aquarela do Samba, Era Encarnação, Wilma Nascimento, Breno Carvalho, Chico Evangelista, Walmir Rocha, Manoel Bocapiu.

Além do lançamento, vai acontecer também projeção de filmes com temática sobre o Centro Histórico: “Samba Riachão”, de Jorge Alfredo; “Major Cosme”, de Tuna Espinheira e “Resistência da Lua”, de Octávio Bezerra. A sessão de cinema começa às 15 horas. O escritor e diretor de jornalismo da TV Cultura de São Paulo, Fernando Coelho, que escreveu a contra-capa do livro, também estará presente. 


PONTO DE REFERÊNCIA CULTURAL
Durante muitos anos, a partir de 1971, a Cantina da Lua foi o ponto de referência da efervescência cultural da Cidade da Bahia, da afirmação da negritude, e de luta pela preservação e consolidação do Pelourinho como patrimônio arquitetônico da humanidade.

Sob o comando de Clarindo Silva tornou-se um espaço democrático, que reunia poetas, músicos, jornalistas, radialistas, artistas, políticos, nativos e turistas, reinando absoluto como ponto de encontro da cena cultural baiana, principalmente durante as décadas de 1970 e 1980.

O autor Vander Prata afirma: “A Cantina da Lua tornou-se morada, porto, festa, bênção, castelo, farol de São Salvador. Um espaço de baianidade único, dia e noite, noite e dia, pois Clarindo de tudo cuida e conserva, mesmo a despeito das ressacas, das marés, dos tempos de glória e decadência do Pelourinho.”

O livro relata desde a infância de Clarindo Silva, que, menino ainda, nos anos 1950, começou a trabalhar vendendo doces pelas ruas da Cidade da Bahia: “Uma cidade encantada, em cujas esquinas e ladeiras podia-se ouvir o brado do poeta Cuíca de Santo Amaro ou o empolgante discurso do rábula Major Cosme de Farias. Bahia das orações de Mãe Menininha do Gantois e dos ensinamentos de Mestre Pastinha,” escreve o autor. 


QG DO SAMBA E DA NEGRITUDE
Espaço a um só tempo singular e plural, pela Cantina da Lua passaram artistas e lideranças que logo criariam afoxés e blocos que revolucionaram o Carnaval baiano, como Ilê Aiyê, Badauê e Olodum. Lá também ocorreram as primeiras reuniões do pioneiro e politizado Movimento Negro Unificado do Brasil. Foi a partir da Cantina da Lua que se irradiou entre os moradores do Pelourinho a necessidade de sua união a favor da preservação.

Clarindo Silva estimulava a pluralidade de pensamentos, proporcionando boa comida e bebida. A Cantina da Lua transformou-se no QG dos bambas do samba de Salvador: Batatinha, Riachão, Edil Pacheco, Walmir Lima, Bob Laô, Chocolate da Bahia, Ederaldo Gentil, Paulinho Camafeu, Claudete Macedo, Panela, e tantos outros. Os artistas de fora já tinham endereço certo em Salvador: Martinho da Vila, Jair Rodrigues, Zezé Mota, João Nogueira, Clarindo abria as portas para a nata da MPB.  

Artistas e personalidades daqui e de fora participavam de reuniões etílicas e ecléticas que aconteciam sem parar, nas mesas que reuniam jornalistas, radialistas, poetas, atores, seresteiros, namorados. Batatinha levou anos compondo e tocando caixa de fósforo na Cantina. Riachão virou embaixador do bar para onde todos iam, nativos e turistas, naqueles verões. Adelzon Alves tocava estes bambas da Cantina na madrugada da Radio Globo do Rio de Janeiro e ampliava a fama do local e daquela turma além das fronteiras do Terreiro de Jesus. 

As festas divinas e profanas do calendário de Salvador, revitalizaram-se nos anos 1980, com a criação do Projeto Cultural da Cantina da Lua. O escritor Vander Prata relata que, por iniciativa e produção de Clarindo, durante mais de dez anos, foram realizados cerca de 800 shows na área externa e no Largo do Terreiro de Jesus: “O Projeto Cultural Cantina da Lua era uma chama que não se apagava e abria espaço para talentos novos e a afirmação da negritude “, afirma.  

Era também uma maneira de chamar a atenção da população para a defesa e proteção do Pelô. “A luta sem fim de Clarindo Silva permeia este perfil de um solidário e, muitas vezes, solitário guerreiro em defesa do patrimônio arquitetônico e cultural e evidentemente dos moradores do Pelourinho, onde, afinal, pulsa o coração da cidade”, conclui o escritor.

Clarindo passou a realizar palestras em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e outras cidades, além de viajar para o exterior, sempre tendo o Centro Histórico como tema, propagando suas riquezas arquitetônicas e falando da necessidade de preservar este patrimônio.  
Para escrever esta biografia, o autor gravou mais de 100 horas de entrevistas com Clarindo Silva e família, outras tantas horas com amigos, dos mais antigos aos mais recentes, no final de 2009 e no decorrer de 2010. 

O livro Clarindo Silva, o Dom Quixote do Pelourinho, tem prefácio do escritor e jornalista José de Jesus Barreto e contra-capa do poeta Fernando Coelho. Projeto gráfico de Tamir Drumond. Lançamento da Assembleia Legislativa da Bahia- Coleção Gente da Bahia, coordenação editorial de Paulo Bina e Délio Pinheiro.  



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