Em conversas internas
no congresso nacional os parlamentares já trabalham para aprovação antecipada de
projetos que visem a “ponte para o futuro” de Michel Temer.
Os deputados reconhecem
que durante dois anos de trabalhos oposicionistas, a câmara federal esteve embargada
em pautas insignificantes. Agora, com a cassação do deputado e presidente da câmara Eduardo Cunha, os
interesses do PMDB devem ser pautados como prioridade para maioria dos partidos de oposição (PMDB, PP, PR, PSD e DEM), que já falam em mudar os discursos de obstrução e de projetos que desvinculem as
discussões do possível “novo governo”.
De acordo com o
deputado federal Mário Quintela (PR-AL) o objetivo dos parlamentares é medir
com cautela o que deverá ser aprovado no congresso para não gerar um impacto
imediato na economia do novo governo, agindo precisamente alinhado às
recomendações do até agora vice-presidente Michel Temer.
Temer parece já ter
alcançado a admiração dos líderes dos partidos na câmara, isto devido à opinião
de alguns sobre as previsíveis medidas do novo governo.
"existe uma
tendência de trabalhar para o próximo governo". "Nesse momento não é
nossa intenção trabalhar com um vácuo de governo, com uma presidente que
governa sem poderes para isso, sem representatividade". Disse o líder do DEM Pauderney Avelino (AM). O
deputado afirmou também que mesmo se ocorrer um sério risco ao Tesouro Nacional
vindo através de algumas medidas, esta decisão deverá ser aprovada na câmara porque
“esta é a vontade do vice, então está tudo bem”.
Uma destas medidas visa
autorizar aos organismos internacionais o oferecimento do Seguro de Crédito à
Exportação (SCE). Esta MP deve ser aprovada a partir da próxima
terça-feira. A medida provisória amplia o leque de agentes que oferecem o
seguro, atualmente concentrado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
O vice-presidente
passou este final de semana buscando realmente este ambiente de favorecimento
para governar, reunido com algumas das principais lideranças sindicais como a
União
Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Nova
Central Sindical de Trabalhadores (NCST). Michel Temer procurou garantir o apoio
para aprovação das reformas da previdência e trabalhista.
Temer sabe que diante
destas propostas encontrará as resistências e as desconfianças de outros
sindicatos e bem como da população que não entende direito como o peemedebista
pretende governar. Desta maneira o vice
procura fundamentar outra base sindical que lhe assegure uma opinião popular positiva
entre os trabalhadores.
“As pessoas acham que
ele vai entrar e fazer maldades, mas não vai fazer nada, muito pelo contrário.
Vai ter de conversar muito”. Afirmou o
presidente da CSB, Antonio Fernandes dos Santos Neto em entrevista ao jornal
Estado de S. Paulo.
Fora este cenário acirrado
entre os sindicatos existem outras questões envolvendo o vice Michel Temer. O seu
suposto envolvimento de corrupção nas investigações da polícia federal na
lava-jato, a assinatura de decretos determinando a abertura de créditos
orçamentários sem autorização prévia do Legislativo (pedaladas fiscais), fato
sustentado pelas lideranças dos partidos que apoiam a presidente Dilma para
pedir também o seu impeachment na câmara.
O PMDB vem tentando
dissimular estes trabalhos internos do vice-presidente para a população com um
discurso de que no próximo dia 11 de maio surgirá um “novo começo” para o
Brasil. Caso seja aprovado o afastamento de 180 dias da presidente Dilma
Rousseff no senado, a “ponte para o futuro” tentará convencer os brasileiros
que os 14 anos do PMDB no governo junto ao PT será realmente esquecido e
transformado no retorno da confiança dos investimentos e da economia.
Foto-capa: Marcelo Casa.
Foto: reprodução.
0 comentários :
Postar um comentário