Uma versão despudorada, 
entorpecida e carnavalesca de Hamlet(William Shakespeare), escrita,  
dirigida e interpretada por Ricardo Castro. Um viciado em axé music, 
busca ajuda no Axezeiros Anônimos, e conta sua tragédia com muito humor. 
Inserindo como pano-de-fundo Hamlet (peça de William 
Shakespeare escrita entre 1599 e 1601), o ator recria a narrativa, 
atribuindo às personagens da trama - como Ofélia, Horácio, Cláudio, 
entre outros – figuras de grandes cantoras, cantores, artistas e grupos 
dessa cena; fazendo um rodízio de homenagens a cada sessão. Diferente de
 outras montagens da cena teatral baiana, Sexo, Drogas & Axé Music 
não é um recital nem tampouco é dividida em esquetes. 
Intrigante,
 provocador e sagaz como sempre, Ricardo Castro vive em Sexo, Drogas 
& Axé Music a personagem Ramlet, o príncipe do carnaval (grafado 
assim mesmo: com R). Completamente viciado nesse gênero musical, o 
protagonista busca tratamento num grupo de reabilitação, enquanto revive
 passagens e memórias dessa trajetória dos 30 anos de Axé Music Parte do
 texto é feito com frases de diversas músicas emblemáticas, porém 
descoladas do contexto original. Através de trechos dessas canções, da 
base shakespeareana e do próprio discurso e abordagem do intérprete, 
Ricardo Castro desenha sua dramaturgia ficcional sob a ótica de quem 
acompanhou, viveu e pulou muitos carnavais – sem obrigações 
cronológicas, documentais ou lineares. 
Os contrastes e diálogos 
do enredo são bem pitorescos, ao trazer para a trilha sonora, por 
exemplo, a composição clássica LasciaCh'ioPianga, do músico alemão 
Friedrich Händel (1685-1759); interpretada por Edson Cordeiro. Ao mesmo 
tempo que contrasta com o universo pop e festivo do tema, se conecta com
 a atmosfera da obra do autor inglês. 
“Händel e Shakespeare 
também foram muito populares em suas épocas, cada um em seus lugares de 
origem. Eu escolhi essa música pelo teor dramático, por ser oportuna, 
por caber como uma luva na história da personagem. Ainda mais quando a 
letra diz Deixa que eu chore a minha cruel sorte e que suspire por 
liberdade”, justifica Castro. 
Embora haja esse aspecto, o artista
 salienta que a tônica do seu trabalho sempre foi o humor. E avisa que a
 ideia da peça não é deixar claro o que é Axé Music, mas perguntar tudo 
de novo: Onde começa?, Onde termina?, Até onde é isso?,provocar 
questões. 
“Eu li algumas teses, ensaios, conversei com algumas 
pessoas, mas o ponto de partida são minhas experiências. Mergulho na Axé
 Music como essa mistura de diversos ritmos, a partir da música Fricote –
 quando se atribui o início do movimento a Luiz Caldas – e vou até os 
dias atuais. E não pretendo definir nada”, explica. 
Durante os 
seis meses de temporada de Quem Souber Morre (2015) – solo do artista 
que antecede esse trabalho – um trecho de Sexo, Drogas & Axé Music 
foi incluído; sempre aplaudido em cena aberta. Essa recepção do público 
confirmou ainda mais o desejo de Castro de trazer essa história para o 
palco. Sexo, Drogas & Axé Music faz parte do projeto Solo Fértil. 
SERVIÇO: 
Sexo, Drogas &Axé Music 
Teatro Módulo 
Período: 11,18 e 25 de janeiro / 1,8,15 e 22 de fevereiro 
Horário: 20h: 
Ingressos na bilheteria do teatro ou no site da ingresso rápido 
Ficha Técnica: 
* Ricardo Castro: Autor, ator, diretor, figurinista,cenógrafo,sonoplasta e iluminador. 
* Cinthia Santiago – Produtora – 71 991108016 
e-mail: cpessoas@yahoo.com.br
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