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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Primavera Editorial lança "Mulher, solteira e feliz", obra de Gunda Windmüller



"Melhor eu já confessar. Estou com trinta e poucos anos. Não sou casada. Não tenho filhos. Sou mulher, solteira e feliz. Suspeito que neste momento muitos começam a duvidar. Pensam que a última palavra não está correta? Mulher, solteira e feliz? À sua frente está a imagem de uma mulher reivindicando, de um jeito desafiador, algo que talvez ela possa sentir agora..."


São Paulo, 15 de abril de 2020 – A virada do século 19 para o 20 é considerada um marco de uma mudança significativa na linguagem do amor. De acordo com Gunda Windmüller, mestre em Literatura, esse é o momento histórico em que as mulheres começam a desempenhar um papel social no romance; entretanto, nos livros, elas aparecem como figuras trágicas, seduzidas e traídas como Anna Karenina e Madame Bovary, respectivamente, personagens dos escritores Liev Tolstói e Gustav Flaubert. Em pleno século 21, o conceito do amor romântico permanece reduzindo as mulheres a um parceiro, relegando às solteiras a condição de coitadas. Com base em estatísticas, digressões históricas e sociológicas, experiências pessoais e entrevistas com mulheres em idades entre 30 e 60 anos, a jornalista e escritora Gunda desafia a falsa noção de que somente um relacionamento amoroso confere sentido à vida feminina. Autora de Mulher, solteira e feliz, ela estreia no Brasil com o lançamento da obra pela Primavera Editorial. Em tempos de pandemia, o livro está disponível, inicialmente, na versão digital.

A ideia de escrever o livro surgiu, segundo a autora, quando terminou um relacionamento de anos e constatou que as pessoas próximas estavam realmente preocupadas com o presente e futuro dela: casamento, filhos, solidão à noite. “Essas preocupações me intrigaram, porque eu estava realmente feliz. Foi nesse momento que percebi o quanto uma mulher solteira desperta pena, inclusive de outras mulheres. Daí, decidi escrever um livro sobre isso!”, afirma. Sobre a verdadeira investigação social que fez no processo de construção da obra, Gunda conta que se deparou com uma série de mentiras que a sociedade conta sobre as mulheres. “A principal é que precisamos nos apressar, porque a vida está prestes a acabar – o que não é verdade. Nós vendemos essa ideia da beleza desaparecendo com a idade; a noção de que tudo se reduz à aparência. Conversei com tantas mulheres na casa dos trinta que sentem, realmente, que as suas vidas estão apenas começando”, afirma.

Dividido em três blocos – Do Amor, Sobre as Mulheres, e Rumo à Liberdade –, a obra trás investigações sobre o relacionamento clássico; o que o amor fez com o feminino; ego e a realidade do desejo masculino; o conceito de single shaming (vergonha de ser solteira); envelhecer sozinha; o melhor de estar sozinha; e o único amor verdadeiro.

Em Mulher, Solteira e Feliz há uma crítica ao papel feminino na construção desse comportamento em relação aos seus pares – e o quanto as mulheres podem fazer para que haja uma mudança social que promova uma real transformação. “Se queremos mudar a narrativa sobre as mulheres, precisamos começar a falar de forma diferente; há uma demanda por sermos mais gentis conosco e com nossas irmãs. Por sermos mulheres, sempre pensamos que devemos ser perfeitas e, quando vemos outras de nós se comportando de maneira ‘não tão perfeitas’, somos rápidas em apontar o dedo, em culpá-las. Esse não é o caminho a seguir”, declara.

Sobre a mensagem que gostaria de trazer para as mulheres solteiras brasileiras, Gunda responde rapidamente: “Você é o suficiente! A sociedade fala continuamente que fala, às mulheres solteiras, um parceiro, uma família perfeita, o corpo certo. Mas, não precisamos de nada disso para sermos completas; somos o suficiente. Pratiquem o amor a si mesmas; esse é o amor que definitivamente vai durar até o fim”, finaliza.

FICHA TÉCNICA

Título:  Mulher, solteira e feliz

Autora:  Gunda Windmüller

Categoria:  Não ficção, desenvolvimento pessoal

Páginas:  272

Preço sugerido: R$ 29,90 (digital)



SOBRE A AUTORA

 Doutora em Literatura, a escritora Gunda Windmüller nasceu em 1980, na Alemanha. Como jornalista freelancer, colabora com publicações como Die Welt, ze.tt e Huffpost.  

 Colunas no Huffpost | https://www.huffpost.com/author/gunda-windmaller

 Entrevistas recentes

FrauTV | https://www.youtube.com/watch?v=MFnJPxlCyW0

Deutschlandfunk Kultur | https://www.deutschlandfunkkultur.de/gunda-windmueller-weiblich-ledig-gluecklich-sucht-nicht.1270.de.html?dram:article_id=446376



TRECHOS DO LIVRO

Página 17 | “(...) O livro não será sobre como encontrar um homem. Neste livro não há um manual sobre como uma mulher fisga um homem e, se parecer, me avise... Vamos esclarecer isso. Este livro trata de histórias. Da minha, da sua, da nossa história. Conversei com mulheres que me contaram suas histórias. Mulheres na casa dos trinta, quarenta, cinquenta e mais. Histórias sem homens, histórias com homens. Conversei com psicólogos e especialistas em sociologia. E estive em um setor que utiliza o modelo descrito como modelo de negócios.

Com tudo isso, não quero enterrar o amor e declarar os homens como seres inúteis. De jeito nenhum! Prefiro libertar o amor. Quem liberta o amor não sabe aonde a história vai levar. Não sei como a minha história continua. Ainda assim, como outras histórias que relato, ela continua. Não sei se não estarei casada daqui a um ano. E mãe... Ou mãe. De qualquer forma, não importa. Não muda o fato de que minha história não precisa de um príncipe para ter um final feliz. Não acredito na moral desses contos de fadas. Acredito na vida e no poder das narrativas. E por isso nenhum príncipe surgirá por um motivo muito simples: porque ele não precisa surgir.”

Página 32 |“(...) Solteiras não têm boa reputação, ainda não. Os tempos mudam, mas mudam lentamente, muito lentamente. A psicóloga Astrid Schütz e seus colegas conduziram um estudo sobre atitudes em relação a solteiros. Os solteiros não estão em conformidade com a norma, desviam-se dela e não são vistos pelo que têm, mas pelo que não têm. Por aquilo que supostamente lhes falta.”

Página 61 e 62 |“(...) Para as mulheres, a sensação de serem livres no amor, de serem elas mesmas, de serem realmente alguma coisa é bastante nova. Tradicionalmente, tínhamos permissão para fazer muito pouco. Alguns exemplos: ocupar cargos públicos, votar, ganhar dinheiro, herdar – em sua maioria, essas realidades mudaram apenas nos últimos cem anos. O que mudou apenas nos últimos cinquenta anos é que as mulheres podem manter seu nome após o casamento, podem ter uma conta corrente própria, podem trabalhar sem a permissão do marido, e que o estupro no casamento é crime. E mesmo se o relacionamento estivesse em pé de igualdade, as mulheres não tinham esse direito. As mulheres também não tinham direito à escolha, a se apaixonar. As mulheres eram casadas e, no altar, não apenas simbolicamente o poder sobre elas era transferido do pai ao marido, mas juridicamente. Ainda hoje casa-se assim, mas sem a transferência de domínio. Mas o rito permanece: o pai pousa a mão da filha sobre a do homem. As latinhas e os sapatos velhos pendurados no para-choque do carro quando um casal recém-casado parte para a lua de mel são símbolos da violência que cabe ao marido. Toda mulher carrega essa história de falta de liberdade em seu véu de noiva, um véu pelo qual muitas mulheres anseiam.”

 Sobre a editora

A Primavera Editorial é uma editora que busca apresentar obras inteligentes, instigantes e acalentadoras para a mulher que busca emancipação social e poder sobre suas escolhas. www.primaveraeditorial.com


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