Estimativa da consultoria Atmã Educar aponta que, por causa da pandemia, apenas 180.000 alunos ingressarão no segundo semestre, ante 625.000 previstos
Por Lucas Amorim
A pandemia do coronavírus está mudando de forma definitiva um dos negócios que mais cresceram no Brasil da última década — o ensino superior privado. Com os estudantes em casa, as redes de ensino precisaram intensificar as aulas online, mas a distância deve impulsionar a inadimplência e afetar a captação de novos alunos.
As matrículas de meio de ano nas redes de ensino superior devem cair 70% em meio à pandemia do coronavírus, segundo estimativas da consultoria Atmã Educar. De 625.000 novos alunos previstos, apenas 180.000 devem de fato efetivar as matrículas.
No total de novos alunos previstos para o ano, a queda deve ser de 17% — de 2,5 milhões para 2.060 milhões. Somando esse dado com um aumento na inadimplência, a perda de receita no ano para as redes privadas pode chegar a 10%, ou 6 bilhões de reais, segundo a Atmã.
O ambiente remoto é a alternativa possível, mas no curto prazo não é uma solução que reduza os custos das instituições. Pelo contrário. A Atmã calcula que uma faculdade média, de 5.000 alunos, precise investir 200.000 reais para iniciar aulas online — e, depois, outros 15 reais por aluno por mês com tecnologia e conteúdo.
No médio prazo, as aulas online devem, sim, ajudar a reduzir os custos — e a reduzir a demanda por professores. Em média, o salário dos professores representa 80% do gasto das instituições de ensino superior, uma despesa difícil de ser reduzida em 2020. Ainda assim, sem atividades físicas, alunos têm demandado reduções nas mensalidades, colocando as instituições contra a parede.
Fonte EXAME
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