Arenas esportivas se tornam postos temporários para ajudar países a cumprirem metas desafiadoras de imunização; no Brasil, campanhas já levaram cerca de 25 mil pessoas de grupos prioritários a estádios como Nilton Santos, Maracanã e Neo Química Arena
›› Mais de 10 mil pessoas já foram vacinadas no Estádio Nilton Santos, no Rio (Crédito: Vitor Silva/Botafogo)
Rio de Janeiro (RJ), 28 de maio de 2021 - Campanhas de imunização contra a COVID-19 se tornaram prioridade no mundo todo, ao passo que governos não poupam esforços para vacinar grupos prioritários e toda a população de forma justa, igualitária e o mais rapidamente possível. O Covax Facility, programa de distribuição global de vacinas destinado a países de baixa e média renda, já enviou vacinas para cerca de 3% da população de 126 nações até este fim de maio, embora a meta seja imunizar 10% até setembro, o que corresponde a 250 milhões de pessoas, de acordo com dados da Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi).
O desafio é grande – e é justamente para dar conta dessa necessidade que muitas instalações de grande porte têm sido utilizadas como postos temporários de vacinação. Os estádios de futebol são um exemplo, inclusive no Brasil. A ideia de transformá-los em sedes de campanhas de imunização replica uma estratégia adotada em diversos países e que tem se mostrado bem-sucedida no combate ao novo coronavírus.
O Nilton Santos, do Botafogo, iniciou a campanha de vacinação em fevereiro e desde então já recebeu 10.276 pessoas para receber o imunizante. Só no último sábado (22), único dia da semana em que a casa do Botafogo abre suas portas para a distribuição das vacinas, das 8h às 14h, foram mais de 300 pessoas imunizadas pelo sistema drive-thru. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital carioca classificou o estádio como um ponto estratégico e um espaço de bastante visibilidade e acessibilidade para a população.
Já o estádio do Maracanã inaugurou em 28 de abril um posto de vacinação exclusivo para pessoas maiores de 18 anos com autismo, Síndrome de Down e paralisia cerebral. Em pouco mais de 15 dias, mais de 2,7 mil pessoas haviam sido imunizadas no local, que tem capacidade de atender até 260 cidadãos por dia previamente agendados pelo aplicativo gratuito "Vacina Covid RJ" ou pelo formulário disponível no site Vacinação Covid-19.
Em São Paulo (SP), os quatro principais estádios da cidade – Allianz Parque, Morumbi, Neo Química Arena e Pacaembu (cujo posto foi desativado em março) – também aderiram à campanha de vacinação. No estádio do Corinthians, em Itaquera, mais de 12 mil pessoas já foram vacinadas, segundo o último boletim divulgado pelo clube. No sábado (22), foram mais de 100 pessoas imunizadas.
A prefeitura de São Paulo afirma buscar novos postos de vacinação para as próximas etapas da campanha, como shopping centers e outros estádios. Na capital paulista, a ideia é que os sistemas drive-thru, implementados na maioria das arenas esportivas que distribuem os imunizantes, concentrem apenas a primeira dose, para evitar aglomeração. Para quem mora no Estado de São Paulo, o pré-cadastramento na campanha de vacinação contra a COVID-19 pode ser feito no site “Vacina Já” – o que, segundo o governo paulista, reduz em 90% o tempo de atendimento para a imunização.
Ações de prevenção
Em alguns casos, o envolvimento dos clubes de futebol nas campanhas de vacinação dá sequência a uma série de iniciativas realizadas em prol da prevenção contra a COVID-19.
Em dezembro passado, o Botafogo lançou o projeto Botafogo Seguro em parceria com Centrum, marca da GSK Consumer Healthcare e patrocinadora do clube. A iniciativa resultou em uma série de medidas para proporcionar maior segurança para os atletas e todos os profissionais envolvidos na realização do futebol durante a pandemia (como jogadores, comissão técnica, funcionários e jornalistas). O projeto também alertou a população sobre a importância dos métodos de prevenção.
A iniciativa também fez do Nilton Santos o primeiro estádio do pais a adotar protocolos específicos de segurança, antes de se tornar um dos mais de 250 pontos fixos de vacinação contra a COVID-19 na cidade do Rio de Janeiro.
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