Especialista diz que é preciso evitar alimentos pobres em nutrientes e comumente ricos em açúcares simples
No quesito pessoas que convivem com o diabetes, o Brasil está no topo do ranking na América Latina e em quinto lugar no mundo. Os dados alarmantes são do Atlas do Diabetes da International Diabetes Foundation (IDF). Eles apontam que, em 2019, havia 16,8 milhões com hiperglicemia. A doença é desencadeada pela incapacidade de produzir a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e que, ao não exercer adequadamente seus efeitos no corpo, causa o Diabetes Melittus. Um dos sinais da doença, que pode provocar danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos, é a glicemia de jejum acima de 126 mg/dL.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ter pressão alta, colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides, ter síndrome de ovários policísticos, estar acima do peso, ser sedentário e ter um parente próximo com diabetes, são alguns dos fatores comuns de quem é acometido pelo diabetes, que se manifesta nos tipos 1 (que se caracteriza pela destruição das células produtoras de insulina e geralmente surge na infância e na adolescência) e no tipo 2 (resultante da resistência à insulina e de deficiência em sua secreção, sendo mais frequente em adultos).
Para evitar complicações, é preciso controlar as taxas de glicemia no sangue e isso consiste em manter seus níveis dentro da normalidade. Isso é possível através de hábitos saudáveis, monitoramento da doença dentre outras atitudes de autocuidado.
De olho na alimentação
De acordo com Mirela Carvalho, professora do curso de Nutrição da UNIFACS, uma alimentação adequada previne os picos glicêmicos, favorecendo a saúde dos diabéticos. Para isso, alimentos que contribuem para elevação rápida da glicemia, precisam ser evitados. São eles: preparações com adição de açúcares simples, alimentos com farinhas refinadas (tipo pães, biscoitos, bolos, bolachas, bebidas como refrigerantes e sucos industrializados com adição de açúcares), caldo de cana, açúcar, mel, melaço e rapadura, por exemplo.
Conforme a nutricionista, pesquisas mostram que pacientes diabéticos tipo 2 apresentavam dieta pobre em magnésio antes do desenvolvimento da doença. Essa condição é observada na alimentação pobre em itens na sua forma integral, como os cereais integrais, e comumente rica em açúcares simples.
Ela também afirma que “o diabetes também tem relação direta com a síndrome metabólica e obesidade, podendo estas ter uma relação direta com a alimentação errada, com alto consumo de açúcares, gorduras, sódio, e pobre em fibras”.
Sobre os efeitos da hiperglicemia no organismo humano, Mirela Carvalho frisa que, quando descompensada, ela pode comprometer vários órgãos do sistema orgânico. “Pode haver comprometimento vascular, podendo levar a amputação de membros, perda da visão, enteropatia diabética (complicações gastrointestinais), nefropatia diabética (alterações dos rins), entre outros”, sinaliza.
Para a prevenção desta e de outras doenças e a promoção da saúde, a professora diz que a manutenção de um peso adequado e uma alimentação saudável são imprescindíveis. “E quando associados um estilo de vida saudável e a prática regular de atividade física, tudo isso se torna mais fácil”, resume.
Dia Mundial do Diabetes
Para reforçar a importância da prevenção e apontar alternativas aos pacientes, o dia 14 de novembro foi escolhido pela International Diabetes Foundation (IDF) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) para ser o Dia Mundial do Diabetes, que anualmente faz alertas sobre os impactos da doença e estimula a adoção de políticas públicas que possibilitem, cada vez mais, o diagnóstico precoce e a orientação sobre formas de tratamento adequado para que os pacientes possam conviver da melhor maneira com o diabetes.
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