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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Letalidade de acidentes com crianças cresce nas rodovias federais

 Apesar da queda na ocorrência de acidentes, número de mortos e feridos cresceu nos nove primeiros meses de 2022


Apesar de o número de acidentes envolvendo crianças e adolescentes nas rodovias federais brasileiras ter caído 15,58% nos nove primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021, o número de mortos e feridos cresceu. Segundo dados fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) à Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), o número de mortos cresceu 80% e o de feridos, 3%, o que indica acidentes mais graves. “Quando a segurança do trânsito está sendo tratada e conduzida de uma forma eficaz, a queda no número de sinistros é acompanhada pela queda do número de vítimas. Nesse caso específico, o que se observa é que os sinistros envolvendo crianças e adolescentes estão cada vez mais letais, e isso decorre de um comportamento de imprudência e desrespeito crescente”, afirma o diretor científico da Ammetra, o médico especialista em Medicina do Tráfego, Alysson Coimbra.



Segundo dados da PRF, o número de autuações por descumprimento às normas de segurança no transporte de crianças nas rodovias federais brasileiras cresceu 32% no período de janeiro a setembro de 2022, comparado ao mesmo período de 2021. Enquanto no ano passado a polícia registrou 17.567 autuações, em 2022 esse número chegou a 23.202.




Crianças devem ser transportadas no banco traseiro sempre com cinto de segurança


Na avaliação de Alysson Coimbra, o transporte de crianças fora das normas de segurança é um dos fatores que explicam o crescimento da letalidade nos sinistros envolvendo esse público “Normas de segurança que já estavam consolidadas, como o uso da cadeirinha, voltaram a ser discutidas recentemente numa tentativa de flexibilizar as regras. Apesar dessa tentativa ter sido barrada, infelizmente, esse tipo de iniciativa tem esse efeito negativo entre os motoristas, de desestimular o uso desses dispositivos de retenção”, observa.


Educação e investimento

Segundo o especialista, a saída para reverter esse quadro é o contínuo reforço das ações de fiscalização pela PRF e o investimento em campanhas educativas para orientar a população porque as crianças são ainda mais vulneráveis que os adultos em caso de acidente. “Existe um contingenciamento crônico dos recursos do FUNSET (Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito). Se esse dinheiro fosse investido como determina a Lei, poderia modernizar a PRF e promover a educação para o trânsito. A segurança viária precisa ser tratada como política pública no Brasil, com medidas que verdadeiramente priorizem a preservação de vidas”, completa o médico.



Há um tipo de assento específico para cada faixa etária


Principal causa de morte

O trânsito é a principal causa externa de mortes de crianças e adolescentes de até 14 anos no Brasil. “Até os 16 anos, a criança ou adolescente ainda não atingiu a maturidade músculoesquelética e, portanto, é mais suscetível a mortes e lesões graves em sinistros de trânsito”, acrescenta Coimbra.



O médico especialista em Medicina do Tráfego Alysson Coimbra


Mudança recente

Desde abril do ano passado todos os passageiros com menos de 10 anos, que ainda não tenham atingido 1,45m, devem ser transportados no banco traseiro do veículo, utilizando cinto de segurança, em dispositivo de retenção adequado para a sua idade, peso e altura. O uso desses equipamentos reduz em até 71% os riscos de morte em caso de acidentes.


Além disso, o transporte de crianças em motocicletas passou a ser permitido apenas para crianças com mais de 10 anos. O desrespeito à regra é infração gravíssima e o infrator está sujeito a retenção do veículo para que seja sanada a irregularidade por parte do condutor. “Ocupantes de moto estão mais sujeitos a lesões graves e o ideal é que as crianças não sejam transportadas nesses veículos. Mas, se houver necessidade, é preciso obedecer à idade mínima prevista em lei, que é a partir de 10 anos, com o uso de capacete apropriado para esse passageiro e outros equipamentos de segurança”, completa o diretor da Ammetra.




ACIDENTES COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO PERÍODO DE JANEIRO A SETEMBRO


Acidentes envolvendo crianças e adolescentes

2021: 340

2022: 287


Crianças e adolescentes feridos em acidentes

2021: 123

2022: 127


Crianças e adolescentes mortos em acidentes

2021: 5

2022: 9

Fonte: Polícia Rodoviária Federal (PRF)





Forma mais correta para o transporte veicular de crianças:


Bebê conforto: crianças de até um ano de idade e até 9kg, posicionado em sentido contrário ao painel do veículo.


Assento conversível: crianças de até um ano de idade e até 13kg posicionado no sentido contrário ao painel do veículo até a criança completar 1 ano de idade.


Cadeirinha: crianças de 1 a 4 anos de idade, que tenham entre 9 e 18 kg, posicionamos de frente para o painel do veículo.


Assento de elevação: crianças de 4 a 10 anos de idade que não tenham atingido 1,45 m de altura, com peso entre 15 e 36 kg, sempre conectado ao cinto de três pontos.


Banco traseiro e dianteiro somente com o cinto de segurança: crianças com mais de 10 anos de idade e/ou estatura superior a 1,45m.


Apenas crianças maiores de 10 anos podem ser transportadas em motocicletas, mas sempre com capacete, luvas e outros equipamentos de proteção


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