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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Praça Cairu volta a ter monumento de Mário Cravo Jr. e ganha obra de Tatti Moreno

 


 

Fotos: Valter Pontes/Secom

Duas obras de arte passam a integrar o cenário turístico da Praça Cairu, onde fica o Mercado Modelo, no Comércio. Uma delas é o Monumento à Cidade de Salvador, que volta a ocupar o mesmo lugar de origem após ser reconstruído em função de um incêndio que atingiu a peça, em 2019. Outra novidade foi a colocação de um monumento em memória às vítimas da Covid-19 e em homenagem aos profissionais de saúde de Salvador, que atuaram na linha de frente no combate à pandemia. A entrega das composições artísticas foi feita pelo prefeito Bruno Reis nesta quarta-feira (11).

O Monumento à Cidade do Salvador, também chamado de Fonte da Rampa do Mercado, foi reconstruído pela Companhia de Desenvolvimento Urbano (Desal) com fidelidade ao projeto anterior, de autoria do artista Mário Cravo Júnior (1923-2018). Os trabalhos foram desenvolvidos pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) e também contou com apoio da Superintendência de Obras Públicas (Sucop).

“A Prefeitura investiu R$4 milhões para recuperar este equipamento, que agora tem resina antichama. Não correremos risco de passar pelo dissabor do incêndio ocorrido há três anos. Hoje é mais um importante data que ficará registrada na história da cidade. Esse monumento possui um grande valor artístico e cultural, sendo também um ponto de estímulo para visitação de vários turistas”, detalhou Bruno Reis.

A obra foi feita em fibra, assim como longarinas em poliuretano, que são resistentes e mais duráveis que as de madeira que existiam antes.  Além disso, a estrutura metálica possui aço, enquanto que as fundações que sobraram da antiga peça foram demolidas e reconstruídas. 

Também foi reaproveitada a casa de bombas, e a iluminação e os esguichos d'água que existiam no monumento foram reativados, incrementando a beleza artística da obra. Os serviços envolveram, por fim, novas instalações elétricas, hidráulicas e colocação de gradil em inox.

Presente no evento, Otávio Cravo, filho do artista, comemorou a inauguração do monumento. “É um marco fundamental para resgatar a imagem e memória da arte moderna e do escultor Mário Cravo. Ele dedicou sua vida ao povo baiano, através do seu trabalho e arte. A Prefeitura conseguiu concretizar o resgate dessa obra que, infelizmente, foi acidentada em 2019. Mas agora temos ela de volta ao seu ponto na Praça Cairu para deleite dos baianos”.


Para o presidente da Desal, Virgílio Daltro, Salvador passa a ter de volta monumento histórico que há décadas fez parte do Comércio, misturando-se às belezas naturais e pontos turísticos daqui do bairro. “Tivemos todo cuidado e dedicação em reproduzir essa obra, que foi concebida pelas mãos de Mário Cravo Jr., um dos expoentes das artes plásticas no país”.

História – O Monumento à Cidade de Salvador foi erguido em 1970 e possui dupla função: escultura e fonte luminosa.  De todas as interpretações que lhe foram dadas, devido à sua forma arrojada e descomprometida com quaisquer elementos reais conhecidos ou representações óbvias, a que mais se aproximava era a semelhança às velas dos saveiros que costumavam atracar na rampa do mercado.

A origem da Fonte da Rampa do Mercado tem relação com um acidente que causou a perda do antigo Mercado Modelo após o incêndio que o destruiu no final da década de 60. Devido à modificação do sistema viário, foi criado um espaço vazio entre a nova via e a Rampa do Mercado.

Em 13 de janeiro de 1970, Mário Cravo Júnior foi solicitado pela Prefeitura à época para construção da fonte, que mede 16 metros de altura. A fonte, pelo grande valor artístico e cultural, tornou-se significante marco da cultura baiana, na simbiose com o mar, com as velas dos barcos, com as curvas da topografia da cidade do Salvador, com o barroco das igrejas, das construções coloniais e no seu contraponto com a volumetria vertical da torre do Elevador Lacerda.

Homenagem – Já o monumento em memória às vítimas da Covid-19 e em homenagem aos profissionais de saúde foi encomendado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e produzido pelo artista plástico Tatti Moreno (1944-2022) em um prazo de oito meses. A peça também conta com iluminação cênica, foi confeccionada em aço corten e possui área de cerca de 50 metros quadrados em um círculo de 8 metros de diâmetro.

“Era o desejo da Prefeitura realizar um monumento que pudesse ficar registrado na nossa história, para servir de inspiração e, acima de tudo, dar força e coragem para que a cidade siga avançando e enfrentando as diversidades”, afirmou o prefeito durante a inauguração da escultura.

Na ocasião, o gestor ressaltou o protagonismo dos profissionais de saúde, que foram responsáveis por salvar milhares de vidas. “Assim como outras síndromes gripais, teremos que conviver com a Covid-19 pelo resto da vida, mas podemos hoje celebrar que os números estão estáveis, outros caindo e grandes eventos já podem ser realizados, a exemplo da Lavagem do Bonfim, amanhã”, acrescentou.

Desde março de 2020, período de início da pandemia, até o momento, a capital baiana registrou mais de 270 mil casos confirmados da doença, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Cerca de 267 mil pessoas foram curadas e 8,6 mil vieram a óbito. A cidade possui 6 mil profissionais de saúde atuando diretamente no enfrentamento à crise sanitária. Mais de 2,4 milhões de pessoas foram vacinadas e mais de 7,5 milhões de doses de imunizantes foram aplicadas.

Simbologia – A presidente da FMLF, Tânia Scofield, explicou que a escolha da Praça Cairu se deu pelo espaço possuir grande visibilidade. “Tivemos um expressivo número de vítimas do coronavírus e, por isso, vale a pena registrar esse momento difícil que passamos e que ainda há resquícios. Ainda precisamos ter cuidados”.

Gisele Moreno, viúva do autor da obra,  prestigiou a entrega do monumento e lembrou que a escultura foi o último trabalho do artista antes de ele morrer em julho do ano passado. “Essa obra tem toda uma simbologia, com figuras que representam asas de morcego, e a Terra (o homem) está acima, representando a sobrevivência à pandemia. É um trabalho abstrato, no qual Tatti tinha uma atuação significativa. Queria muito que ele estivesse em vida para assistir esta inauguração”, contou.


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