Iniciativa sociocultural realiza pintura de grafite em escolas de Salvador

Com workshop do artista Bigod, alunos grafitaram muros de instituições contempladas  pelo Projeto “Cores do Amanhã” 

Cores do Amanhã com grafite dos alunos da C.E. Prof. Nelson de Barros. 

Conectando arte, educação e responsabilidade social, o Projeto “Cores do Amanhã” realizou, nos dias 05 e 06 de setembro, a pintura de grafites em muros de duas escolas estaduais de Salvador (BA). Os alunos da C.E. Prof. Nelson de Barros, em Cajazeiras, e da C.E. Santa Rita de Cássia, no bairro Águas Claras, participaram de um workshop sobre os aspectos que envolvem o grafite com o artista local Bigod, e tiveram contato com todo o material para experienciar essa manifestação artística.

O “Cores do Amanhã” é uma iniciativa cultural presente em 10 cidades do Brasil, que utiliza o grafite como meio de expressão para discutir a questão da cidadania. Na cidade de Salvador (BA), professores das duas escolas participaram, em julho, de uma oficina sobre “Respeito às Diferenças”, e incentivaram os alunos a refletirem em sala de aula, para criarem ilustrações que retratem a visão deles sobre a temática. O projeto contou com a participação de 480 alunos e 37 professores, resultando em um total de 22 desenhos inscritos. O projeto Cores do Amanhã em Salvador tem o apoio do Instituto CCR na região da CCR Metrô Bahia, realização da Horizonte Educação e Comunicação e da Lei Federal de Incentivo à Cultura. 

Por meio de votação popular, uma arte de cada escola foi selecionada para o Dia do Grafite, quando as instituições tiveram seus muros grafitados com inspiração nas artes vencedoras das alunas Beatriz da Silva Machado, da C.E. Prof. Nelson de Barros, e Iriane Mirele Iris de Jesus Oliveira, da C.E. Santa Rita de Cássia. Os grafites foram executados com a instrução dos vencedores e a orientação de Bigod, e contaram com a colaboração de seus colegas de classe e professores, que também assinaram seus nomes na arte. 

Alunos e professores estiveram engajados nas atividades durante os últimos meses, desde o desenvolvimento do projeto, passando pelo trabalho em sala de aula e a elaboração das ilustrações, até a projeção das artes nos muros das escolas. As paredes repletas de cores e sentimentos são o resultado desse trabalho em conjunto.  

A aluna Beatriz da Silva Machado, autora da arte vencedora na C.E. Prof. Nelson de Barros, ressalta como criou sua ilustração: “Eu tive a ideia de fazer esse desenho para mostrar a diferença de gênero entre um homem e uma mulher, e mostrar que não é só mulheres que gostam de flor, mas também homens podem gostar. Todos nós podemos gostar de flores, e todos nós temos liberdade de escolher do que nós queremos gostar. Isso foi a representação que eu quis fazer”. 

Para a vencedora da C.E. Santa Rita de Cássia, Iriane Mirele Iris de Jesus Oliveira, um dos desafios foi imaginar e planejar um desenho que realmente a representasse e a toda a comunidade. “Pensei em várias ideias, mas o que tentei ao máximo representar foi a nossa identidade brasileira, o símbolo do LGBT, porque hoje é uma luta muito grande, e a representatividade negra. Tive vários aprendizados por trás dessa iniciativa, e hoje vendo esse resultado incrível, que eu acho que ficou melhor até do que o meu desenho, me deixa muito orgulhosa de mim e de todos os meus colegas que participaram desse projeto”, afirma. 

 

Arte e Respeito 

De acordo com a UNESCO, o Brasil possui uma enorme diversidade criativa de expressões culturais, e sua diversidade cultural pode ser uma questão central para o desenvolvimento de projetos no país, especialmente voltados para os Povos Indígenas e os Afrodescendentes. Ao abordar discussões sobre diversidade, igualdade, necessidades especiais, bullying e questões racial e de gênero, o Cores do Amanhã incentiva a criação de ações que promovam a gentileza à toda a comunidade. 

O projeto Cores do Amanhã em Salvador tem o apoio do Instituto CCR na região da CCR Metrô Bahia, realização da Horizonte Educação e Comunicação e da Lei Federal de Incentivo à Cultura. 

Ao final do projeto, um livro com o registro das ilustrações dos alunos e dos muros grafitados será produzido, com exemplares distribuídos gratuitamente para todas as escolas participantes. 

Créditos: Allan de Amorim / Horizonte