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domingo, 9 de junho de 2024

Pessoas com dificuldade para engravidar podem desenvolver transtornos

 

Pessoas com dificuldade para engravidar podem desenvolver transtornos emocionais, alerta especialista em Junho, Mês de Conscientização sobre a Infertilidade


Dra. Camila Couto e Cruz reforça a importância do acompanhamento psicológico para evitar problemas como depressão, isolamento social e até divórcio. 


Gestar um filho parece ser um acontecimento simples para muitas pessoas, mas para alguns casais o sonho pode ser adiado ou até frustrado. Nestes casos, a dificuldade para engravidar ou o diagnóstico de infertilidade podem trazer transtornos emocionais e desgastes para as relações pessoais, é o que alerta a psicóloga Dra. Camila Couto e Cruz que lembra sobre a importância do cuidado com a saúde mental durante o processo. 


Estudos internacionais validam essa preocupação. Uma pesquisa divulgada pela Revista Arquivos de Ginecologia e Obstetrícia, realizada com 53,3mil mulheres com diagnóstico de infertilidade, mostrou que 78,8% apresentavam estresse e 31,6% delas tinham quadro de depressão. 


De acordo com a doutora, além da frustração, o indivíduo muitas vezes precisa enfrentar os preconceitos e a cobrança de amigos e familiares que sempre questionam sobre a chegada de uma criança. “É um processo doloroso e crítico para homens e mulheres, e o acompanhamento profissional é importante para ambos. Muitos homens, por exemplo, se negam a realizar exames que podem definir a causa da infertilidade ou que são essenciais ao tratamento, por receio de que os resultados indiquem que eles têm problemas de saúde que impedem a concepção. Essas resistências são resultado de uma cultura machista, e podem afetar a convivência e vida íntima do casal, já que a mulher pode entender que o parceiro não está cooperando adequadamente com o processo. O acompanhamento psicológico também é algo que muitos homens tendem a não aderir, gerando mais atritos entre o casal, elevando a tensão que já é inerente ao tratamento de fertilidade e pode afetar também a vida sexual”, explica. 


Dra. Camila esclarece ainda que a psicoterapia permite aos indivíduos trabalharem as questões oriundas do convívio social e conjugal, e proporciona um ambiente seguro para que as pessoas entrem em contato e possam aprofundar as questões que estão ao redor do tema da parentalidade, como o papel do filho desejado no projeto de vida, a autocobrança e o sentimento de falha, que é culturalmente, e erroneamente, associado a quem não consegue engravidar. Enfrentar todos esses fatores sem a devida atenção pode provocar problemas como depressão, ansiedade, isolamento social, crises conjugais, entre outros. 


“O indivíduo precisa estar fortalecido internamente, trabalhar o seu próprio luto pela quebra da expectativa, adotar estratégias de enfrentamento da sociedade e buscar manter a harmonia conjugal através do diálogo e apoio mútuo. O acompanhamento profissional é importante para manter a saúde mental de homens e mulheres, evitar rompimentos com amigos e familiares e para manter a boa convivência do casal.  Também ajudará na tomada de decisões, como se irão buscar clínicas de reprodução, adotar uma criança ou rever os planos”, esclarece. 


Mês de Conscientização: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade é uma doença definida quando há ausência de gestação após 12 meses de tentativas para um casal em idade fértil, com vida sexual ativa e sem uso de métodos contraceptivos. A OMS estima que 1 em cada 6 pessoas são afetadas pela infertilidade em todo o planeta. 


Em Junho, Mês Mundial de Conscientização sobre a Infertilidade, serão organizadas campanhas em diversos países com o objetivo de alertar sobre a importância da investigação de possíveis causas e ampliação das políticas públicas que tornem os tratamentos mais acessíveis. Dra. Camila Couto e Cruz apoia o movimento através da divulgação do papel da psicologia neste contexto.

 


Sobre a especialista


Dra. Camila Couto e Cruz é psicóloga, Doutora em Psicologia Social na University of Queensland (Austrália), e tem formação em Gestalt-Terapia pelo Instituto de Gestalt-Terapia da Bahia. Atualmente, trabalha com atendimento individual e também realiza mediação de grupos terapêuticos nas modalidades online e presencial em Salvador/Bahia. 


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