Quem vive da pesca nas regiões da Pituba e Amaralina vai poder trabalhar
com muito mais dignidade. Enquanto tratores e operários seguem a todo
gás na obra de requalificação da Orla naquele trecho, 60 pescadores
esperam ansiosos a construção das duas colônias, uma em cada localidade.
As novas estruturas integram o projeto de requalificação da Prefeitura,
elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF).
Preocupada em atender às necessidades de trabalho da categoria, o
projeto foi pensado e elaborado após um ciclo de reuniões com os
próprios pescadores e representantes da Superintendência de Patrimônio
da União (SPU). O último encontro será nesta sexta-feira (9), às 18h, na
Associação dos Servidores do Banco Central (Asbac), na Pituba.
A presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield,
destaca que a participação dos pescadores e de toda a comunidade tem
sido fundamental para os ajustes finais. “Já fizemos duas reuniões e
discutimos o projeto. Depois fizemos um encontro aqui na Fundação só com
os pescadores para apresentar como serão as colônias. Eles têm
participado de todos os encontros, já validaram e estão muito
satisfeitos. A obra da colônia da Pituba já está em execução e a obra da
colônia de Amaralina será construída em breve”, afirma.
Pituba – A estrutura terá 123 m², o dobro de espaço da colônia
anterior. A nova Associação dos Pescadores da Pituba (Apepi- Z1), ao
lado da Praça Wilson Lins, já está em construção. A estrutura coberta
com telha cerâmica será dividida em quatro pontos de comércio (boxes),
uma área para guardar motores, sanitários masculino e feminino (com
vestiário e espaço para banho), local para tratamento do pescado e 40
armários individualizados para cada pescador.
O gerente de projetos especiais da FMLF, Jorge Moura, salienta que o
espaço visa ofertar o apoio necessário para o desenvolvimento da
atividade pesqueira. “Vamos fazer o melhor para que eles possam
trabalhar com dignidade”, frisa.
Pescador desde os 12 anos, Geraldo Ressurreição, 53 anos, conhecido na
região como Bel, revela a ansiedade para ver a obra concluída. Ele
relata que, desde 2010, a Apepi - Z1 funciona numa estrutura
improvisada. “A gente achava que seria do mesmo tamanho, mas vai ser bem
maior e com tudo que temos direito. Mais banheiros, área de lazer,
muitos boxes e local para tratar nossos peixes. Vai ser coisa de
primeiro mundo, estamos muito felizes”, afirmou.
Amaralina – Em Amaralina, a colônia terá 87 m². O espaço será
erguido na Praça João Amaral, logo após o quartel, e dará suporte aos 20
pescadores que trabalham naquela região. A estrutura é bem semelhante à
da Pituba – a diferença é que a área de comércio é única, com um boxe
amplo de uso comum.
Nascido e criado no Nordeste de Amaralina, Valmir Santos, 59 anos, vive
da pesca naquela região há mais de 30 anos. Ele diz que sempre lutou por
melhorias para a atividade da pesca, mas somente agora teve o apelo
atendido. “Estão nos ouvindo com muito respeito. A gente sempre batalhou
por isso aqui e nunca aconteceu. O governo prometeu e nunca fez. A
verdade tem que ser dita. Agora que a Prefeitura tomou pé, a Mário Leal
tem feito reuniões, finalmente vai sair”, completou.
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