Os
avanços da capital baiana relacionados à elaboração de estratégias para
garantir a segurança no trânsito estarão num documentário que a
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), entidade ligada à Organização
das Nações Unidas (ONU), está produzindo. Representantes da entidade
internacional estão em Salvador gravando entrevistas e imagens.
Na manhã desta terça-feira (26), diversos representantes de órgãos e
entidades que compõem o Programa Vida no Trânsito (PVT) se reuniram para
trocar experiências e falar com os jornalistas da Opas. Eles
aproveitaram a oportunidade para discutir as estratégias para humanizar
os dados de acidente no trânsito e mudar comportamentos de condutores e
pedestres.
Além de representantes da Superintendência de Trânsito de Salvador
(Transalvador) e da Opas, estavam presentes no encontro integrantes das
Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, da Universidade Federal da
Bahia (UFBa), do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), da
Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O PVT é coordenado pelo Ministério da Saúde e foi implantado em 2013 na
capital baiana. O Programa envolve a articulação com diversos setores
sociais como saúde, medicina do trânsito e educação para trânsito e
transportes terrestres. Entre os anos de 2018 a 2020, a coordenação
estratégica do PVT na capital baiana está a cargo da Transalvador.
“Os resultados de Salvador nos animam. É um lugar que não somente
conseguiu superar os problemas como insistiu nas ações para promover um
trânsito mais seguro. O trabalho que é feito pelo grupo do PVT aqui na
cidade é um exemplo”, afirma Victor Pavarino, consultor de segurança
viária da Opas/OMS.
Desde o início da atual gestão, a Transalvador tem adotado estratégias
para reduzir o número de acidentes com vítimas na cidade. Entre os anos
de 2012 a 2017, o órgão conseguiu reduzir em 51% o número de acidentes
com vítimas fatais na capital baiana, superando, com três anos de
antecedência, a meta estabelecida pela ONU para a década 2010 – 2020 de
reduzir em 50% o número de mortes no trânsito. Houve uma redução de 239
acidentes com mortes em 2012 para 116 em 2017. A autarquia visa zerar
esses acidentes fatais. Por isso, investe em diversas ações voltadas a
esse objetivo.
“Esse reconhecimento internacional nos anima a trabalhar ainda mais para
contribuir por um trânsito mais seguro. Queremos deixar um legado para
os soteropolitanos e expandir nossas práticas para outras cidades do
mundo”, afirma Fabrizzio Müller, superintendente da Transalvador.
Ações para um trânsito seguro – Entre as estratégias que promovem
um trânsito mais seguro estão o fortalecimento dos setores de
engenharia e projeto do órgão e o desenvolvimento de ações para
readequação viária e melhoria na sinalização, por exemplo. Vale citar o
exemplo da intervenção na Av. Suburbana que, após as melhorias, reduziu o
número de acidentes fatais de 17, em 2015, para dois, até o momento,
neste ano.
Em requalificações como a da Barra e do Rio Vermelho, locais que atraem
turistas de diversas partes do mundo, foram adotados o conceito traffic
calming, um conjunto de medidas para a redução do tráfego motorizado com
o objetivo de democratizar o espaço público. Nesses bairros, as
velocidades máximas permitidas variam de 30km/h a 40km/h. Há mais
espaços para ciclistas e pedestres. Intervenções com essa proposta estão
sendo idealizados para outras áreas da cidade.
Também foi repensado o desenho de vias, a exemplo da região do Iguatemi e
do Jardim dos Namorados. Nessas obras, foram criados espaços não
somente para carros, mas para pedestres e ciclistas. Graças ao esforço
municipal, a malha viária da cidade já alcança 225 km de ciclovias,
ciclofaixas e ciclorrotas. Desse número, 149,24 km foram implantados
pela Prefeitura de Salvador, desde 2013.
Aliado a isso estão fiscalizações mais efetivas, especialmente com a
blitz de Lei Seca, que passaram a acontecer diariamente. Houve um
reforço em ações educativas como a realização de projetos como
Condutores do Futuro, quando agentes da Transalvador vão para escolas
trocar experiências com estudantes. Realizamos também a Operação Volta
às Aulas pensando em reduzir os impactos causados no trânsito em função
do retorno das aulas escolares. Acreditamos que a mudança efetiva de
comportamento no trânsito se dá por meio da conscientização de
condutores e pedestres.
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