Salvador, 26/01, sábado, na Concha Acústica
do Teatro Castro Alves
Tudo começou na gravação do CD/DVD
"O Quintal do Pagodinho" em 2016, quando cantaram juntos “Sonho Meu”, de Dona Ivone Lara. A parceria progrediu e,
dois anos depois, Maria Bethânia e Zeca Pagodinho dividiram o palco pela primeira vez na turnê
“De Santo Amaro a Xerém”, que teve lotação esgotada nas
seis capitais por onde passou no início do ano. Em novembro de 2018, os
dois artistas retomaram o espetáculo
para marcar o lançamento do DVD, gravado no Citibank Hall em São Paulo, pela gravadora Biscoito Fino,
levando ao público a magia deste encontro.
A
primeira fase da turnê passou por Recife, Salvador, Belo Horizonte, São
Paulo e Brasília. Esta volta estreou em Brasília no dia
24/11, passou por Porto Alegre, dia 28/11, São Paulo, dia 08/12,
Rio de Janeiro, dia 15/12, Maceió, dia 18/01, e se encerra em Salvador no sábado,
dia 26/01, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.
Batizado de
"De Santo Amaro a Xerém" o projeto é uma referência à cidade
natal de Bethânia e ao município fluminense onde Zeca tem seu sítio.
“Quando marcamos os shows, conversamos, Zeca e eu, sobre o que nos une. O
samba de roda da Bahia, o samba do Rio de Janeiro,
a música, o gosto musical de cada um. Ele é um extraordinário
intérprete do samba bem construído baiano. Falamos muito do que unia
Santo Amaro e Xerém, Portela, Mangueira, sobre o prazer da cena. Porque
pra fazer um show juntos tem que ter um sentido. Fazer
uma música é uma coisa e um espetáculo em dupla é diferente”, conta
Bethânia sobre como tudo se desenhou. “Zeca é uma personalidade muito
forte e eu sou baladeira, sou da MPB, canto de tudo, do bregão vou para
Fernando Pessoa, para a poesia misturada. Então
isto tinha que estar bem claro, ele nitidamente com as potências dele e
eu com as minhas”.
“Fui
a casa dele porque, antes de mais nada, eu precisava ouvi-lo falar,
dizer do que gosta e o que ele estava com vontade de fazer. Sabia que
ele gostava do meu trabalho, da parte
teatral que é dos anos 70, quando Fauzi Arap trouxe o teatro para minha
gira. E me impressionou o conhecimento dele do cancioneiro brasileiro.
Ele me contou que a família dele é toda de músicos, de música de muita
qualidade, muito nobre. E, naturalmente, cantarolou
algumas coisas e falou da paixão por Silvio Caldas, que é uma paixão
comum. Aí eu falei: mais um elo. E insisti para que cantasse
“Chão de Estrelas” que está no show com o registro lindo que ele faz. ”
“Está sendo muito legal essa amizade com Bethânia. Ela
me ensinou a ser um outro Zeca. Me fez ensaiar, cantar coisas que nunca
cantei”, conta Zeca. “Os shows têm sido muito bacanas. Aprendi muito
com ela, principalmente a não ficar muito preocupado. Ela diz, ‘Zeca
vamos nos divertir’ e é isto que estamos fazendo
no palco”, completa.
O
repertório, assinado pelos dois e costurado pelo samba, veio cheio de
referências de cada um. No show Bethânia e Zeca se alternam no palco e
em duo em vários
momentos e trazem surpresas como o “Você Não Entende Nada” (Caetano Veloso),
com a divisão peculiar do Zeca, e Bethânia emenda com “Cotidiano” (Chico Buarque)
e mais três músicas inéditas como a canção “A Surdo 1”,
de Adriana Calcanhoto sobre a Mangueira, duas de Leandro Fregonessi, “De Santo Amaro a Xerém” e “Pertinho de Salvador”
e
a música de abertura “Amaro Xerém”, um autêntico
samba de roda da Bahia escrito especialmente para o show por Caetano
Veloso a pedido de Bethânia, depois de mais de 20 anos sem fazer uma
canção para ela. Num dos versos da letra, ele diz:
“Por essa luz eu disparo/ Sem repetir nehémnhémnhém/ O Brasil é que é
meu faro/Levaremos tudo além/ É no samba que eu preparo/ De Xerém a
Santo Amaro/ De Santo Amaro a Xerém...”
Quando não estão juntos, tomam rumos opostos: cada um abre sua parte solo com um clássico: Zeca vem com
“A Voz do Morro” (Zé Kétti) e Bethânia com
“Falsa Baiana” (Geraldo Pereira), por exemplo,
e revisitam sucessos da carreira de ambos, como “Café Soçaite” (Miguel Gustavo), “Marginália”
(Gilberto Gil e Torquato Neto), “Negue” (Adelino Moreira
e Enzo Almeida Passos), “Reconvexo” (Caetano Veloso) e “Ronda” (Paulo Vanzolini),
na voz de Bethânia. Ou “Coração em Desalinho” (Monarco e Ratinho), “Não Sou Mais Disso”
(Zeca Pagodinho e Jorge Aragão),
“Samba pras Moças” (Roque Ferreira e Grazielle)
e “Vai Vadiar” (Monarco e Ratinho) cantadas por Zeca.
Em
sets separados, homenageiam as escolas de samba às quais são ligados
afetivamente. Enquanto Bethânia celebra a Mangueira com “Atrás da Verde-e-Rosa Só
Não Vai Quem já Morreu” (David Correia, Paulinho Carvalho, Carlos Senna e Bira do Ponto), “Chico Buarque da Mangueira”
(Nelson Dalla Rosa, Vilas Boas, Nelson Csipai e Carlinhos das Camisas) e “Exaltação à Mangueira”
(Enéas
Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa),
Zeca vem de “Portela na Avenida”
(Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), “Lendas e Mistérios da Amazônia”
(Catoni, Jabolô e Valtenir)
e “Foi um Rio que Passou em Minha Vida”
(Paulinho da Viola).
A
direção musical é de Jaime Alem (violão) e Paulão Sete Cordas (violão) e
a banda é formada pelos dois, mais Rômulo Gomes (baixo), Paulo Dafilin
(violão e viola), Marcelo Costa
(bateria/percussão), Jaguara (percussão), Esguleba (percussão),
Alessandro Cardozo (cavaquinho) e Vitor Mota (sax e flauta).
A luz é assinada por Maneco Quinderé e o figurino de Maria Bethânia por Gilda Midani e o de Zeca Pagodinho por Juliana Maia.
SHOW:
“DE SANTO AMARO A XERÉM” - MARIA BETHÂNIA E ZECA PAGODINHO
Local: CONCHA ACÚSTICA do TEATRO CASTRO ALVES -
Praça Dois de Julho, s/n - Campo Grande, Salvador
– BA – Tel
(71) 3535-0600
Data: 26/01/2019, sábado
Horário: 19h
Classificação: 14 Anos
INGRESSOS ESGOTADOS:
SETOR PLATEIA -
R$140,00/R$70,00
SETOR CAMAROTE -
R$280,00/R$140,00
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