“Carnaval da Vitória”, de António Ole, retrata os festejos de 1977, primeiros após a independência do país
Nesta
temporada pré-carnavalesca, mais uma parceria do Goethe-Institut
Salvador-Bahia com a Casa de Angola na Bahia apresenta o filme “Carnaval
da Vitória” (1978, 40 min.), do
diretor angolano António Ole, um dos mais importantes artistas do seu
país. A obra, que retrata o primeiro carnaval após a independência de
Angola, em 1977, é a primeira de um projeto que permaneceu inacabado
desde o início dos anos 1980 e que agora será efetivado
com apoio do Goethe-Institut: “A Trilogia do Carnaval”, realizada por
Ole em conjunto com os curadores André Cunha (Angola) e Nadine Siegert
(Alemanha) – que foi
residente do Programa
de
Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut em 2017. André e
Nadine estarão presentes na exibição, no dia 25 de fevereiro
(segunda-feira), às 18h, na Casa de Angola,
e participam de um bate-papo com a plateia, com mediação de Benjamim Sabby. A entrada é gratuita
e a classificação indicativa é livre.
“A
Trilogia do Carnaval” se completa com um documentário sobre o Carnaval
Mardi Gras de Nova Orleans, ainda inacabado, e um terceiro filme a ser
rodado em 2020 no Carnaval do
Nordeste do Brasil, documentando assim a história do Atlântico Negro e
as conexões transatlânticas da África, América do Norte e América do Sul
através das expressões culturais carnavalescas.
André
Cunha, curador independente, estudou em Lisboa e trabalhou durante
vários anos entre Angola e Portugal, com destaque para os projetos no
Hangar (Lisboa) e o “Fucking Globo”,
em Luanda. Em “A Trilogia do Carnaval”, é responsável pela pesquisa e
apoia António Ole na reunião dos três filmes e dos materiais de arquivo.
Nadine Siegert, que fará pesquisa, texto e edição no projeto, é chefe
adjunta do Iwalewahaus, museu e centro de pesquisa
da Universidade de Bayreuth, Alemanha. Estudou Etnologia, Filosofia e
Sociologia. Desde 2006, trabalha na instituição e já atuou como
pesquisadora em projetos de pesquisa para artes midiáticas e como
curadora de exposições sobre arte contemporânea africana.
Em 2013, concluiu doutorado em Arte Contemporânea em Angola, pela
Bayreuth International Graduate School of African Studies. Desde 2016,
coordena o projeto de pesquisa “African Art History and the Formation of
a Modernist Aesthetic” (‘História da Arte Africana
e a formação de uma Estética Modernista’) e investiga a estética
socialista na África, especialmente a iconografia de militantes
femininas na África lusófona.
Sobre o Goethe-Institut Salvador-Bahia
– Instituto cultural da República Federal
da Alemanha, o Goethe-Institut, fundado em 1951, se dedica a fomentar o
diálogo entre culturas e é a maior instituição de ensino de alemão no
mundo. Atualmente, dispõe de uma rede de 159 unidades em 98 países de
todos os continentes. A unidade do Goethe-Institut
Salvador-Bahia foi criada em 1962 e, desde então, promove a
aprendizagem da língua alemã, divulga uma imagem abrangente da Alemanha e
realiza colaborações locais, nacionais e internacionais na área da
cultura, com numerosos parceiros públicos e privados. É
um espaço disposto ao exercício artístico-cultural, realizando ações
próprias e oferecendo suporte a iniciativas de variadas espécies. Dispõe
de teatro, foyer, galerias, biblioteca, ateliês, estúdios, salas de
aulas, praças, pátio e café. Após mais de meio
século de atividades contínuas na cidade, iniciou, em 2016, o Programa
de Residência Artística Vila Sul, com a proposta de fortalecer
interlocuções entre o Brasil e demais países do hemisfério Sul a partir
do acolhimento de artistas e agentes culturais de
diversas áreas, linguagens e origens. Mais de 60 residentes já
experimentaram esta oportunidade.
Sobre a Casa de Angola na Bahia
– Por iniciativa do Governo de Angola, a Casa de
Angola na Bahia foi inaugurada em 1999. O Centro Cultural tem como
objetivo principal consolidar os laços culturais entre Angola e Brasil,
possibilitando à comunidade baiana o acesso à cultura angolana, em
especial, e africana, em geral. A Casa promove e divulga
a arte e a cultura angolana, bem como o intercâmbio cultural entre
artistas e agentes culturais de Angola e do Brasil, como também de
outras origens. Este espaço cultural também está aberto a iniciativas de
outras organizações voltadas à cultura brasileira
e de outras regiões do mundo. Ao longo dos seus 19 anos de existência, a
Casa de Angola tem sido uma referência na cena cultural de Salvador e
faz parte do roteiro turístico da cidade. O Centro Cultural Casa de
Angola na Bahia tem uma estrutura que oferece
ao seu usuário condições privilegiadas para contato com a história de
Angola e da África, através de uma biblioteca, uma sala de leitura e de
um museu etnográfico com peças da arte clássica angolana representativas
dos vários grupos etnolinguísticos de Angola.
O Centro possui ainda uma sala de exposições, auditório, uma área de
convivência e um jardim, onde acontecem manifestações culturais de
diversas linguagens.
CARNAVAL DA VITÓRIA
Filme de António Ole (Angola)
1978, 40 min.
Exibição seguida de bate-papo
Com: André Cunha (Angola) e Nadine Siegert (Alemanha)
Mediação:
Benjamim Sabby
Quando: 25 de fevereiro (segunda-feira), 18h
Onde: Casa de Angola na Bahia
Quanto: Gratuito
Classificação indicativa:
Livre
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