O presidente do Líbano, Michel Aoun, afirmou que uma substância chamada nitrato de amônio, usada como fertilizante e em materiais explosivos, pode ter causado a mega-explosão que deixou dezenas de mortos e milhares de feridos em Beirute, capital do país.
Uma investigação está em andamento para encontrar o gatilho exato da explosão. O Conselho Supremo de Defesa do Líbano afirmou que os responsáveis vão enfrentar a "punição máxima" possível.
O primeiro-ministro do país, Hassan Diab, afirmou que o depósito onde o nitrato de amônio estava armazenado existia desde 2014, e que a situação do local será investigada pelas autoridades.
Mas o que é nitrato de amônio e como ele pode causar uma explosão tão devastadora?
Explosivo altamente potente
"O nitrato de amônio é um dos fertilizantes mais utilizados na agricultura no mundo inteiro. Também é usado na fabricação de explosivos", explica Reinaldo Bazito, professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).
A substância pode ser utilizada na produção de explosivos e bombas.
"Ele é um explosivo altamente potente", diz Bazito.
Homens e agentes de segurança trabalham em área devastada por explosão
Segundo autoridades, substância química causou a explosão no Líbano pois estava armazenada de maneira insegura
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Segundo o professor, normalmente o nitrato de amônio é estocado em grandes quantidades, pois a substância atende a uma grande demanda da agricultura por fertilizantes.
"Ele é importante porque fornece uma necessidade básica das plantas, que são os nutrientes NPK, sigla para nitrogênio, fósforo e potássio", explica.
Bazito afirma que o fertilizante não apresenta grandes riscos se armazenado de maneira segura.
"Ele não explode sozinho. É preciso um gatilho muito grande para que uma explosão ocorra. No caso do Líbano, se for isso que aconteceu, acredito que a explosão pode ter sido causada pelo incêndio que estava ocorrendo antes", explica.
Para armazenar o elemento de maneira segura, diz Bazito, "são necessárias precauções contra incêndio."
"Os armazéns precisam ser feitos de tal forma que não haja acúmulo de nitrato de amônio. É preciso garantir que não haja 'pontos quentes' (temperatura excessivamente alta) no material estocado, evitando a decomposição térmica", afirma.
Para Luiz Carlos Dias, professor do instituto de química da Universidade de Campinas (Unicamp), armazenar o produto em casa (um sólido granulado semelhante a um sal grosso) não causa grandes riscos, a menos que ele seja exposto a altas temperaturas.
"É necessária uma combustão para ocorrer a explosão. Se havia uma grande quantidade do produto armazenado, uma temperatura acima de 300 graus pode o tornar explosivo. Um incêndio atinge essa temperatura facilmente", afirma.
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Fonte Yahoo
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