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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Papo Sério: Nutrição e estresse


Nutrição e estresse: conheça melhor esta relação.


A nutricionista Carine Oliveira é especialista em nutrição funcional, mestranda em ciências de alimentos e graduanda em farmácia. Além de realizar atendimentos domiciliares, atua como docente da Unijorge nos cursos de nutrição e enfermagem e na VP Consultoria Nutricional na especialização em nutrição clínica funcional. Nesta edição da “CRN-5 em Revista”, esta profissional compartilha um pouco do que sabe sobre a relação entre nutrição e estresse. Aproveite!
CRN-5 em Revista - A ingestão de cafeína, frituras e sal em excesso podem agravar ou predispor o organismo ao estresse? Que outros alimentos podem ter este efeito?
Carine Oliveira – Podem, assim como os alimentos refinados ricos em açúcares, os quais podem originar compostos reativos através de rearranjo ou autoxidação, desencadeando estresse oxidativo e danos teciduais, resultando em doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
CRN-5 em Revista - Em situações de estresse, o que ocorre no organismo humano com as reservas de nutrientes como o magnésio e o cálcio?
Carine Oliveira – O magnésio é reduzido no organismo em situação de estresse devido à participação deste nutriente em diversas reações enzimáticas. Sua deficiência pode ser resultante de processos patológicos, além de baixa ingestão, já que a principal fonte de magnésio são os folhosos verdes escuros, que nem sempre fazem parte da dieta do brasileiro. O déficit de magnésio pode acarretar hipocalemia, diminuição do crescimento ósseo, doenças cardiovasculares, inflamação induzida, perda óssea, alteração do pH sanguíneo, resistência insulínica, redução da formação de óxido nítrico (substância vasodilatadora), fadiga muscular (ativação da bomba de sódio e potássio), obstipação (redução do peristaltismo intestinal) e enxaqueca. O consumo de cálcio, por sua vez, deve estar sempre associado à ingestão de magnésio. Ou seja, a deficiência do cálcio pode ser decorrente da escassez de magnésio ou estar associada à baixa ingestão do próprio cálcio. Isso interfere negativamente no desenvolvimento de DCNTs, pois entre as funções do cálcio está a regulação da lipogênese. Esta é favorecida pela produção de insulina provocada pela deficiência de cálcio, o que resulta em adiposidade que contribui para o estresse oxidativo. A deficiência de cálcio também pode causar Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).

CRN-5 em Revista – A presença de ferro e zinco também é afetada em organismos estressados?
Carine Oliveira – O ferro é um dos metais mais envolvidos no estresse oxidativo. Sua deficiência está relacionada à perda menstrual ou baixa ingestão. Este mineral está envolvido nas reações de Fenton e Haber-Weiss, intensificando a produção de potentes espécies reativas de oxigênio. O ferro também participa da destoxificação hepática. Portanto, a alteração no equilíbrio deste nutriente altera a metabolização de xenobiótico, fato que também intensifica o estresse oxidativo. O zinco é um nutriente com diversas funções. Uma delas é a ativação da superóxido dismutase, que é um antioxidante endógeno. Sua deficiência está relacionada ao aparecimento de acne, supressão das respostas imunológicas, diminuição na formação de hormônios tireoidianos, diminuição da percepção sensorial, redução da conversão de betacaroteno em vitamina A, redução da capacidade de cicatrização, diminuição da maturação de espermatozóides, redução da antioxidação e aparecimento de estrias.

CRN-5 em Revista – E as vitaminas C e as do Complexo B?

Carine Oliveira – A Vitamina C, potente antioxidante hidrossolúvel, é um agente redutor e sua deficiência é diretamente proporcional à intensidade do estresse oxidativo. Ela também pode ser mobilizada para produção de hormônios do estresse como adrenalina, noradrenalina ou cortisol. A deficiência das vitaminas do complexo B também estão relacionadas ao estresse oxidativo e a processos inflamatórios, favorecendo o desenvolvimento ou complicação de DCNTs. Há vitaminas do complexo B que são antioxidantes como a riboflavina e a niacina. Vale lembrar que além da função antioxidante, as vitaminas do complexo B são responsáveis pela acepção de elétrons no metabolismo energético e integridade da mucosa gástrica

CRN-5 em Revista – A defesa do organismo costuma ficar comprometida durante períodos de estresse?

Carine Oliveira – A formação de espécies reativas nesses períodos é bem comum, já que a habilidade de defesa do organismo é diminuída tanto no estresse oxidativo quanto nos processos inflamatórios, contribuindo significativamente para o desenvolvimento e/ou progressão de doenças crônicas.

CRN-5 em Revista – É comum que pessoas estressadas comam muito chocolate e outros doces. Há uma explicação para isso? E que conseqüências este hábito pode trazer?

Carine Oliveira – O chocolate tem sido estudado amplamente principalmente pela sua composição de fenólicos, composto bioativo que caracteriza o chocolate como alimento funcional. Porém, não podemos esquecer que este alimento pode ter um teor significativo de gorduras trans, que contribui negativamente para as DCNTs, além das aminas biogênicas (compostos que mimetizam o sistema adrenérgico) favorecendo, por exemplo, a Hipertensão Arterial. A melhor opção de consumo é o chocolate amargo, por ter maior concentração de compostos antioxidantes e isto pode ser muito benéfico para saúde. Mas sem exageros, claro.

CRN-5 em Revista – Pessoas estressadas costumam comer mais rápido. Quais os problemas decorrentes desse hábito?

Carine Oliveira – Basicamente, dificulta a digestão de alimentos e favorece a obesidade, já que a saciedade tem uma relação com o processo mastigatório e quem come rápido mastiga pouco.

CRN-5 em Revista – Como uma boa alimentação pode contribuir para combater o desequilíbrio causado pelo estresse?

Carine Oliveira – Uma alimentação equilibrada permite a ingestão de nutrientes e compostos bioativos que são antioxidantes exógenos, além de nutrientes que são cofatores de enzimas antioxidantes, que são os antioxidantes endógenos, tais como o selênio (cofator da glutationa peroxidase), cobre e zinco (cofator da superóxido dismutase citosólica), manganês (cofator da superóxido dismutase mitocondrial), ferro (cofator da catalase), magnésio (cofator das enzimas da via das pentoses), riboflavina (síntese de FAD, cofator da glutationa redutase) e niacina (síntese de NAD). Carla Santana - Jornalista-Salvador Notícias

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