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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tambores que mudaram a música baiana é tema do Carnaval


Já se perguntou porque o Brasil e mais precisamente na Bahia nascem os melhores percussionistas do mundo? Explica-se, é que no passado os negros não foram proibidos de batucar seus tambores por aqui.
As mesmas sortes não tiveram seus irmãos nos estados unidos, pois lá se temia que através dos seus tambores pudessem mandar mensagens uns aos outros para se rebelarem.
Desde que os negros aqui chegaram se organizaram em grupos para através da musica, celebrar datas, realizar rituais, promover grandes festas. Assistimos em salvador uma gama quase infinita de ritmos, provenientes da cultura negra, que compõem o cenário musical da nossa cidade.
Como devemos agradecer a esses anônimos BATUQUEIROS do passado por termos o prazer de “swingar” nessa levada baiana que já atravessou (e influenciou) além das fronteiras.
A minha homenagem á todos os que se foram e os que estão em atividades. Nelson maleiro, Pintado do Bongô, Neguinho do Samba, Mestre Prego, Fabricio (fafá), Edifran, Putuca, Ramiro musottu, Fialuna.

mestrejackson.nunes@gmail.com


Contato: 55 71 9906 4286 / 55 71 8744 8980

Grandes Ritmistas e Percussionistas da nossa Música










Nos navios negreiros começaram a ser criados os primeiros resíduos do que seriam mais tarde a musica negra. A musica e a dança dos negros foram sempre social, comunitária quando se diz que nos negros, fazemos de tudo um motivo de canto ou dança, assim faziam os nossos ancestrais na áfrica. Cantavam na colheita do inhame na chegada da chuva, nos ritos da puberdade e nos funerais.


A musica africana, mais do que cultura, é cultura viva, no sentido de pertencer a todos, ser um patrimônio de todos, enriquecido pelo acréscimo de cada um. Musica para guerra, a paz, a magia, o trabalho, o amor e a morte.

Anos passaram surgiu o samba grupos de sambistas se unia em vários pontos da cidade, bares, buteco, esquinas, improvisavam o samba, fazendo ritmo com o que estava ao alcance das mãos, garrafas ou lata, copos, mesa, caixa de fósforos na palma da mão, qualquer coisa serve para formar a bateria improvisada.

O samba evoluio e daí vieram às escolas de samba e os blocos. No seu processo de desenvolvimento as escolas e os blocos adotaram o enredo como um dos componentes indispensáveis na sua estrutura. Tivemos como principio referencia dos carnavais carioca exportando escolas do rio para intercambio com as nossas ex: ritmo da liberdade, diplomatas de amaralina, entre outras.

As primeiras mudanças rítmicas começou a surgir dos blocos. Blocos com sopro e percussão ex: batucada são salvador, o cordão vai levando, mercadores de Bagdá, barroquinha zero hora, entre outros todos da década de 50 e 60.

Outro movimento que começou a contagiar foi os blocos indígenas, pelas suas variedades de fantasias e pelas suas musicas. Ate hoje tem sua marca registrada no carnaval baiano ex: Apache do tororó, Comanche do pelô, entre vários outros como Tupi, Cacique do Garcia, Xaienes, etc.

Finalmente a fermentação desses fatores carnavalescos resultou em 1974 o surgimento do bloco Ilê Aiyê La no curuzú no bairro da liberdade, o bairro mais negro de salvador. Seria incorreto dizer que o Ilê Aiyê foi o primeiro bloco negro na Bahia, pois os blocos de índios, os afoxés e as batucadas já mereciam este adjetivo, se considerada sua composição étnica. O Ilê Aiyê se estabeleceu como o primeiro bloco afro.

Daí começou toda essa evolução da musica negra na Bahia. Cantada também por Gilberto Gil Caetano Veloso.
Outros blocos afros foram surgindo como ex; Melo do Banzo, Puxada Axé, Male de Balê.


Puxaram a segunda geração de blocos afros como: Olodum, Araketu, Muzenza, Alafin, Afreketê, Senzala, Ojú Obá, entre outros. Com isso a musica negra toma outros rumos, começa a ser reconhecida nacionalmente e internacionalmente.
A importância dos Diretores de Bateria, "Regentes dos Blocos" na época foram fundamental para que a musica dos blocos afros, tomasse novos rumos. Em 1978, Mestre Valdir Laskada regendo um bloco de sopro e percussão, "os Corujas" que hoje é o mesmo da época, ele introduz duas baquetas nos surdos de dobra, já que todos os ritmistas tocavam dobra de uma baqueta, isso fez com que os ritmos ficasse cheios e com mais swing. Então Mestre Valdir laskada começa a se destacar perante aos demais, fazendo com que as baterias começasse a copiá-lo.


Valdir laskada foi o primeiro diretor de bateria do Olodum entre 1979/82, já fazendo um belo trabalho no bloco e nos Carnavais. Os ritmos as vezes dependiam muito dos compositores, pela sua interpretação. Em um desses ensaios o compositor Djalma Luz, foi convidado a cantar uma musica, já que diversos compositores tinha acesso aos ensaios. Ele sobe no palco e interpreta "Coração Rastafari" uma musica totalmente diferente das cantadas pelos cantores de bloco afro, então aí que surge a primeira celula de reggae com bateria de tambores afros, desenvolvida por Valdir Laskada. Surge ali o "Samba-Reggae"e sem tirar nenhum merito e reconhecimento quem se intitulou o criador do samba-reggae, pelo seu trabalho no Olodum e pela sua historia, foi Mestre Neguinho do samba que deu nomes aos bois "ritmos".
Semelhante a tudo isso, o Olodum já na regência de Neguinho do Samba "primeiro maestro", e Mestre Jackson o "segundo maestro", começam a verdadeira explosão musical dentro do olodum e na musica baiana. Neguinho vindo da influênçia do candomblé, e sempre tocou nas principais bateria de salvador, ainda nas escolas de samba com um jeito diferente dos demais, porque ele só tocava com aguidavis ou vimes nos instrumentos. E isso lhe deu perssonalidade para emplantar no olodum uma batida diferenciada. Já Mestre Jackson foi cria da casa, desde a fundação do Olodum, tocava nos principais blocos de carnaval e Escolas de Samba, Ex: Calouros do Samba com Mestre Prego, que foi o seu mestre, Os Lord's com Mestre Gilmar, Os Corujas com Valdir Laskada.


Então os ritmos foram surgindo naturalmente em uma casadinha extraordinaria. Mestre Jackson em certo dia depois de tá estudando ritmos latinos, percebeu que poderia intoduzir o ritmo "merengue" aos tambores do Olodum, já que o tema para o Carnaval de 1985 era Cuba. Então o ritmo toma força no ano seguinte com o tema Egito. Na musica de Luciano Gomes, Faráo em 1986. Neguinho do Samba tambem criando outras batidas, introduzindo a clave de salça aos Tambores.
A midia já toda em cima do Olodum e de Neguinho do Samba, pela repercução da sua Musica, as divergência começa aparecer. Por falta de cumplicidade entre Neguinho e Mestre Jackson. Um certo dia os Percussionistas Tony Mola e Carlinhos Brown, aparecem no Pelourinho e chama Mestre Jackson para comunicar que um musico Internacional estar pesquisando novos ritmos para poder grava no seu disco, Esse Musico era Paul Saimon.


Ele apresenta o artista a diretoria, que logo trata de organizar a gravação, e Neguinho asume a direção e não dar oportunidade a Mestre Jackson, mesmo assim Mestre Jackson Participa da Gravação como um componente da banda.

O mesmo Tony Mola em agosto de 1988 já sendo percussionista destacado na musica baiana, faz um convite a Mestre jackson, para participar de um show com ele e com a banda Reflexus no Canecão Rio de Janeiro. Mestre Jackson foi com oito (08) percussionistas do Olodum. A diretoria do Olodum não concordou com o show, logo cuidou de entrar em contato com Mestre jackson para não fazer o show. Daí que eles improvisa o nome do grupo, já que os instrumentos na epoca não tinha a marca do olodum, então surge "Raízes do Pelõ" e fazem o show com a banda Reflexus.

Mestre jackson volta e recebe a diretoria do Olodum reunida, para discutir a sua situação devido o ocorrido, eles resolve pela sua saida do bloco. Então Mestre Jackson dar continuidade a banda Raízes do Pelô.

Juntos com a banda que foram ao Rio com Banda Reflexus, estavam Presente Beto Jamaica, Ytamar Tropicallia, Dado Brazaville, que fizeram parte da ala de canto do Raízes do Pelô.

Neguinho do Samba e Mestre Jackson foram cunhados, Neguinho teve um relacionamento com uma das irmãs de mestre Jackson e teve um filho que hoje é um dos grandes musico da Bahia " Anderson Souza" sobrinho do Mestre Jackson.
A musica em si, não é um ofício ou uma arte fácil como muitos acreditam ser, melhor dizendo: É uma arte para muitos, todavia entendida, respeitada e assimilada por poucos. Neguinho foi... será... sempre exemplo.


Respeitem o Samba-Reggae. Como devemos agradecer a você Neguinho por termos o prazer de “swingar” nessa levada baiana que já atravessou e influenciou além das fronteiras.

Juntamente com você eu me sinto responsável pela criação e evolução da batida afro baiana, intitulada de “Axé Music”.

Salve o Samba Reggae, Salve Neguinho do Samba.



Mestre Jackson é autor juntamente com Ytamar Tropicallia da musica Cartão Postal, Itá Mar, Oloduns de dentro e Oloduns de Fora, todas sucesso no bloco. Apesar de ser um ex integrante é sempre homenageado, sai no carnaval e estar nos ensaios levantando a bandeira do Samba-Reggae e do Olodum.

e assim o mundo conheceu Salvador e a Bahia, hoje referência no mundo dequalidade em percussão, não é para menos, aqui com tantos gênios e tanta ancestralidade aflorada na mente, no sangue, no coração.
Salve todos os mestres filhos da Bahia de todos os santos!
Salve os mestres de tantos cantos que aqui passram e contribuíram!



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