Os caminhões da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) - estatal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia - que estavam retidos no pátio da Polícia Militar de Guanambi já deixaram o material nos galpões em Caetité. Segundo o presidente da Ong Geamo (Grupo Ecológico Amigos da Onça), Marcell Moraes, isto foi uma falta de respeito com a população. "Eles aproveitaram a calada da noite, ainda fria e chuvosa na cidade, para cometer este ato covarde contra a população", declarou.
Marcell afirma que faltou fiscalização do Estado. "Ninguém comprovou que o material não é lixo radioativo. Nem o Ibama, nem o Inema apareceram para acompanhar esta ação", reclamou. Técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) teriam examinado as cargas e concluído que o material transportado seria similar ao que já é fabricado em Caetité. Porém, Marcell afirma que nenhum relatório foi apresentado, portanto restam dúvidas. A população cobra também uma fiscalização mais efetiva do Governo do Estado.
Em reunião com lideranças nesta quinta-feira (19), o prefeito José Barreira (PSB) foi questionado sobre a possibilidade de uma nova remessa de cargas chegar à cidade e ele teria respondido: "Esta foi a primeira e última vez". Admirados com a declaração, o grupo argumentou que se o material fosse realmente urânio não haveria essa restrição. Barreira teria desconversado.
O ambientalista afirma que as mobilizações continuarão e a manifestação deste sábado (21) está mantida, na BR 030, trecho que liga o município de Caetité a Guanambi, às 14h. De acordo com Marcell, esta também é uma forma de avisar ao governador Jaques Wagner que retroceda da ideia de trazer usina nulear para a Bahia. "A população não quer. Se num caso como esse, já houve adesão de tanta gente, imagine com a implantação da usina", ressaltou o ambientalista Marcell Moraes.
Fonte : Site Teia de Notícias
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