Após deixar o presídio da Papuda, em Brasília, Battisti entrou em um carro, acenou para a imprensa e seguiu para um hotel sem dar entrevistas.
Cesare Battisti está solto em território brasileiro.
O terrorista deixou o presídio da Papuda, em Brasília, por volta da meia-noite desta quarta-feira. O italiano seguiu no banco de trás do carro do advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. Battisti deixou o vidro aberto e chegou a acenar para fotos, mas não respondeu a perguntas dos jornalistas.
O veículo seguiu para um condomínio fechado a poucos quilõmetros do centro de Brasília. Mas a defesa do terrorista não quis informar os próximos passos de Battisti no país. Além de Greenhalgh, duas pessoas da equipe do advogado acompanhavam o criminoso no carro.
Mais cedo, outro advogado do italiano, Luiz Roberto Barroso, deixou o presídio da Papuda e disse que Battisti afirmou estar feliz com a decisão do Supremo Tribunal Federal, que o tirou do cárcere depois de quatro anos preso no Brasil. O defensor também confirmou que o italiano permanecerá no país.
Nesta quinta-feira, a defesa de Cesare Battisti irá pedir ao Ministério da Justiça que a situação do italiano seja regularizada, já que o criminoso não é considerado refugiado e entrou no Brasil com um passaporte falso. Para isso, ele deve pedir a concessão de um visto permanente e uma autorização para que exerça a atividade de escritor no país. "Pela lógica do razoável, se o presidente Lula disse que ele pode ficar, evidentemente o governo vai dar um visto de permanência para ele ficar", afirmou Barroso.
Decisão - Após uma intensa batalha jurídica de quatro anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira, que o terrorista italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua em seu país de origem por quatro assassinatos nos anos 70, deve ser libertado. A decisão tem validade imediata.
O julgamento foi feito em duas etapas: na primeira, os ministros analisaram recurso proposto pelo governo italiano contra decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar a extradição de Battisti, que integrou o grupo extremista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). No jargão jurídico, eles não conheceram do recurso. Ou seja, sequer analisaram o seu mérito.
Na segunda etapa, analisaram petição apresentada pela defesa do italiano pedindo sua libertação. E mandaram soltar Battisti. Em ambas as fases, o placar foi de seis votos a três - vencidos o presidente do Supremo, Cezar Peluso, e os ministros Gilmar Mendes (relator) e Ellen Gracie. (VEJA)
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