Nascida em 23 de Maio de 1951, em Salvador, mais especificamente em uma casa de taipa, no bairro do Retiro. Filha de Nair longo Requião e neta de Eduvirgem Requião, sempre foi uma criança diferenciada, ajudava nas tarefas da
casa e colaborava com o sustento da família, juntamente com seu irmão mais velho, Roberto.
Teve uma infância muito difícil, onde o trabalho era seu único lazer e passatempo. Sua mãe trabalhava como doméstica e sua avó, Babá, como era chamada, era costureira e responsável pela maior parte do sustento da família, enfim, todos trabalhavam e colaboravam, mesmo assim era muito pouco. Com nove anos ajudava sua mãe nos trabalhos domésticos em casa de família, mas sempre com um olhar empreendedor em tudo que fazia.
Apesar da grande dificuldade em que vivia, Dudu sempre teve algo que não tem preço, educação, mas não aquela que se aprende na escola, com professores e livros, mas sim, com os exemplos que ela tinha dentro de casa, com sua avó materna principalmente, foi quem a ensinou sobre as coisas corretas da vida, a ser justa, honesta e sincera, sempre, e acima de tudo.
Seu espirito empreendedor apareceu ainda quando era criança, a oportunidade de trabalhar vendendo piaçava para os comerciantes locais que fabricavam vassouras e outros derivados dessa matéria prima, te rendiam alguns trocados, entretanto, por ser muito inteligente, percebeu logo, uma grande chance de negócio. Ao invés de ela catar as piaçavas, passou a pagar comissão a quem juntasse mais quantidade, daí, fazia alguns montes de piaçaba em poucas horas, quando o caminhão passava para recolher, já estava tudo arrumado e ensacado, ela recebia pelo montante e pagava apenas uma porcentagem aos outros meninos, com 9 anos, essa é Dudu.
Lutadora, guerreira e uma mãe maravilhosa teve sua vida marcada por muita luta e sofrimento, aos 11 anos foi posta para fora de casa pelo seu irmão mais velho e foi à luta, uma história, que marca muito essa passagem de sua vida, foi quando, ao ter sido posta para fora, ela colocou um vestido, encheu o sutiã com espumas, para parecer mais velha, pôs uma maquiagem e fingindo ter 15 anos conseguiu seu primeiro emprego como vendedora de uma loja de tecidos, na Baixa dos Sapateiros, em Salvador.
Daí em diante sua vida foi só trabalho. Seu chefe, que mais tarde se tornaria padrinho de sua filha mais velha, Cristina, foi quem a ensinou tudo sobre o comércio e como se deve trabalhar para ter sucesso. “foi meu grande aprendizado, aprendi tudo que um vendedor deve saber para ser bom”, palavras de Dudu referindo-se ao seu ex- patrão e grande incentivador, Ruy.
Casou-se aos 16 anos com o homem que viria a ser pai de seus filhos, Antônio Belens. Foi mãe três vezes, teve Cristina, a mais velha, Alexandre, o do meio e Adriana, a caçula. Tem como maior virtude a generosidade, sempre solicita e disposta a ajudar os outros. Antes de ter loja, trabalhava vendendo roupas na sacola, mas antes disso, já foi motorista de madame e também já construiu prédios, além de ter sido empresária no ramo hoteleiro. Uma mulher que sempre fez do trabalho sua maior arma para se defender das situações da vida.

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