Servidores denunciam precariedades na Penitenciária Lemos Brito

Em razão das condições precárias de trabalho que são obrigados a convier diariamente, servidores da Penitenciária Lemos Brito (PLB) solicitou ao diretor da unidade, Capitão Márcio Marcelo de

Amorim, uma reunião em caráter de urgência para apresentar algumas reivindicações.

Na reunião que aconteceu segunda-feira (22), às 10h30, na PLB, insatisfeito com a situação, um agente entregou em mãos do Superintendente de Gestão Penitenciária da SEAP, Tenente-Coronel Paulo César Oliveira, um documento relatando todas as precariedades da unidade.  Segundo o servidor, a penitenciária não oferece condições de higiene para trabalhar.  Os dormitórios abrigam ratos, baratas, mosquitos e mau cheiro constante. Comparando o refeitório a uma pocilga, o servidor disse que a comida é de péssima qualidade.  “Se quisermos beber água potável, temos que comprar. Caneta que usamos, trazemos de casa”, ressaltou um servidor que não quis se identificar.

Também denunciando a questão da segurança, outros servidores relataram ao superintendente, sobre a falta de veículos seguros para o transporte dos internos. “O carro camburão, está quebrado há muito tempo. Os geradores estão também sem funcionar. Quando falta energia ficamos  a luz de vela. Se é  policiamento nas guaritas também está escasso. Se é detectores de metais, os poucos existentes também não funcionam, aonde vamos parar com isso”?.

Ainda no documento apresentado, além de solicitar uma reforma nos alojamentos dos módulos 3 e 5 da PLB, os servidores falaram da situação da saúde. Segundo eles, há muito tempo que o governo não envia vacinação. “Sabemos que a meningite e muitas doenças estão por aí. Estamos sem médicos constantemente na casa”.

Falta de contigentes - De acordo com o coordenador geral do Sinspeb, Roquildes Ramos, que juntamente com Ailton Santiago e Fernando Cunha, participaram da reunião, outro ponto que também foi bastante discutido foi a questão da falta de contingente, de agentes penitenciários efetivos. “Essa situação precisa ser resolvida o mais rápido possível pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, pois o quadro por lá e em outras unidades está caótico. As servidoras falaram da sobrecarga de trabalho, em razão das poucos funcionários”, disse o coordenador.

Cobrando que a secretaria contrate em caráter de urgência os concursados, os servidores falaram que atualmente na PLB, por módulo estão trabalhando de 3 a 5 agentes, quando na verdade deveria ser 10 “Aqui ainda não aconteceu uma fuga, por que não existe quadrilhas especializadas nisso. Por que se não, já poderia ter acontecido. Uma andorinha só não faz verão e o Estado precisa compreender  nossas demandas”, comentou outro agente que também pediu para não ser identificado.

Apesar de dizer que já estava ciente dos problemas, o superintendente afirmou que muito pouco poderia ser feito de imediato, mas salientou que o que tivesse ao seu alcance iria resolver. “Ele solicitou dos servidores a necessidade de um relatório minucioso, mas isso só não basta por que os problemas das unidades são gravíssimos e desumanos, argumentou Ramos .

Contestando a posição do superintende, alguns agentes fizeram questão de lembrar que relatório era o que não faltava na secretaria, pois, muitos já tinham sido feitos, mas que até aquele momento tinha sido resolvido.  O tenente coronel prometeu levar a situação ao secretário Nestor Duarte.

Participaram do encontro, os coordenadores geral do Sinspeb, Roquildes Ramos e Ailton Santiago,o coordenador de formação e relação intersindical,  Fernando Cunha, o Superintendente de Gestão Penitenciária da SEAP, Tenente-Coronel Paulo César Oliveira, o diretor da PLB, Capitão Márcio Marcelo  de Amorim e diversos servidores.