Cirurgia bariátrica é alternativa para tratar diabetes tipo 2‏

Segunda feira (14) é Dia Nacional e Mundial dos Diabetes, doença que atinge 285 milhões de pessoas em todo o mundo. Para discutir o assunto, sugiro uma entrevista com o cirurgião bariátrico e especialista em obesidade João Ettinger.

Ele pode falar como a cirurgia bariátrica pode ajudar no tratamento desta doença e discutir os principais problemas associados a diabetes. Além dos benefícios à saúde, ele pode falar também sobre como o tratamento da obesidade e diabetes pode auxiliar na redução de gastos e custo de vida.

CIRURGIA BARIÁTRICA É ALTERNATIVA PARA TRATAR DIABETES TIPO 2
Além do peso, método ajuda a controlar níveis de glicose mo sangue.


Doces, tortas, massas, salgados. Pequenas tentações com as quais nos deparamos todos os dias e contra as quais é difícil resistir. Como ficar imune às bombas e bombons de chocolate? Como ignorar os brigadeiros das festinhas de criança? O bem casado dos enlaces matrimonias? Aquela montanha de doces finos e sofisticados de formaturas? Antes de se empolgar demais e partir pro ataque, é bom lembrar que o exagero pode trazer sérios problemas para saúde, como o risco de desenvolver obesidade e suas consequências, como câncer, arteriosclerose, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão e diabetes.

Pesquisa recente da Federação Internacional de Diabetes revelou que 285 milhões de pessoas no mundo têm a doença (com prevalência de 6,4% entre adultos de 20 a 79 anos) e deve atingir 438 milhões dentro de duas décadas. A cada ano, 7 milhões desenvolvem o problema. 70% deste aumento ocorre em países em desenvolvimento, entre indivíduos com menos de 65 anos. De acordo com o cirurgião bariátrico João Ettinger, o excesso de peso e o sedentarismo têm relação direta com o surgimento do diabetes tipo 2. “A incidência da doença é maior após os 40 anos. Estima-se que 60% a 90% dos portadores sejam obesos”, explica o especialista.

Visão embaçada, dificuldade na cicatrização de feridas, formigamento nos pés, furunculose e infecções são os principais sintomas trazidos pelo diabetes. A doença também potencializa outros fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e alterações de colesterol e triglicérides. “No diabetes tipo 2 ocorre uma contínua produção de insulina pelo pâncreas na tentativa de manter a glicose no nível normal. Esta atividade leva o pâncreas à exaustão após anos de doença. As células musculares e adiposas têm incapacidade de absorção e não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sanguínea”, explica João.


Para tentar amenizar o quadro clínico dos pacientes com este tipo de enfermidade a obesidade deve ser sempre prevenida e cuidada. “Emagrecer é fundamental no sucesso do tratamento do diabetes”, aconselha o cirurgião. Quando os métodos tradicionais de emagrecimento não funcionam, a cirurgia bariátrica pode ser uma opção. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, pacientes com diabetes tipo 2 e Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 35, devem submeter-se à operação caso não respondam ao tratamento medicamentoso para a doença. “Já há casos de diabéticos com índice de massa corporal (IMC) baixo – na casa dos 20 – que operaram e melhoraram os níveis de glicose no sangue. A resistência à insulina e a secreção desse hormônio desse hormônio pelo organismo também diminuem”, explica João. “Os efeitos da cirurgia bariátrica tendem a ser benéficos porque geralmente o paciente também tem obesidade ou muita gordura abdominal. A maioria das pessoas que faz operação consegue normalizar os níveis de glicose e, caso a doença volte, vem menos agressiva”, completa o especialista.

Redução de gastos

Além de melhorar ou reverter o quadro de diabetes tipo 2, a cirurgia bariátrica pode reduzir o uso de medicação e gastos com saúde em pacientes. “A cirurgia bariátrica resulta em perda de peso a longo prazo, melhora no estilo de vida e diminuição da mortalidade. Além disso, há casos em que os medicamentos de combate a diabetes são reduzidos ou completamente eliminados da vida do paciente”, observa o cirurgião.