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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

28 de Janeiro é dia do Comércio Exterior

Há 204 anos, precisamente no dia 28 de janeiro de 1808, D. João VI assinou uma carta declarando abertos os portos brasileiros às nações amigas. Com isso, o Brasil pôde fechar seus primeiros negócios e acordos comerciais sem a interferência de Portugal, tornando-se comercialmente independente. Por esse motivo, a data foi escolhida para comemorar o dia do Comércio Exterior. Nesta data, é comum a divulgação pelo Brasil de balanços nacionais a respeito das relações comerciais do Brasil com outros países. Mas, o que o Economista baiano Gustavo Pessoti preferiu fazer foi um balanço das transações feitas na Bahia no último ano.
Segundo ele, o Estado registrou no ano passado um saldo comercial de US$ 3,2 bilhões, o melhor resultado da história do comércio exterior baiano. Tanto as exportações, que alcançaram US$ 11 bilhões e crescimento de 24% em relação a 2010, quanto as importações - US$ 7,8 bilhões e incremento de 15,8% - bateram recorde. “Os preços favoráveis das matérias-primas ajudaram a impulsionar as vendas lá fora. Na média, eles cresceram 20% em toda a pauta baiana em relação a 2010. Já o aquecimento da economia baiana e o dólar barato contribuíram para compras também elevadas no exterior”, destaca o economista. Preços favoráveis das commodities, em média 20% superiores a 2010 e o crescimento das economias dos países emergentes, principalmente os da América Latina e Ásia também sustentaram a demanda externa por produtos da Bahia. “Argentina e China foram os dois maiores destinos para os produtos baianos em 2011”, pontua Gustavo.
O resultado recorde das exportações foi obtido mesmo com a crise financeira que assola as principais economias mundiais, além do câmbio desfavorável durante a maior parte do ano. Sustentou a demanda externa por produtos baianos o crescimento das economias dos países emergentes, principalmente os da América Latina e Ásia. Argentina e China foram os dois maiores destinos para os produtos baianos em 2011.
Gustavo destaca que as commodities agrícolas e minerais exportadas pela Bahia foram os destaques da pauta em 2011. Petróleo e derivados lideraram as vendas com 18% de participação, seguido pelo setor de papel e celulose, com 16,4%. Destacou-se, ainda, a soja e seus derivados, com crescimento de 38% sobre o ano anterior; algodão, com 129%; cobre, com 46%; ouro, com 15%; e café, com 36%, dentre as mais importantes.  “Por causa dos preços altos e da forte demanda, sobretudo chinesa, a participação das commodities nas exportações baianas aumentou de 63%, em 2010, para 69% em 2011”, pontua.
Na área dos manufaturados, o setor químico/petroquímico teve 2,5% de crescimento em relação a 2010, ocupando a terceira posição entre os principais segmentos de exportação do estado. Pneus com incremento de 42% e material elétrico com 3,5% de crescimento também alcançaram desempenho positivo. O mesmo não aconteceu com o setor automotivo (queda de 11,6%) e calçados (-13,7%). “Comprometeram o desempenho do setor industrial o câmbio valorizado, que fortaleceu a entrada de importados, os juros altos e a pressão de custos, que gerou perda de competitividade em diversos setores”.

Balanço por município

O município de Camaçari liderou o ranking de municípios exportadores da Bahia em 2011, com vendas ao mercado externo totalizando US$ 2,34 bilhões, o que representou 22,3% do total das exportações baianas no período. “Apesar da liderança, o município perdeu 5,8 pontos percentuais de participação no total das vendas externas do estado comparado a 2010, por conta da queda de 11,6% nas exportações do setor automotivo e do baixo crescimento do setor químico/petroquímico (2,5%)”, declarou Pessoti.
A indústria, com forte participação na economia de Camaçari, teve em 2011 um ano difícil, marcado pelo aperto do crédito; câmbio valorizado, que fortaleceu a entrada de importados; e uma pressão nos custos da folha de pagamento, que cresceu acima da produtividade no setor, comprometendo o desempenho da atividade.
Com exceção de Itagibá, que em função do início das operações da Mirabela Mineração iniciou as vendas de minério de níquel em 2011, o município que teve maior incremento nas vendas externas em 2011 foi o de Correntina, com 104%. A cada ano com maior destaque na exportação de produtos agrícolas, Correntina se destacou no ano passado com embarques do complexo soja (grão, farelo e óleo) e algodão, que teve em 2011 destaque não visto na pauta de exportação do estado há muitos anos, graças a preços recordes no mercado internacional.
Com o boom dos preços das commodities, todos os municípios produtores de grãos e minérios tiveram bom desempenho. “Estão ainda entre os maiores municípios exportadores em 2011 São Francisco do Conde (petróleo, propeno) com US$ 2,05 bilhões e crescimento de 45,4%; Mucuri (celulose, papel, mamão) com US$ 940 milhões (+2%); Luis Eduardo Magalhães (soja, algodão, café, mamão)  com US$ 924,6 milhões (+90,1%); Dias D’avila (catodos e fios de cobre) com US$ 875 milhões (+44%); e Eunápolis (papel e celulose) com US$ 491 milhões e +11,4%. O município de Salvador (químicos, plásticos, óleos vegetais) ocupa a 10ª posição no estado, com vendas de US$ 202,35 milhões correspondente a apenas 1,93% do total das exportações da Bahia no período”, retala o economista.
“Com relação às importações, Camaçari também lidera com expansão de 17,3% e 42% de participação no total adquirido no exterior pelo estado em 2011. Seguem-se Dias D’avila, São Francisco do Conde e Salvador que registra compras principalmente de trigo, circuitos integrados, tela para computadores, papel jornal e unidades de disco ópticos”, relata o economista.
Para 2012, as perspectivas para as exportações estaduais só devem se alterar se houver um recuo muito forte no crescimento da economia mundial, principalmente nas duas locomotivas internacionais: EUA e China. “Entretanto, a magnitude do crescimento das exportações ainda é uma incógnita, dado o cenário de recessão esperada para a zona do euro, além do baixo crescimento dos Estados Unidos e da desaceleração chinesa”, conclui Gustavo Pessoti.

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