A Unidade de Conservação Municipal “Refúgio da Vida Silvestre de Amargosa” (REVISA), localizada na Serra do Timbó, foi tema de matéria na Revista Sfera, publicação baiana bimestral voltada para temas ligados à biodiversidade e recursos naturais.
Ocupando 5.822 hectares e quase totalmente composta por matas, capoeiras e lajes, a Unidade de Conservação envolve áreas preservadas de Mata Atlântica. O texto da Revista Sfera destacou as belezas naturais da região, a diversidade da fauna e da flora e o ecoturismo, além da preocupação com a conservação do meio ambiente e com o uso sustentável dos recursos naturais.
Confira a matéria na íntegra:
Timbó: Turismo ecológico e científico
Reserva ambiental no município de Amargosa engloba áreas preservadas da Mata Atlântica de toda bacia hidrográfica do Rio Jiquiriçá
Em meio à crescente degradação do meio ambiente, PRESERVAR é a palavra chave para manter viva a riqueza que ainda nos resta. E a cidade de Amargosa, localizada no Recôncavo sul da Bahia, em parceria com órgãos públicos e privados, está investindo na manutenção de seu patrimônio natural, a Mata Atlântica, através da criação de uma série de projetos que pretendem buscar melhorias e manutenção da fauna e flora locais.
Com menos de 3,5% da Mata Atlântica original, os projetos visam a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais com o apoio e a criação de Unidades de Conservação no Município, além de promoverem a restauração agroflorestal através de investimentos em viveiros de produção de mudas para recuperação de áreas degradadas. A realização de atividades de educação ambiental também será um ponto importante na execução do projeto que irá garantir cursos, eventos e campanhas de sensibilização da população.
Ecoturismo
O desenvolvimento do ecoturismo é primordial e, aos poucos, estão sendo criadas condições para o seu desenvolvimento. O ecoturismo, além de promover o contato das pessoas com o meio ambiente, estimula o olhar do turista ecologicamente consciente e interessado em valorizar aspectos ambientais e históricos, ao lado de belezas naturais e entretenimento.
As trilhas do Timbó estão sendo adaptadas para receber visitantes. Elas já contam com uma estrutura adequada que garante a segurança, como corrimãos, sinalizações, pontes e escadas. Para visitá-las, é obrigatório o acompanhamento de um guia, que vai garantir, além de uma simples admiração das belezas naturais, um conhecimento acerca da flora e fauna locais, proporcionando uma forma de educação ambiental.
Trilha de Jequitibá
A trilha de Jequitibá é uma das mais visitadas da região. O seu nome foi dado devido ao principal atrativo da trilha, uma árvore milenar de Jequitibá Rosa com mais de 30 metros de altura que está lá antes mesmo da chegada dos portugueses em nossas terras. A sua conservação é de grande importância, por isso ela é cuidadosamente protegida para que os visitantes possam apreciá-la.
Para chegar à trilha de Jequitibá é necessário adentrar na mata, por isso, deve-se exigir certo cuidado, pois no meio do caminho podem aparecer animais do ambiente local que oferecem riscos, como cobras peçonhentas. Daí também a obrigatoriedade de guias preparados. A trilha já possui sinalizações para facilitar o percurso e evitar o problema de desaparecimentos.
Serra do Timbó
A área da Serra do Timbó está inserida no Bioma Mata Atlântica, um dos mais ameaçados do mundo e que abriga parcela significativa da diversidade biológica do Brasil.
Os caminhos para chegar ao Timbó são diversos, Baixa de Areia, Tauá e Correntina. O acesso mais conhecido é o que passa pela sede da fazenda Timbó. Para os que gostam de história, é o melhor caminho, pois relembra os tempos dos casarões, senhores de engenho e escravos. Uma passada no casarão da família Castro é um bom testemunho dessa história.
A serra também é rica em nascentes, corredeiras e quedas d’água, que encantam com suas águas claras. Em uma dessas quedas está instalada a barragem do Timbó, que abastece por gravidade a cidade de Amargosa vinte e quatro horas por dia.
Ao chegar ao topo da Serra do Timbó, que alcança 800 metros de altura, pode se avistar o Morro do Pelado, onde uma vegetação sensível exige cuidado para se manter sustentada nas rochas. A vista é de beleza exuberante e o clima fresco devido à altitude. A serra possui sem dúvida um valor paisagístico inestimável com suas diversas cachoeiras, picos e lindas paisagens.
Refúgio de Vida Silvestre
Visitar a Serra do Timbó é ter acesso a uma variedade de animas e plantas, muitas exclusivas do local. Para se ter uma ideia, nos últimos estudos feitos, em 2007 e 2008, foram coletadas 505 espécies de angiospermas (plantas com flores e frutos), entre elas, 25 espécies endêmicas da Mata Atlântica, nove espécies novas, sendo quatro exclusivas do Timbó.
Registraram-se também 54 espécies de mamíferos, 11 delas ameaçadas de extinção. Foram coletadas 54 espécies de anfíbios (sapos, rãs e pererecas), das quais 32 endêmicas da Mata Atlântica, 20 restritas à região do Recôncavo e Sul da Bahia, e seis prováveis espécies novas e exclusivas da Serra do Timbó.
Observaram-se também diversos répteis, dos quais 21 são espécies típicas da Mata Atlântica, nove endêmicas e uma espécie ameaçada de extinção, além de 255 espécies de aves, 42 consideradas endêmicas do bioma Mata Atlântica – 12 estão em alguma categoria de ameaçadas, fazendo da região a quarta área mais importante para conservação das aves no estado da Bahia.
Fonte: revistasfera
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