Cabelo de Serpente no Conexão Vivo na Sala do Coro

Cabelo de Serpente é a próxima representante do interior da Bahia no Conexão Vivo na Sala do Coro.

De Juazeiro, a banda formada por seis músicos apresenta a interface da música regional e global em show na próxima segunda, dia 26, no TCA

Depois das apresentações de cinco atrações baianas, entre cantores e bandas, o grupo selecionado pelo projeto Conexão Vivo na Sala do Coro para se apresentar nesta segunda-feira, 26, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA), é Cabelo de Serpente, de Juazeiro.
No show, a banda mostra o resultado do trabalho que propõe a integração de ritmos regionais com alguns elementos daquilo que eles chamam de música globalizada.

Assim, o maracatu, o côco, o maculelê, o afoxé e o samba misturam-se ao pop, ao rock, ao soul e ao funk em composições que falam sobre temas da região do sertão nordestino, como o clima seco e o sol forte da região, a coragem do cangaceiro, o cotidiano das pessoas que ali vivem e os cantos das lavadeiras na beira do rio, dentre outros.

Tendo a diversidade e a pluralidade como premissas, a música produzida no interior do estado tem espaço reservado no Conexão Vivo na Sala do Coro. Dos 12 artistas participantes, três atrações são originárias de municípios que estão além da Grande Salvador. Ao lado de Cabelo de Serpente, estão Gutemba, de Vitória da Conquista, que já se apresentou com casa lotada, e Quixabeira de Lagoa da Camisa, de Feira de Santana, que se apresenta em 14 de abril.

Segundo o jornalista Luciano Matos, membro da comissão de avaliação, o exercício de curadoria exigiu clareza na definição dos critérios de seleção. "Como tivemos não só uma boa quantidade de inscritos, mas muitos artistas novos de qualidade, optamos por dar uma atenção especial para nomes novos ou aqueles que possuem poucos lançamentos e oportunidades dentro desse mercado", esclarece Matos, em nome da comissão.

Banda - A Cabelo de Serpente foi criada recentemente, mas traz na bagagem a experiência de dois de seus integrantes –Rafael e Omar– que já haviam se reunido há mais de oito anos para formar um grupo de rock. Em 2005, a dupla resolveu realizar um trabalho que tivesse uma cara mais brasileira e regional. A partir dessa decisão, o maracatu, o coco e o maculelê passam a fazer parte da proposta musical do grupo.

O plano da formação da banda, no entanto, tomou fôlego apenas em 2006, quando os artistas apresentaram a canção "Vixe, Oxente e Bichin" no Palco do Raízes & Remix, em uma participação especial no show da banda Andranjos. Mais quatro anos se passaram e Rafael e Omar encontraram Laércio e John, que também discutiam sobre a formação de um grupo.

Aos quatro, juntaram-se ainda Perry e Hamsés. A formação ficou com Rafael Waladares (violonista e vocal principal), John (contrabaixista e backing vocal), Omar Dantas (percussionista e backing vocal), Hamsés Félix (violinista e rabequeiro), Laercio Calixto (baterista) e Pyerre Wollas (guitarrista). Concentrados na criação de trabalhos autorais, os músicos preparam agora o primeiro álbum da banda, Que lua é essa?.

Projeto – O Conexão Vivo na Sala do Coro é uma continuidade ao projeto iniciado em 2010, voltado para a valorização e estímulo da produção musical baiana e que dá oportunidade para artistas locais mostrarem suas propostas ao público.
Todas as bandas e cantores que se apresentam no projeto na Sala do Coro foram escolhidos por edital público, composto por uma curadoria formada por profissionais do mercado da música local.

Desde o início do projeto, no mês de fevereiro, já subiram ao palco do TCA as bandas Maglore e Sanbone Pagode Orquestra, além dos cantores Gutemba, Nana e Mestre Lourimbau. Ainda se apresentarão nesta edição o cantor Humberto Monteiro, Soraia Drummond, Quixabeira de Lagoa da Camisa, Vandex, Pedro de Rosa Morais e Marcela Bellas.