Ao completar sete anos de implantado, o Projeto de Revitalização do Comércio já atraiu 1.330 empreendimentos para o bairro, gerando 40 mil empregos. São bares, redes de restaurantes, call centers, instituições educacionais e de crédito, escritórios, serviços cartoriais, agências de viagem, loja de departamento, consulados, Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e até novos empreendimentos imobiliários. De degradado a revitalizado, o bairro do Comércio tem hoje, das edificações em bom estado, 95% já ocupadas, restando apenas aquelas que necessitam de restauração.
O processo desenvolvido pelo Escritório de Revitalização do Comércio (ERC) vem seguindo modelos bem-sucedidos implantados em cidades portuárias, como Nova York, São Francisco, Barcelona, Buenos Aires e Vigo, na Itália. Com uma população circulante de 120 mil pessoas por dia, chegando a 140 mil na alta estação com a chegada dos transatlânticos no Porto de Salvador, o Comércio guarda parte da história de crescimento comercial da cidade, além de abrigar monumentos e pontos turísticos de Salvador.
Recuperação da vocação comercial/financeira - Durante este período, a região passou por uma grande transformação, e começou a receber empreendimentos que geraram muitos empregos, como os 15 call centers.
O bairro do Comércio reivindica a sua antiga condição de centro financeiro de Salvador, que teve seu esplendor nas décadas de 50, 60 e 70 e hoje tem 25 agências bancárias, além de mais de 200 financeiras. Uma das empresas que viveram este apogeu, a Companhia de Ferro Liga da Bahia (Ferbasa) retorna ao bairro após a recuperação do Edifício Raimundo Magalhães, na Rua Torquato Bahia, que completou 40 anos de construção.
O prédio, que teve as sedes dos bancos Econômico, da Bahia e do Estado da Bahia (antigo Baneb), hoje mantém em suas instalações outras grandes instituições financeiras, como a do Banco do Brasil e Bradesco. O imóvel é uma representação da história do Comércio, conhecendo a degradação até a revitalização dos dias atuais, quando agrega grandes empreendimentos.
A Ferbasa, companhia do setor mineral, teve sede no edifício nos anos 80 e duas décadas depois retornou à região, instalando no imóvel um departamento de Comércio Exterior para dar suporte ao seu parque industrial metalúrgico no município baiano de Pojuca. Com 51 anos de atuação na indústria e comércio de ferro-liga à base de silício e cromo, a companhia retornou ao local devido à localização estratégica e das novas e modernas instalações do edifício.
O prédio passou por uma reforma física e estrutural e de suas instalações, teve a fachada toda pastilhada e as salas agora têm sanitário individual. Há ainda um centro de conferência, café, espaço de convivência e serviço de coleta seletiva. Nos onze andares, estão instalados escritórios de advocacia, contabilidade, representação comercial, corretagem de seguros, engenharia civil, eventos, financeira e academia. No térreo, onde funcionou o antigo Supermercado Paes Mendonça, está o Restaurante Salvador Grill, totalizando 86 empresas.
Novos empreendimentos - A beleza dos seus prédios antigos não passou despercebida ao empresariado da área de Educação. Quem chegou primeiro, no início do Projeto de Revitalização do Comércio, como as faculdades da Cidade e Dom Pedro II, comprou os mais bonitos e conservados, esta última em número de cinco edificações. As experiências bem-sucedidas atraíram a atenção de outras instituições e o Comércio tornou-se um pólo educacional, ofertando assim mais de 12 mil vagas.
Outras instituições chegaram ao bairro, como a Unijorge, a Princesa Isabel, a Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) e o Instituto de Educação e Tecnologia (Inet). São oferecidos cursos de graduação, pós-graduação, de nível médio e superiores de Tecnologia, tanto presenciais, quanto à distância. A expansão deste pólo para áreas adjacentes como a Calçada, que tem a Faculdade da Bahia (FAB) e o Centro Integrado da Bahia (FIB), mostra que os investimentos foram bem-sucedidos.
Não se pode dizer que o bairro tenha um perfil único e assim o Comércio transformou-se também num centro gastronômico. Restaurantes existentes como o Colon, instalado desde 1914, o Le Bistroquet, o Torre Mollinos, Filé do Juarez, Porto Gourmet e o antigo Trapiche Adelaide, somaram-se às novas redes, como a Empada Carioca, o San Filé, Subway, Spolleto e o Rei do Mate, além de inúmeros outros estabelecimentos classificados como comercial, caseiro, internacional e sofisticado.
Reaproveitamento de áreas - Uma das áreas mais cobiçadas de Salvador pelos grupos empresariais do ramo da construção civil, principalmente os estrangeiros que vêm se associando aos brasileiros, é o trecho da encosta compreendido entre o Campo Grande e o Largo Dois de Julho, devido à belíssima vista para a Baía de Todos-os-Santos. "Um mirante natural de onde se pode ver a segunda maior baía do mundo. A primeira, se considerado o potencial navegável, de incrível beleza e provável aproveitamento", encanta-se o empresário espanhol Fernando Cortés Corripio.
Como um dos sócios do Cloc Marina Residence, que está sendo erguido na Avenida Lafayette Coutinho (Contorno), onde antes funcionava a antiga Boate Cloc, o empresário diz que na escolha do local pesou também a proximidade com o Comércio e seu processo de revitalização. Em uma área de 6.700 m² estão sendo erguidas cinco unidades comerciais e mais uma edificação com 128 apartamentos, um café, cinco salas, uma loja e um restaurante.
No início da avenida, junto ao Porto Trapiche Apart Hotel, o empresário Armando Correia Ribeiro está erguendo mais um prédio de luxo sobre as águas da baía, num dos metros quadrados mais caros de Salvador. Ainda na encosta da avenida será construído um apart hotel e atrás um novo bairro exclusivo, o Santa Tereza, um bairro dentro de outro, do Dois de Julho. Um projeto arrojado da empresa paulista Txaí em parceria com o ex-jogador Toninho Cerezo.
Um hotel de um grupo americano também será construído na encosta, atrás da Igreja de Santa Tereza, onde a área já está cercada e o projeto aguarda as licenças. Outra parte da encosta mais degradada, na Conceição da Praia, vem despertando o interesse do empresariado. Alguns casarões já foram comprados e os projetos aguardam aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Eles devem ser transformados em restaurantes, cafés e lojas de grife. "Quem procurar novas áreas pode achar. Tenho recebido a visita de muitos empresários estrangeiros interessados neste tipo de imóvel", garante o coordenador-geral do Escritório de Revitalização do Comércio (ERC), Marcos Cidreira.
Ações municipais trazem segurança e conforto - O crescente número de pessoas circulando no bairro do Comércio alertou o ERC para a necessidade de dar mais acessibilidade nas calçadas, que estavam esburacadas por falta de manutenção e pelos gotejamentos dos aparelhos de ar-condicionado, e para a segurança nos elevadores. Uma operação conjunta entre a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) e o ERC está cobrindo toda a área do bairro.
Os fiscais da Coordenadoria de Segurança da Sucom estão com a atenção voltada principalmente para inspeção nos elevadores dos prédios mais antigos, já que a área está repleta destes tipos de edificações seculares. A devida manutenção nos passeios - por onde circulam pessoas portadoras de necessidades especiais, crianças, gestantes e idosos, parte da população mais vulnerável aos acidentes - e os gotejamentos dos aparelhos de ar-condicionado também estão na mira dos fiscais.
Na Avenida da França, onde já foram instalados 60 refletores, com lâmpadas verdes no canteiro central para dar um efeito cênico nas árvores, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Prevenção à Violência (Sesp) vai promover o banho de luz, melhorando ainda mais a circulação dos transeuntes e dos turistas. A necessidade de melhoria no nível da luminosidade das vias de maior movimentação no Comércio vai beneficiar também os trabalhadores dos call centers e os estudantes das inúmeras instituições educacionais da área que transitam no período noturno.
Ruas como a Miguel Calmon, Portugal e a Avenida Estados Unidos receberam novos postes de 14m de altura com uma ou duas pétalas. São 103 postes com luminárias de lâmpadas de 400 watts e 114 com lâmpadas de 250 watts de potência. A Prefeitura do Salvador também aumentou a oferta de linhas de ônibus, e hoje o bairro é um dos mais bem servidos, como informa Marcos Cidreira. O poder público restaurou o Plano Inclinado do Pilar e está fazendo manutenção no Gonçalves e no Elevador Lacerda para melhorar a acessibilidade da população ao bairro.
O processo desenvolvido pelo Escritório de Revitalização do Comércio (ERC) vem seguindo modelos bem-sucedidos implantados em cidades portuárias, como Nova York, São Francisco, Barcelona, Buenos Aires e Vigo, na Itália. Com uma população circulante de 120 mil pessoas por dia, chegando a 140 mil na alta estação com a chegada dos transatlânticos no Porto de Salvador, o Comércio guarda parte da história de crescimento comercial da cidade, além de abrigar monumentos e pontos turísticos de Salvador.
Recuperação da vocação comercial/financeira - Durante este período, a região passou por uma grande transformação, e começou a receber empreendimentos que geraram muitos empregos, como os 15 call centers.
O bairro do Comércio reivindica a sua antiga condição de centro financeiro de Salvador, que teve seu esplendor nas décadas de 50, 60 e 70 e hoje tem 25 agências bancárias, além de mais de 200 financeiras. Uma das empresas que viveram este apogeu, a Companhia de Ferro Liga da Bahia (Ferbasa) retorna ao bairro após a recuperação do Edifício Raimundo Magalhães, na Rua Torquato Bahia, que completou 40 anos de construção.
O prédio, que teve as sedes dos bancos Econômico, da Bahia e do Estado da Bahia (antigo Baneb), hoje mantém em suas instalações outras grandes instituições financeiras, como a do Banco do Brasil e Bradesco. O imóvel é uma representação da história do Comércio, conhecendo a degradação até a revitalização dos dias atuais, quando agrega grandes empreendimentos.
A Ferbasa, companhia do setor mineral, teve sede no edifício nos anos 80 e duas décadas depois retornou à região, instalando no imóvel um departamento de Comércio Exterior para dar suporte ao seu parque industrial metalúrgico no município baiano de Pojuca. Com 51 anos de atuação na indústria e comércio de ferro-liga à base de silício e cromo, a companhia retornou ao local devido à localização estratégica e das novas e modernas instalações do edifício.
O prédio passou por uma reforma física e estrutural e de suas instalações, teve a fachada toda pastilhada e as salas agora têm sanitário individual. Há ainda um centro de conferência, café, espaço de convivência e serviço de coleta seletiva. Nos onze andares, estão instalados escritórios de advocacia, contabilidade, representação comercial, corretagem de seguros, engenharia civil, eventos, financeira e academia. No térreo, onde funcionou o antigo Supermercado Paes Mendonça, está o Restaurante Salvador Grill, totalizando 86 empresas.
Novos empreendimentos - A beleza dos seus prédios antigos não passou despercebida ao empresariado da área de Educação. Quem chegou primeiro, no início do Projeto de Revitalização do Comércio, como as faculdades da Cidade e Dom Pedro II, comprou os mais bonitos e conservados, esta última em número de cinco edificações. As experiências bem-sucedidas atraíram a atenção de outras instituições e o Comércio tornou-se um pólo educacional, ofertando assim mais de 12 mil vagas.
Outras instituições chegaram ao bairro, como a Unijorge, a Princesa Isabel, a Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) e o Instituto de Educação e Tecnologia (Inet). São oferecidos cursos de graduação, pós-graduação, de nível médio e superiores de Tecnologia, tanto presenciais, quanto à distância. A expansão deste pólo para áreas adjacentes como a Calçada, que tem a Faculdade da Bahia (FAB) e o Centro Integrado da Bahia (FIB), mostra que os investimentos foram bem-sucedidos.
Não se pode dizer que o bairro tenha um perfil único e assim o Comércio transformou-se também num centro gastronômico. Restaurantes existentes como o Colon, instalado desde 1914, o Le Bistroquet, o Torre Mollinos, Filé do Juarez, Porto Gourmet e o antigo Trapiche Adelaide, somaram-se às novas redes, como a Empada Carioca, o San Filé, Subway, Spolleto e o Rei do Mate, além de inúmeros outros estabelecimentos classificados como comercial, caseiro, internacional e sofisticado.
Reaproveitamento de áreas - Uma das áreas mais cobiçadas de Salvador pelos grupos empresariais do ramo da construção civil, principalmente os estrangeiros que vêm se associando aos brasileiros, é o trecho da encosta compreendido entre o Campo Grande e o Largo Dois de Julho, devido à belíssima vista para a Baía de Todos-os-Santos. "Um mirante natural de onde se pode ver a segunda maior baía do mundo. A primeira, se considerado o potencial navegável, de incrível beleza e provável aproveitamento", encanta-se o empresário espanhol Fernando Cortés Corripio.
Como um dos sócios do Cloc Marina Residence, que está sendo erguido na Avenida Lafayette Coutinho (Contorno), onde antes funcionava a antiga Boate Cloc, o empresário diz que na escolha do local pesou também a proximidade com o Comércio e seu processo de revitalização. Em uma área de 6.700 m² estão sendo erguidas cinco unidades comerciais e mais uma edificação com 128 apartamentos, um café, cinco salas, uma loja e um restaurante.
No início da avenida, junto ao Porto Trapiche Apart Hotel, o empresário Armando Correia Ribeiro está erguendo mais um prédio de luxo sobre as águas da baía, num dos metros quadrados mais caros de Salvador. Ainda na encosta da avenida será construído um apart hotel e atrás um novo bairro exclusivo, o Santa Tereza, um bairro dentro de outro, do Dois de Julho. Um projeto arrojado da empresa paulista Txaí em parceria com o ex-jogador Toninho Cerezo.
Um hotel de um grupo americano também será construído na encosta, atrás da Igreja de Santa Tereza, onde a área já está cercada e o projeto aguarda as licenças. Outra parte da encosta mais degradada, na Conceição da Praia, vem despertando o interesse do empresariado. Alguns casarões já foram comprados e os projetos aguardam aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Eles devem ser transformados em restaurantes, cafés e lojas de grife. "Quem procurar novas áreas pode achar. Tenho recebido a visita de muitos empresários estrangeiros interessados neste tipo de imóvel", garante o coordenador-geral do Escritório de Revitalização do Comércio (ERC), Marcos Cidreira.
Ações municipais trazem segurança e conforto - O crescente número de pessoas circulando no bairro do Comércio alertou o ERC para a necessidade de dar mais acessibilidade nas calçadas, que estavam esburacadas por falta de manutenção e pelos gotejamentos dos aparelhos de ar-condicionado, e para a segurança nos elevadores. Uma operação conjunta entre a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) e o ERC está cobrindo toda a área do bairro.
Os fiscais da Coordenadoria de Segurança da Sucom estão com a atenção voltada principalmente para inspeção nos elevadores dos prédios mais antigos, já que a área está repleta destes tipos de edificações seculares. A devida manutenção nos passeios - por onde circulam pessoas portadoras de necessidades especiais, crianças, gestantes e idosos, parte da população mais vulnerável aos acidentes - e os gotejamentos dos aparelhos de ar-condicionado também estão na mira dos fiscais.
Na Avenida da França, onde já foram instalados 60 refletores, com lâmpadas verdes no canteiro central para dar um efeito cênico nas árvores, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Prevenção à Violência (Sesp) vai promover o banho de luz, melhorando ainda mais a circulação dos transeuntes e dos turistas. A necessidade de melhoria no nível da luminosidade das vias de maior movimentação no Comércio vai beneficiar também os trabalhadores dos call centers e os estudantes das inúmeras instituições educacionais da área que transitam no período noturno.
Ruas como a Miguel Calmon, Portugal e a Avenida Estados Unidos receberam novos postes de 14m de altura com uma ou duas pétalas. São 103 postes com luminárias de lâmpadas de 400 watts e 114 com lâmpadas de 250 watts de potência. A Prefeitura do Salvador também aumentou a oferta de linhas de ônibus, e hoje o bairro é um dos mais bem servidos, como informa Marcos Cidreira. O poder público restaurou o Plano Inclinado do Pilar e está fazendo manutenção no Gonçalves e no Elevador Lacerda para melhorar a acessibilidade da população ao bairro.
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