511 anos e Pouca coisa a comemorar no aniversário da Baía de Todos os Santos

A Baía de Todos os Santos, a maior do Brasil e a segunda do mundo, completa neste 1º de novembro seus 511 anos de batismo. E na visão do ambientalista Marcell Moraes, que se elegeu vereador pelo Partido Verde de Salvador, na proporção que se tem motivos para homenagear essa imensidão de mar azul, há também motivação para lamentar e se preocupar com essa divindade que é de todos os santos. 

 “São dezenas de praias paradisíacas, mais de mil quilômetros quadrados de água abraçando a capital baiana e centenas de ilhas. Tudo muito lindo, exuberante. Mas não temos tantos motivos para comemorações. Nossa baía está sofrendo”, lamenta o ambientalista.  

Ele explica que ao passo que o estado fatura turisticamente com a baía, o poder público pouco cuida dela. “Por cima parece estar tudo bem, mas por dentro não é bem assim. Os principais problemas são a pesca predatória com explosivos, a falta de estruturação para esgotamento sanitário, a falta de fiscalização sobre o lançamento de dejetos urbanos, a poluição industrial e falta de ordenamento do uso e ocupação do solo”, enumera. 

 Marcell Moraes ainda lembra que “somos baianos por causa da Baía de Todos os Santos. Foi ai que surgiu o nome baiano. Mais um motivo para a população se engajar na luta”, finaliza o ambientalista. 

 O ambientalista comenta ainda que já mobilizou a sociedade através de ONGs com trabalhos de conscientização sobre os cuidados com a Baía e até o Ministério Público já fez mutirões para traçar medidas de preservação. “Mas tudo ainda é muito pouco diante da grandiosidade da baía que deu nome ao nosso estado e é um das maravilhas mais apreciadas do mudo inteiro”.

Sobre a Baía:



Composta por 56 ilhas, a Baía de Todos os Santos se tornou uma Área de Proteção Ambiental (APA) em junho de 1999. A principal ilha é a de Itaparica, com 239 km2 e 40 km de litoral.

As ilhas da baía possuem ainda uma grande biodiversidade, com destaque para os manguezais, restingas, praias paradisíacas e as diversas espécies de animais e plantas encontradas. O encontro das águas da Baía com

o Rio Paraguaçu, principal manancial hidrográfico do Recôncavo Baiano, também atrai os turistas.