Saindo do padrão do discurso político chamando para os soteropolitanos a responsabilidade pela tão esperada "reconstrução" da cidade. "É claro que houve muitos erros políticos, mas para que a cidade retome o seu brilho, precisamos que as pessoas tomem a causa pra si. Não dá mais pra ver gente jogando lixo pela janela do carro e abaixando as calças em plena luz do dia pra fazer xixi na rua", alfinetou.
O projeto do Carnaval da Copa do Mundo, como está sendo chamado, tem como objetivo principal confirmar a vocação de turismo e entretenimento de Salvador. "Já conversei com o governador Jaques Wagner (PT), mas precisamos também dialogar com artistas e empresários", declarou Neto. Ele afirmou já ter ideias de locais onde a festa poderia ser realizada, mas não quis confirmar se seria a região da Boca do Rio, já cogitada em anos anteriores para sediar um quarto circuito carnavalesco (já há cortejos nas regiões da Barra-Ondina, Avenida Sete de Setembro e Centro Histórico). Em termos financeiros, a proposta é aproveitar a concentração de turistas e a centralização das atenções da imprensa internacional para o Brasil no período.
O novo prefeito é amante da noite e da vida festeira da cidade, e começou sua vida profissional na área, o que fez questão de citar durante o evento. "Pela primeira vez Salvador está tendo um prefeito que vem do meio do entretenimento. Sei o que esse mercado tem de bom e ruim, e estou diante de alguns dos meus ídolos pedindo ajuda para construir um novo cenário", afirmou, lembrando que as estatísticas recentes apontam o declínio da cidade como destino turístico.
Um dos grandes empreendedores, no sentido estrito do termo, do Carnaval de Salvador, Carlinhos Brown afirmou que a participação dos artistas será efetiva, não apenas com cobranças, mas também com propostas e atitudes. "Quem vota num candidato não pode deixá-lo sozinho durante sua gestão", afirmou. Vale lembrar que o Revéillon de rua de Salvador, que estava ameaçado de não acontecer esse ano, está sendo viabilizado através de articulações do artista.
À frente da Timbalada, o cantor Denny, também ressaltou a falta de diálogo entre os músicos e o atual prefeito. "Eu viajo o Brasil e o mundo inteiro e vejo muita coisa que poderia ser implantada aqui, mas nós não pudemos falar nem ouvir. Hoje é a primeira vez que estamos vendo essa oportunidade em muito tempo", comemorou.
Presidente da ABRE na Bahia, o empresário Ricardo Lelis comemora as novas perspectivas. "Valorizar o setor é entender a vocação natural da cidade. O verão já começou e esse ano é muito curto, então, não resolvemos antecipar esse encontro e abrir um canal de diálogo", declarou. Durante o evento, Lelis evitou criticar a gestão atual, afirmando que ela já foi julgada pela população (e avaliada como a pior do Brasil entre as capitais).

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