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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Professora conta como o boxe transformou sua vida


Em entrevista, professora e ex-atleta de boxe fala do prazer em ensinar as técnicas do esporte que um dia transformou a sua vida. Aline Silva aproveitou a oportunidade para falar um pouco sobre sua história. 

 EP – Quem é Aline Silva?

Aline Silva: Bem, antes de entrar para o boxe, eu me envolvia em todo tipo de confusão Eu era muito violenta, não aceitava levar desaforo para casa, criava desavença em todos os ambientes: na escola, em casa, na rua. Até já fui presa em um carnaval.

Fui assim até parte de minha adolescência, até que um amigo me convidou para treinar na academia de Gilvã. Ao chegar ao lugar, percebi que só haviam homens, mas mesmo assim resolvi encarar. Comecei a levar tudo aquilo a sério e hoje digo, com muito carinho, que Gilvã e o boxe transformaram a minha vida.

Foi a partir daí que descobri que podemos lutar ou até mesmo brigar, mas por um objetivo na vida, pelo nosso crescimento como cidadãos, como pessoas sensíveis e comprometidas com valores fundamentais, como o respeito e honestidade. Dessa forma, me tornei uma mulher responsável, me apaixonei pelo professor Gilvã, estamos casados há 10 anos e posso dizer que sou uma pessoa realizada.

EP – Como surgiu a ideia de ser uma atleta?

Aline Silva: Quando conheci Gilvã, ele já sabia da minha fama de “brigona”. Por isso ele realizou um trabalho individual comigo na tentativa de transformar o problema em talento e me tornar uma profissional, uma campeã.  O trabalho era bastante intenso e cansativo, treinava dia e noite, me sentia exausta, mas tudo valeu a pena. Minha primeira luta como profissional foi em Recife, onde disputei o Campeonato Regional de Boxe, logo depois voltei para Salvador para disputar o Campeonato Brasileiro, representando a Bahia, sendo a campeã brasileira de boxe feminino. Aí eu não parei mais, participei de diversas competições e hoje já tenho 12 anos de esporte, deixei de competir há 4 anos, por conta do trabalho, sou assistente administrativo, e da família, mas não deixei o ringue, dentre as atividades cotidianas está a de professora de boxe feminino do Elisna. O boxe é minha paixão.

 EP – Você tem uma quantidade considerável de alunas. Como é para você ver tantas meninas seguindo seu exemplo?

Aline Silva: Orgulhosa. Elas me têm como exemplo. Isso é maravilhoso, ser exemplo de vida e poder contribuir para o futuro dessas jovens. Por aqui já passaram várias campeãs, meninas talentosas. Hoje aqui temos excelentes boxeadoras, como a Thaiana dos Santos, que é a nossa grande promessa.

Espelho – No boxe masculino sabemos que muitos garotos praticam o esporte não só por amor, mas sim para fugir da criminalidade do bairro. Com as meninas isso também acontece?

Aline: Com certeza, a gente sabe que o bairro do Nordeste de Amaralina tem um índice muito alto de criminalidade. Hoje homens e mulheres estão envolvidos com o tráfico de drogas; lógico que os homens em número muito maior, mas as mulheres têm participado cada vez mais dessas estatísticas. Fazemos um trabalho bastante intensificado, trabalhamos o psicológico do atleta, seja ele menino ou menina e fazemos também um acompanhamento familiar, pois a família é a base de tudo.

EP – Além do boxe você tem outra profissão?

Aline Silva: Tenho sim, hoje não luto, mas sou professora de boxe, além de cursar administração e ser assistente administrativo.

EP – Você também é uma das idealizadoras do projeto. Como surgiu a ideia?

Aline Silva:  Sabe aquela frase "Fazemos as coisas ou pelo amor ou pela dor". Em nosso caso não foi muito diferente, criamos o projeto tanto pelo amor quanto pela dor. Estávamos cansados de perder amigos para as drogas. Acredito que se algo lhe faz bem é importante que você compartilhe isso. Foi diante da mudança de minha vida, por meio do esporte, que fiz questão de incentivar ainda mais o trabalho realizado por Gilvã.

EP – Que mensagem você deixaria para os jovens que estão na batalha para tornarem-se campeões?

Aline Silva: Atualmente temos cerca de 200 alunos envolvidos com a prática do boxe, entre homens e mulheres, de todas as idades, e percebo realmente que todos estão ali não apenas para praticar o esporte, mas com o objetivo de encontrar nele uma profissão, um futuro e, acima de tudo, vitórias. A mensagem que eu deixo para eles é que nunca desistam de tais objetivos. E sempre apresento a minha história, no sentido de incentivá-los. “Caímos para nos levantar vencedores” – E que isso seja levado para todos os campos de suas vidas.

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