A Secretaria da Agricultura do Estado trabalha para tornar a região do Vale do São Francisco a maior fornecedora mundial de cortes especiais de caprinos e ovinos. De acordo com o secretário, Eduardo Salles, a genética da ovinocaprinocultura baiana é reconhecida pela sua qualidade, fruto de intensa pesquisa, chegando até a ser comercializada para outros estados, como o Acre. A Bahia é o maior produtor de caprinos do país e o segundo de ovinos, sendo que 70% dessa produção está concentrada no Vale do São Francisco. Daí a região abrigar a Expovale (Exposição de Caprinos e Ovinos do Vale do São Francisco).
As informações do secretário Eduardo Salles foram passadas durante o lançamento da 24º Fenagri e da 7º Expovale, em café da manhã, nesta sexta-feira, 19, em Salvador. Os dois eventos, que acontecem pela primeira vez juntos, serão realizados entre os dias 14 e 19 de maio, no campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro. O objetivo, na realidade, é usar a Fenagri, que já é consagrada no mercado, para atrair a atenção à Expovale.
“A riqueza e a pobreza convivem próximas, mas agora vamos incorporar as duas atividades na mesma região, que apresenta condições ideais de solo, clima e disponibilidade de água em abundância para o desenvolvimento da agricultura de sequeiro, incluindo a terminação desses animais”, explicou o secretário, lembrando que o Vale do São Francisco é maior região exportadora de frutas do país. A expectativa é que o evento gere R$ 100 milhões em negócios e atraia um público de 60 mil pessoas. Mais informações sobre os eventos podem ser conferidos no site www.fenagriexpovale2013.com.br.
Seca - A estiagem que assola o Nordeste e é considerada a pior dos últimos 40 anos também foi abordado pelo secretário da Agricultura. “Em outubro começam as chuvas, mas não podemos mais ficar esperando. Temos que pensar em propostas para recuperar imediatamente o rebanho e a pastagem. O povo não tolera mais a questão do carro pipa, temos que aprender a conviver com a seca”, frisa. Salles ainda informou que no dia 22 deste mês, em Petrolina, se reunirá com os secretários estaduais de Agricultura do Nordeste, secretários executivos de diversos ministérios, na sede da Embrapa Semiárido, para discutir ações preparatórias para o período de pós-seca e medidas permanentes de convivência com o semiárido. A Bahia possui o maior semiárido do Brasil e o mais populoso do mundo, são 265 municípios baianos que vivem o problema da seca.
Uma das ações a ser discutida, segundo o secretário, é o PAC do Semiárido, que será encaminhado à presidenta Dilma Rousseff. A proposta, que beneficiaria 1,5 milhão de nordestinos, com recursos estimados em R$ 8 bilhões, pretende levar de imediato água e reserva alimentar (palma) para os animais. A projeto inclui ainda a construção de postos artesanais e barragens subterrâneas. O governo federal também vai distribuir dentro de 60 dias volumoso de milho para alimentar os animais, fundamentais para a sobrevivência da população que sofre com a seca.
Sara Barnuevo
Foto Heckel Junior
0 comentários :
Postar um comentário