Caravanas são alternativas para botequeiros durante o Comida di Buteco
O Comida di Buteco, maior concurso de cozinha de raiz do Brasil, começa no dia 12 de abril e até 12 de maio promete levar mais de 3 milhões de boêmios aos botecos de todo o país. Em Salvador, os botequeiros já estão na expectativa para experimentar todas as delícias dos 30 botecos participantes, porém uma questão não sai das suas cabeças: A Lei Seca.
Em vigor desde dezembro do ano passado, o novo texto da Lei 11.705 (Lei Seca ao Volante) prevê a utilização de vídeos, relatos e testemunhas para atestar a embriaguez, além de dobrar o valor da multa que passa de R$957,70 para R$1.915,40. Todas essas medidas fizeram com que o número de blitzes de alcoolemia aumentasse em Salvador. Com a intensificação da fiscalização, os frequentadores dos botecos mudaram os seus comportamentos, refletindo, assim, no movimento dos bares.
A mudança já foi percebida pelos donos dos estabelecimentos. De acordo com Luciano Araújo, dono de bar, o movimento diminuiu nos primeiros meses da lei e agora ele já percebe um novo comportamento dos seus clientes. “Além dos motoristas da rodada, percebemos que muito dos nossos clientes hoje preferem ir de táxi para o bar.”, destaca.
Assíduo frequentador de botecos, o publicitário e psicólogo, Miguel Silveira, defende a lei e já se adequou ao novo estilo de vida: “Não deixo de sair por causa da lei seca e vou de táxi aos lugares que gosto de frequentar. Mas, para mim, o ideal seria um transporte público de qualidade.”, enfatiza.
A organização de caravanas é uma prática que já conquistou adeptos em todas as 16 cidades que participam do Comida di Buteco. Esta é uma alternativa para os botequeiros não serem pegos pela Lei Seca e que mantém o movimento nos bares. “Em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro já é comum a organização de caravanas de amigos para experimentar as delícias do Comida. Eles se reúnem, alugam uma van, montam um itinerário e saem pela cidade, podendo visitar mais de um boteco por noite”, propõe a coordenadora do concurso em Salvador, Cristina Schirmer.
Sobre o Comida di Buteco
A história do Comida di Buteco começou em 1999, quando Eduardo Maya - então produtor e apresentador do programa “Momento Gourmet”, da extinta Rádio Geraes FM - apresentou a emissora a proposta de um concurso que elegesse o melhor tira-gosto de boteco de Belo Horizonte. A ideia logo ganhou a adesão de João Guimarães - proprietário da emissora - e de Maria Eulália Araújo – diretora-executiva da rádio - que, imediatamente, sugeriu o nome do evento.
A primeira edição aconteceu no ano seguinte (2000), com apenas dez botecos participantes. O resultado foi melhor que o esperado, com sucesso de público e crítica. O Comida di Buteco só cresceu mesmo com o fim da Rádio Geraes FM, em 2005, se tornando uma empresa independente.
A cada ano, mais e mais pessoas se envolviam no concurso, transformando o Comida di Buteco em referência nacional. Em 2008, o concurso entrou no conceituado Guia 4 Rodas da Editora Abril e passou a ser realizado em diversas cidades do interior de Minas Gerais e em outros estados. Neste ano também, dois novos sócios se uniram ao projeto: Ronaldo Perri e Flávia Rocha, com a missão de expandir o conceito a outras praças. Em 2013, o concurso acontece simultaneamente em 16 cidades brasileiras, com a participação de aproximadamente 400 estabelecimentos em todo o Brasil.
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