Investimento baiano em qualificação é fator principal para o desenvolvimento do turismo e inclusão social no estado, destaca pesquisador da Fipe
Em sua nova fase de investimentos o turismo baiano foca na capacitação para promover o desenvolvimento e a inclusão social por meio da atividade. Nos últimos seis anos mais de 13 mil profissionais foram qualificados em diversos ramos da atividade por meio de programas da Secretaria do Turismo da Bahia (Setur). A expectativa é que até 2015 este número chegue a 20 mil. A iniciativa foi considerada fundamental para o setor por um dos maiores especialistas brasileiros em economia e estatística do turismo, o pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e professor titular da USP, Wilson Rabahy.
“A Bahia adotou uma estratégia importante ao investir em capacitação. O estado achou o foco principal para o desenvolvimento do setor. Somente através da capacitação você qualifica o destino e o serviço ampliando assim a sua capacidade de inclusão social e econômica da atividade.”, afirmou o pesquisador.
A declaração foi feita durante a Mesa Redonda Inclusão Social e Economia do Turismo na Bahia realizada hoje (11.04), às 14h30, no auditório Mãe Menininha do Gantois, no Centro de Convenções, durante o II Salão Baiano de Turismo. O debate contou também com a participação da Superintendente de Serviços Turísticos da Setur, Cássia Magalhães e da professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro do Núcleo de Planejamento e Gestão do Turismo, Pamela Galvão.
Pamela destacou que a linha que divide o turismo da sua capacidade de exclusão e inclusão é tênue e pode ser modificada pela gestão e por políticas púbicas. “É preciso valorizar o artesanato local, pensar na acessibilidade e ampliar a capacitação para que além do desenvolvimento do turismo se possa promover a inclusão social. O Governo da Bahia tem iniciativas de destaque e números expressivos no que se refere à qualificação”, avaliou.
Inclusão - A pesquisadora da UFBA destacou ainda que é preciso incluir a comunidade não só como empregados, mas também como empreendedores. É dentro deste raciocínio que a Setur tem investido em escritórios de Produção Associada ao Turismo. “Não queremos somente qualificar os trabalhadores. Queremos desenvolver diversos elos da cadeia produtiva e formar novos empreendedores”, destacou a Superintendente da Setur, Cássia Magalhães.
O primeiro escritório de Produção Associada ao Turismo da Bahia foi inaugurado, em março, em Serrinha, a 173 quilômetros de Salvador, dentro da zona turística Caminho dos Sertões. O Armazém da Agricultura Familiar e Economia Solidária foi criado para viabilizar a comercialização de produtos de todo o Estado, visando o fortalecimento das práticas da agricultura familiar. A ação conta com apoio do Governo da Bahia por meio das secretarias de Turismo (Setur) e da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri).
O espaço reúne 150 cooperativas de todo o Estado e abriga loja, armazém, lanchonete, serviços diversos e um centro de formação. O Armazém está presente no II Salão de Turismo com a apresentação e venda de produtos como doces, beijus, farinha, feijão, mel, castanhas e chocolates, dentre outros.
Mais três escritórios estão sendo desenvolvidos na Bahia de Todos os Santos, Litoral Sul e Sudoeste do estado. “Nosso objetivo é chegar em 2015 com 20 mil profissionais qualificados e com um novo perfil do turismo trazendo para a economia as micro, pequenas e médias empresas oriundas desses arranjos produtivos”, destacou Cássia Magalhães. A intenção é capacitar esses produtores para fornecer seus produtos para a merenda escolar, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e para bares e restaurantes. Deste, modo os produtores rurais estão sendo capacitados para o turismo. Outra iniciativa voltada para o setor é o Turismo Rural. A iniciativa da Setur é qualificar aproximadamente 90 propriedades rurais, já identificadas, para oferecer um novo tipo de destino na Bahia indo além do chamado roteiro Praia e Sol.
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