Ferry “Juracy Magalhães” fica à deriva e Internacional Marítima queima horários
Usuários continuam com um serviço de baixíssima qualidade, apesar de o Governo da Bahia ter gasto R$ 30 milhões do dinheiro público com a reforma dos navios feita pela Internacional Marítima e Lumar.
O ferryboat “Juracy Magalhães” ficou à deriva nesta sexta-feira (17), por mais de duas horas, quando fazia a travessia de Bom Despacho para Salvador, às 8h. O navio, que passou seis meses em reforma na Base Naval de Aratu, voltou ao tráfego em 27 de abril passado e foi ”reincorporado” à frota do sistema pelo secretário de Infraestrutura, o vice-governador Otto Alencar.
A concessionária Internacional Marítima nada divulgou sobre o acidente, que foi denunciado à Capitania dos Portos por vários usuários. O JORNAL DA MÍDIA tentou contato com a Capitania, mas até o fechamento desta matéria, às 13h20, não tinha conseguido retorno.
Mas não foi somente o “Juracy Magalhães” que causou problemas hoje aos usuários do sistema ferryboat. A Internacional Marítima queimou nesta sexta-feira o horário das 10h, causando uma grande confusão nos terminais de São Joaquim e Bom Despacho. Como o horário das 10h foi ”empurrado” para as 11h, os usuários não encontraram passagens para esse horário, o que causou transtornos para os passageiros devido à concentração de demanda.A empresa também nada divulgou sobre o assunto e muito menos a Agerba.
As queixas dos usuários do sistema ferryboat contra a Internacional Marítima se acumulam, mas a Agerba, a agência estadual que diz fiscalizar o serviço, não adota qualquer providência. Como a TWB, a Internacional Marítima está marcando sua presença à frente do sistema com a prestação de um serviço, até agora, de baixíssima qualidade.
Informação Sonegada – O acidente do navio “Juracy Magalhães” não teve qualquer divulgação pela Internacional Marítima. A empresa não distribuiu boletim hoje informando sobre as operações do sistema, como o número de embarcações em tráfego, por exemplo. Usuários informaram ao JM que somente três dos sete ferries estão operando hoje.
Funcionários da Internacional Marítima consultados pelo JORNAL DA MÍDIA disseram que a direção da empresa estaria culpando a Capitania dos Portos pela deficiência do serviço do sistema ferryboat.
“Eles (os diretores) alegam que a Capitania dos Portos anda perseguindo, tirando constantemente navios de tráfego”, disse um empregado da concessionária.
Capitania dos Portos - Na verdade, quando a Capitania dos Portos determina a retirada de uma embarcação do tráfego é porque encontra irregularidades que comprometem principalmente a segurança dos passageiros. Como autoridade marítima, a Capitania, além de fiscalizar, recebe as queixas dos usuários do ferry e manda apurar. É com base nessas queixas, também, que o órgão da Marinha do Brasil comprova as irregularidades praticadas no sistema ferryboat.
No dia 12 de abril, por exemplo, a Capitania dos Portos abriu inquérito contra a Internacional Marítima depois que foi informada, através de reportagem do JORNAL DA MÍDIA, que a empresa do Maranhão, contratada pela Seinfra/Agerba para o lugar da TWB, tinha encalhado o navio “Pinheiro” em um manguezal na Baía de Aratu para ”fazer manutenção”.
A Internacional Marítima está completando três meses à frente do sistema. Mesmo antes de ter assinado contrato emergencial com o Governo do Estado, a empresa executou todo o programa de “reforma” dos navios, que custou a bagatela de R$ 30 milhões procedentes do dinheiro público. Nos serviços dos navios ela atuou em parceria com a Lumar, da Bahia.
/Jornal da Mídia
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