Argentinos criam aplicativo para fiscalizar preços congelados pelo governo
Mais de 70 mil consumidores baixaram o The Precios OK e estão prontos para denunciar varejistas que subirem os preços. Presidente Cristina Kirchner elogiou a ferramenta.
Um aplicativo para smartphones tem incentivado mais de 70 mil argentinos a tornarem-se fiscais de preços enquanto fazem compras. A presidente Cristina Kirchner pediu que os consumidores denunciem qualquer item que esteja mais caro do que deveria.
O governo do país culpa especuladores e empresários ambiciosos pela escalada da inflação, e tem pressionado cadeias de supermercados a vender mais de 80 produtos essenciais a preços fixos.
"Queremos proteger o que é de vocês, porque senão os outros nos vencerão todos os dias", disse em um pronunciamento nacional esta semana.
O aplicativo gratuito The Precios OK, desenvolvido por estudantes universitários, está ajudando os consumidores a fiscalizar os códigos de barras para encontrar evidências de sobrepreços.
O software parece ser uma sensação do momento, com downloads na Argentina que ultrapassaram o Candy Crush e o Instagram na loja do Android esta semana.
Economistas independentes afirmam que os supermercados estão sendo usados de bode expiatório, e que os esforços do governo para controlar a economia do país estão agravando ainda mais a crise.
Um supermercado tradicional estoca 40 mil produtos ou mais, e o choque de preços está reverberando na economia. Mas os consumidores estão contentes em fazer sua parte, na medida em que o aplicativo se torna cada vez mais popular.
"Você pode ir checando os preços", disse Analia Becherini, que conheceu a ferramenta pelo Twitter. "Você nem precisa fazer ligações telefônicas. Se você quer fazer uma denúncia, pode fazer online, em tempo real".
O aplicativo foi desenvolvido por um par de estudantes de engenharia da Universidade de Buenos Aires, Yamila Fraiman and Alejandro Torrado, que já foram premiados por outra ferramenta que ajuda motoristas a encontrar vagas de estacionamento.
"Na Argentina, é realmente útil com as pessoas querendo controlar seus bolsos", afirmou Fraiman, de 24 anos. "Não passamos por um bom momento, e as pessoas precisam estar atentas quando vão às compras".
AP
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