A valorização e a sustentação
da cultura nordestina sempre foram os principais pilares do grupo Neto Lobo e a
CacimBA. E no segundo disco da banda não é diferente. Prestes a ser lançado
oficialmente, em maio, o CD intitulado de ‘Meu Pé de Umbu’, traz mais uma vez o
destaque à simbologia do Nordeste.
Com nome baseado na citação do escritor Euclides da Cunha, no
livro ‘Os Sertões’, quando se refere ao umbuzeiro como árvore sagrada do
sertão, o disco conceitual ressalta a ótica de sustentação e evolução das
árvores, explicada pelo próprio Neto Lobo. “Essa ideia permeia o álbum, que
será um disco conceitual, mesmo. Tem toda uma simbologia em relação às árvores.
A raiz é início, minhas origens. O tronco é a sustentação, a resistência. Os
galhos são as direções, os caminhos. As folhas são as parcerias, os amigos e a
família. E os frutos são as canções". “Acima da árvore existe a ‘cabeça de
açoite’, que é a atitude, o pensamento ligeiro, que compõe o grito de guerra da
minha banda: ‘Arrebenta, cabeça de açoite!’”.
Assim como o primeiro trabalho lançado em 2009, o novo CD traz
letras fortes sobre o povo nordestino, que ficaram marcadas na voz de Neto Lobo
e apresentaram um estilo singular da banda que utiliza instrumentos típicos,
como pandeiro, zabumba, timbau e surdo virado.
Neto Lobo e a CacimBA
Nem só de axé, batucada e
acarajé vive a Bahia. Isso porque o ‘Rock de Tabaréu’ de Neto Lobo e a CacimBA
também é originário da boa terra. Retratando a vida interiorana do Nordeste, a
banda fundada em 2001, busca mostrar a baianidade, a resistência das tradições e
o lado poético-positivo da realidade vista e vivida no interior nordestino.
Com inspirações diversas que
vão desde o rock até o forró, passando pelo reggae, Black Music e MPB, a banda
já traz no nome a forte relação com a região. Com a experiência de Neto Lobo,
que recebeu o apelido após um sonho da infância e já se dedica a música desde
1997, o grupo com mais de 13 anos de fundação traz na proposta musical a
mistura de raízes baianas, além das sonoridades do universo pop, com letras que
remetem ao cotidiano nordestino. Isso fortalecido ainda mais no nome, já que a
CacimBA no Nordeste significa buraco que se cava até encontrar água ou poço de
água potável.
O primeiro disco veio em 2009
com letras fortes sobre o povo nordestino, que ficaram marcadas na voz de Neto
Lobo e apresentaram um estilo singular da banda que utiliza instrumentos
típicos, como pandeiro, zabumba, timbau e surdo virado. Entre as músicas em
destaque no primeiro trabalho, está ‘Eu sou do Gueto’, que virou um hino da
classe trabalhadora baiana, ‘Pedra do Elefante’, uma homenagem a Itaipuaçú
(RJ), que acolheu a banda durante uma turnê de oito meses no Rio de Janeiro,
‘Zefirino Faz a Feira’ e ‘Mariana do Amparo’, além de ‘A Peleja do Diabo com a
Flor’, eleita pelos fãs como a melhor música da banda, que fez parte da trilha
sonora da novela TV Globo, ‘Malhação’, entre 2011 e 2012.
No mesmo ano de lançamento do
primeiro CD, a banda realizou algumas turnês, como por exemplo, uma série de
shows entre Juazeiro e Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, e apresentações no
Severyna de Laranjeiras, Casa do Caranguejo (Niterói), Feira de São Cristóvão,
Casa Rosa, Posto 9 e Circo Voador, dividindo o palco com nomes como DJ Cyro,
Lia de Itamaracá, Alceu Valença e Zeca Baleiro durante a temporada carioca. Com
apresentações em cidades baianas e outros estados do país, Neto Lobo e a
CacimBA participaram de diversos projetos, como ‘Som Salvador’ no Pelourinho,
‘Fome Zero’ no Teatro Castro Alves ao lado de Geraldo Azevedo, Roberto Mendes e
Chico César, além da abertura da Exposição ‘Contados’ (Escola de Belas Artes,
UFBA) e se apresentou na Feira da Música (CE), sendo uma das duas
representantes da Bahia no evento. Ainda na mesma temporada, o grupo foi uma
das atrações do São João do Pelô, em Salvador.
Já em 2010, lançou o projeto
‘Neto Lobo e a CacimBA toca forró e convida’ ao lado de Zé de Tonha, Bando
Virado no Mói de Coentro e A Volante do Sargento Bezerra. Logo depois, tocou em
Recife durante a Feira Música Brasil e novamente na Ilha de Itaparica ao lado de
Roberto Mendes. No mesmo ano, a banda fez mais uma temporada pelo Nordeste e se
apresentou ao lado de Márcio Mello no Projeto Música no Porto (Porto da Barra,
Salvador) e na Festa de Arembepe com Adão Negro, Jau e Jorge Aragão. Além
disso, a banda participou e foi escolhida uma das melhores do Festival “Grito
Rock” (Quebra Mar na Barra da Tijuca – RJ), o maior festival integrado do
Brasil. No mesmo ano, participou da coletânea ‘O Novo Som do Brasil’ do DJ
Cyro, que durante cinco anos de pesquisas reuniu músicas de diversos estados
brasileiros, escolhendo Neto Lobo e a CacimBA para representar o momento
musical da Bahia na época, sendo a única banda com duas músicas inclusas no CD,
as canções ‘Ladeira’ e ‘Eu Sou do Gueto’.
Além da originalidade das canções,
o grupo ganhou ainda mais representatividade na região pelos figurinos e
cenários utilizados nas apresentações, remetendo ao estilo de vida do
nordestino, sem perder os traços da modernidade. Com isso, em 2011 a banda
realizou a turnê ‘Salve, Salve o Nordeste’, que reuniu apresentações em um trio
elétrico por cidades como Ribeira do Pombal, Juazeiro, Jaguarari, Uauá, Senhor
do Bonfim e Cipó. Com a participação de Gabi Guedes (Orquestra Rumpilezz) e
Morotó Slim (Retrofoguetes), o grupo gravou o single ‘Minha Música’. Além
disso, participou da terceira temporada no Rio de Janeiro, no Circo Voador, com
as participações de Farofa Carioca, DJ Cyro, Paulinho Moska, Martin’ália e
Alceu Valença.
Lançando o novo disco, não deixa de lado a originalidade da
banda e o intitula de ‘Meu Pé de Umbu’, ressaltando mais uma vez a simbologia
nordestina, nome baseado na citação do escritor Euclides da Cunha no livro ‘Os
Sertões’, quando se refere ao umbuzeiro como árvore sagrada do sertão.
Conceitual, o álbum traz a ótica de sustentação e evolução das árvores,
explicada pelo próprio Neto Lobo. “Essa ideia permeia o álbum, que será um
disco conceitual, mesmo. Tem toda uma simbologia em relação às árvores. A raiz
é início, minhas origens. O tronco é a sustentação, a resistência. Os galhos
são as direções, os caminhos. As folhas são as parcerias, os amigos e a
família. E os frutos são as canções". “Acima da árvore existe a ‘cabeça de
açoite’, que é a atitude, o pensamento ligeiro, que compõe o grito de guerra da
minha banda: ‘Arrebenta, cabeça de açoite!’”.
Tendo sua música tocada em mais 26 rádios em todo Brasil, Neto
Lobo e a CacimBA buscam ainda mais expandir o dito ‘Rock de Tabaréu’ e mostrar
que charque, rapadura e ‘embolada cibernética’ também fazem parte do cardápio
musical dos baianos.
“Somos com muito orgulho, da Bahia de Caetano, Gil, Raul Seixas,
Trio Nordestino, João Gilberto, Tom Zé, Waldick Soriano, Elomar, Dorival
Caymmi...”
Um
pouco mais sobre Neto Lobo...
Um dia ele sonhou que estava em
uma montanha habitada somente por lobos, bons e maus, e um deles falou que era
preciso alimentá-los pelo menos uma vez ao mês. O sonho foi comentado entre
amigos e colegas de escola que passaram a chamá-lo pelo apelido de Lobo. Assim
nasceu Neto Lobo e, desde então, em um ritual não divulgado, alimenta os lobos
todos os meses.
Primeiro de três irmãos, casado
e pai de dois filhos, Neto Lobo nasceu em Senhor do Bonfim-BA, a 380 km de
Salvador. Sua origem é uma mistura do Nordeste, dividido entre a Bahia (laços
paternos) e Pernambuco (laços maternos). O pequeno garoto do sertão descobriu a
música aos 13 anos, idade em que começou a tocar canções no violão, que ouvia
em seu radinho de pilha.
Aos 17 anos se mudou para
Salvador, passou no vestibular (Engenharia Civil), jogou futebol na base do
Esporte Clube Bahia, ganhou o primeiro lugar no Festival de Música do colégio
Rafael Serravale e foi seguindo sua rima. Na sua trajetória musical,
tocou algum tempo em barzinho, fazendo voz e violão, e fundou as bandas Apocalipse, Departamento Humano,
Kaçola Elétrica, Zefirino Faz A Feira e Neto Lobo e a CacimBA, sempre atuando
como vocalista e compositor. Trabalhou ainda em estúdios de gravação com
jingles para campanhas publicitárias e trilhas sonoras.
Para compor suas canções, Neto
Lobo se inspira na sua própria história, na vida de ontem, de hoje e de amanhã,
fazendo um retrato do nordestino, do interior cantando o passado sem ser
saudosista. Suas maiores influências artísticas são Luís Gonzaga, The Doors,
Raul Seixas, Zé Ramalho, Legião Urbana, MPB, plugados aos sons do mundo!
Desde o início da carreira,
Neto Lobo sempre valorizou a cultura nordestina interiorana, utilizando em seus
shows, roupas e acessórios que fazem parte da rotina do nordestino. Nos shows,
o cantor está sempre usando roupas e acessórios que remetam à vida interiorana.
Entre os seus maiores sonhos, expressar com a sua música, o "Rock de
Tabaréu", levando o retrato do lugar onde nasceu – o interior do Nordeste.
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