No Mês da Dança, tem Quarta que Dança!
Projeto realiza temporada especial durante 12 dias consecutivos, apresentando 23 sessões gratuitas em cinco cidades baianas
De 18 a 29 de abril, data em que se comemora o Dia Internacional da Dança, a Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado (SecultBA), promove a mostra Quarta que Dança 2013 – Mês da Dança. A programação, que se estende por 12 dias consecutivos, com um total de 23 sessões gratuitas em Salvador, Ituberá, Juazeiro, Taperoá e Uauá, reúne espetáculos, danças de rua e trabalho em processo de criação. A temporada retoma apresentações da 15ª edição do projeto, consolidado como um dos principais mecanismos de promoção da Dança da Bahia.
Na lista de espetáculos, estão A Filha do Meio, d’A Cia. do Meio; Anfíbios, de Ricardo Alvarenga; No Caminho das Alimentadeiras, do Coletivo Trippé; Para Sempre Teu, da Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança; e Portas, de Victor Hugo. Entre as danças de rua, estão Old School Step – Passos da Velha Escola, de NDE Crew; Pout-Pourri, de Marvan Carlos; e União Dance, do grupo União Dance. O trabalho em processo de criação é Still, de Sandra Corradini.
Em Salvador, os trabalhos de palco estão escalados para o Centro Cultural Plataforma, Cine-Teatro Solar Boa Vista, Espaço Cultural Alagados e Espaço Xisto Bahia, com apoio da Diretoria de Espaços Culturais da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult/SecultBA), que se completa com a participação do Centro de Cultura João Gilberto (Juazeiro). Já as performances ao ar livre acontecem, na capital, na Praça Dois de Julho (Campo Grande). Completando a lista de locais, estão a Praça do Centro de Ituberá, a orla marítima de Taperoá e o auditório da Escola Estadual Nossa Senhora Auxiliadora, em Uauá.
A mostra Quarta que Dança 2013 – Mês da Dança realiza apresentações que foram suspenas no ano passado para a regularização de compromissos relacionados ao cumprimento do Decreto nº 14.682/2013, que determinou o contingenciamento no orçamento das secretarias e órgãos estaduais. Antes disso, já haviam sido feitas 31 apresentações da série de 21 propostas participantes, selecionadas dentre 120 inscritas em edital público, representando um panorama contemporâneo da diversidade da produção em Dança na Bahia.
Abertas inscrições para o Quarta que Dança 2014 – Espetáculos, intervenções urbanas de dança e danças de rua podem ser inscritos para o Quarta que Dança 2014, que tem inscrições abertas até 23 de abril. Os 17 trabalhos a serem selecionados vão compor uma programação totalmente gratuita a ser realizada às quartas-feiras, nos meses de setembro e outubro, em Salvador e cidades do interior da Bahia. Cada um deles fará duas apresentações, recebendo um cachê total de 7 mil, para os espetáculos, e de R$ 5 mil, para intervenções urbanas e danças de rua. O texto do edital pode ser consultado no site da FUNCEB: www.fundacaocultural.ba.gov.br.
QUARTA QUE DANÇA 2013 – MÊS DA DANÇA
PROGRAMAÇÃO e SINOPSES
www.fundacaocultural.ba.gov.br/quartaquedanca
A Filha do Meio
Espetáculo d’A Cia. do Meio, de Salvador
25 de abril: Espaço Cultural Alagados (Uruguai – Salvador), 19h00
Com concepção artística e direção de Leila Gomes, é um espetáculo de dança/teatro com toque musical. Tenta levar para o palco uma “dançanovela”, com todos os dramas, pieguices e personagens que permeiam uma grande trama televisiva, com direito a cenas dos próximos capítulos e à possibilidade de intervalos comerciais. Assim, a magia, o magnetismo e o poder dramático novelísticos se conservam e, por que não dizer, se completam com outras formas de arte, com a autenticidade, a interatividade e a instantaneidade que só o teatro e a dança conseguem permitir. A montagem conta a história da família De Tulha, do interior da Bahia, que tem três filhas e um marido com uma doença grave. A protagonista é a empregada da casa, a única que conhece todos os segredos do clã. Ganhador do edital Yanka Rudzka – Apoio à Montagem de Espetáculos de Dança no Estado da Bahia 2010, da FUNCEB, A Filha do Meio teve sua estreia em 2011 e já cumpriu quatro temporadas. Também foi contemplado pelo Edital Setorial de Dança 2012, também da FUNCEB, para circulação no interior da Bahia.
Anfíbios
Espetáculo de Ricardo Alvarenga, de Salvador
20 de abril: Espaço Xisto Bahia (Barris – Salvador), 20h00
26 de abril: Espaço Xisto Bahia (Barris – Salvador), 20h00
27 de abril: Espaço Xisto Bahia (Barris – Salvador), 20h00
Trabalho de dança contemporânea onde se dá a ver dois corpos – homem e peixe – colocados em relação, numa experiência de temporalidade e de alteridade que sugere a percepção do ser vivo como ser vasto, produto e produtor do meio. Habitando terra e água, propõe uma composição de paisagens e estados corporais que se atualizam em cena, friccionando limites e possibilidades do corpo biológico/cultural e de suas relações com a natureza e o artifício. A criação do espetáculo foi iniciada em 2009 numa residência artística em dança que durou quatro meses, na Casa Hoffmann – Centro de Estudos do Movimento, em Curitiba (PR). Desde então, o processo foi sendo desdobrado e se configurou como um trabalho no final de 2011. A narrativa dramatúrgica, embora esteja estruturada coreograficamente, não tem um subtexto definido, sendo dada como possibilidade de construção a ser completada pelas subjetivações do outro. A investigação da movimentação e dos “estados de corpo” tem como foco a percepção da massa líquida do corpo e o fluxo de respiração e pulsão, que gera estados de baixo tônus e energia expandida. A principal base técnica deste trabalho é uma prática de respiração sokushim, realizada com o sensei de aikido Wilson Sagae, cujos exercícios envolvem a circulação e o aumento de energia (ki), o desenvolvimento da propriocepção e a sensibilidade para outros corpos.
No Caminho das Alimentadeiras
Espetáculo do Coletivo Trippé, de Juazeiro
19 de abril: Espaço Xisto Bahia (Barris – Salvador), 20h00
22 de abril: Auditório da Escola Estadual Nossa Senhora Auxiliadora (Uauá), 19h00
25 de abril: Centro de Cultura João Gilberto (Juazeiro), 20h00
O espetáculo é resultado de um estudo corporal que teve como mote as Alimentadeiras de Almas do Vale do São Francisco. Na coreografia, perambulamos por um caminho de fé e devoção às almas, percorrido pela fé, buscando, em cantos trêmulos e nas batidas do coração penitente, sensações e lições, ao som da matraca que rege o terço de cânticos, seguindo assim em eterna doação.
Old School Step – Passos da Velha Escola
Dança de rua de NDE Crew, de Salvador
21 de abril: Praça Dois de Julho (Campo Grande – Salvador), 16h00
23 de abril: Praça Dois de Julho (Campo Grande – Salvador), 16h00
25 de abril: Praça Dois de Julho (Campo Grande – Salvador), 16h00
28 de abril: Praça Dois de Julho (Campo Grande – Salvador), 16h00
Coreografia baseada nos antigos passos do break, inspirada a partir de pesquisas de filmes e relatos em alguns videodocumentários sobre o surgimento deste estilo de dança. Busca um diálogo artístico, com vestimentas, gestos, modos e musicas da época. Trabalha com modalidade break, top rock, footwork, freezes e alguns power moves, popping e locking. Homenageia os Old School e a antiga forma de se dançar a riqueza do break para nossa nova geração.
Para Sempre Teu
Espetáculo da Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança, de Juazeiro
18 de abril: Espaço Xisto Bahia (Barris – Salvador), 20h00
23 de abril: Centro de Cultura João Gilberto (Juazeiro), 20h00
O sujeito caminha, de constatar-se partido/fragmentado, descrente de complementar-se no outro (traz a carga dos afetos desfeitos; das juras para sempre esfaceladas), e segue em direção ao mergulho em si mesmo, para entender que ser completo de si é aceitar as próprias contradições/traições que o remetem ao mais coerente de si. A Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança foi criada em 2007 com o objetivo de manter um trabalho sistemático e profissional na linguagem da dança contemporânea, com elenco formado apenas por artistas do sexo masculino.
Portas
Espetáculo de Victor Hugo, de Salvador
27 de abril: Cine-Teatro Solar Boa Vista (Engenho Velho de Brotas – Salvador), 20h00
29 de abril: Centro Cultural Plataforma (Plataforma – Salvador), 20h00
O espetáculo aborda a temática dos sete pecados capitais a partir de movimentações jazzísticas e cenas construídas com base nas experiências autobiográficas dos intérpretes. O foco é estimular e articular uma reflexão sobre as regras e conceitos impostos pela sociedade, e como esses conceitos se modificam ao longo do tempo, mostrando como os corpos em cena dialogam com as várias definições de pecado e permitindo ao público uma avaliação pessoal de acordo com suas vivências.
Pout-Pourri
Dança de rua de Marvan Carlos, de Valença
18 de abril: Orla marítima de Taperoá, 16h30
21 de abril: Praça do Centro de Ituberá, 16h30
29 de abril: Praça Dois de Julho (Campo Grande – Salvador), 16h00
Que corpo é esse? Frames, movimentos cortados, ondulados, leves, rápidos, lentos. Corpo fluído. Corpo sinuoso. Movimentações leves e pesadas (densas). O trabalho foi pensado no ambiente acadêmico, há aproximadamente três anos (outubro de 2010). A partir do estudo de Laban, Marvan Carlos começou com a ideia de brincar com as variações de tempo nas transformações dos movimentos. O corpo está para a plateia como o vídeo para a edição: ora muito lento (slow motion), ora rápido. No entanto, no vídeo temos as possibilidades tecnológicas e em “Pout-Pourri”, isso se dá com a versatilidade do corpo atento em controlar músculos, fazê-los vibrarem, liberá-los. Ora dança-se mambo, ora kuduro, arrocha, frevo, entre outros ritmos. No campo das acomodações e desejos de construção de cenas, partituras coreográficas e improvisações, provoca-se um encontro, revestindo as ideias das confluências entre o popping (dentro da cultura hip-hop) e a dança contemporânea.
Still
Trabalho em processo de criação de Sandra Corradini, de Salvador
26 de abril: Cine-Teatro Solar Boa Vista (Engenho Velho de Brotas – Salvador), 20h00
27 de abril: Cine-Teatro Solar Boa Vista (Engenho Velho de Brotas – Salvador), 20h00
28 de abril: Centro Cultural Plataforma (Plataforma – Salvador), 20h00
Parte de uma coleção de naturezas-mortas pictóricas, literárias, videográficas e cinematográficas e evoca o gênero Still Life, tradicional das artes visuais, inspirando-se em obras de artistas como Cézanne, Pagu, Taylor-Wood e Kurosawa, para misturar no corpo que dança palavras, sons, imagens, frutas, cheiros, sabores e sensações e(m) movimentos. Investiga o paradoxo vida-morte, pondo em evidência o desaparecimento do corpo que dança, que transita entre movimento e imobilidade, implodindo dualidades. Provoca a reflexão sobre a aceleração dos fluxos sensoriais na atualidade e o senso de urgência do homem contemporâneo na vivência de seus processos mais íntimos, pessoais e interpessoais. Um espaço privado, um toque de butoh, corpo(s) em decomposição... Still é poesia dançada que faz saltarem da parede paisagens sonorovisuais imbricadas ao corpo que dança, criando diálogos interartísticos entre dança, música e artes visuais. É um trabalho em processo de criação, elaborado a partir de células compositivas emergentes em ensaios abertos, configuradas ao passo das conexões criativas e trocas compartilhadas entre artista e espectador.
União Dance
Dança de rua de União Dance, de Salvador
22 de abril: Praça Dois de Julho (Campo Grande – Salvador), 16h00
24 de abril: Praça Dois de Julho (Campo Grande – Salvador), 16h00
Neste trabalho, mostra-se que a inspiração pode existir e é o que normalmente acontece, mas que se deve ser sempre original, fixando: “Originalidade SIM, cópia NÃO”. Este protesto construtivo contra as apresentações que copiam trabalhos já existentes vem através de pesquisas e observações durante várias competições, na percepção de que outros grupos utilizavam trabalhos já existentes de grupos americanos ou de filmes de dança de rua. Daí surge a ideia de conscientização de capacidades para a criação de um trabalho autoral, tendo em vista a busca por julgamentos e competições mais justas, bem como a coletividade e a parceria com a comunidade. Esta montagem surgiu através de um concurso que tinha o quesito “incentivo”, para trazer temas a novas coreografias.
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