Se o São João é sinônimo de festa, não existe festa sem dança. Nesta época do ano as pessoas já começam a arrastar o pé e se contagiar pelo forró. As competições de quadrilha surgem em muitas cidades do nordeste e as pessoas, literalmente, se deixam levar por ritimos contagiantes do período junino. Confira as danças mais frequentes do São João.
QUADRILHA - De origem francesa, a quadrilha era uma dança típica que celebrava os casamentos da nobreza européia. Dançada em pares, já era praticada no Brasil desde 1820 e foi se popularizando desde então. Os tecidos finos da nobreza francesa deram lugar à chita, tecido mais barato e acessível, e o casamento nobre foi adaptado a uma encenação.
O enredo da união caipira é geralmente o mesmo: a noiva, que geralmente está grávida, é obrigada a casar pelos pais e o noivo recusa, sendo preciso a intervenção da polícia para que o caso se resolva. A quadrilha, como era no começo do século XIX, é realizada como comemoração do casório.
Hoje, a quadrilha se tornou muito mais conhecida no período junino. A mudança dos passos é anunciada por um locutor ao som do forró (música típica da época). Existem, hoje, as chamadas quadrilhas estilizadas com passos marcados e coreografias ensaiadas, que são criadas exclusivamente para uma determinada música.
FORRÓ - Existem duas atribuições para a origem do nome forró. Uma delas é que corresponda etimologicamente ao termo forrobodó, que - na linguagem do caipira brasileiro - quer dizer festança ou baile popular onde há grande animação, fartura de comida e bebida e muita descontração. A outra é ao termo inglês for all (para todos), usado para designar festas feitas nas bases americanas no Nordeste, na época da Segunda Guerra Mundial, e que eram abertas ao público, ou seja, “for all” e a pronúncia local transformou a expressão em forró. A música é tocada à base da sanfona, da zabumba e do triângulo, conhecida como arrasta-pé ou pé-de-serra, sendo esta última considerada a versão mais autêntica. O ritmo sofreu algumas variações e atualmente alguns músicos incorporaram o baixo, a guitarra e a bateria às suas melodias. A dança continua como sempre, dois a dois, um seguindo o passo do outro, ao som do ritimo que também leva o nome de Forró.
XAXADO - Se a história pode ser contada pelos ritmos populares, o xaxado é o 'melhor livro' para estudar a influência do Cangaço no sertão nordestino. Era uma dança tipicamente masculina, quando os cabras machos de Lampião afrontavam a polícia com um canto chamado 'parraxaxá'.
A palavra xaxado veio do ruído das alpercatas que se arrastavam pelo chão seco do sertão. A dança 'guerreira' é formada com os cangaceiros fardados e portando seus rifles em fila, avançando com o pé direito em três ou quatro movimentos laterais e puxando, em seguida, o pé esquerdo. Nos dias atuais, são usados zabumbas, pífanos, triângulo, sanfona, reco-reco e ganzá para enriquecer os movimentos. As mulheres também participam da dança.
BAIÃO - Acredita-se que a palavra baião tenha surgido de bailão, fazendo alusão a 'baile grande'. Esta dança popular do século XIX permite a improvisação, sendo mais rápido do que o xote que a torna mais viva.
A habilidade nos pés é maior, exigindo movimentos mais velozes do corpo. Os passos são acompanhados por palmas, estalos de dedos e 'umbigadas'. A marcação da dança segue a musicalidade dos cocos e da sanfona.
MAZURCA - De origem polaca, a mazurca é uma dança muito popular no Sul do Brasil.A mazurca chegou ao interior pernambucano através de Luiz Gonzaga, que aprendeu o ritmo com um colega do Exército, que era mineiro e ensinou-lhe músicas populares do Sul do País.
A mazurca é dançada em pares, colocados em roda. Os casais começam por dar dois passos laterais no sentido do interior da roda, regressando logo à posição inicial. De seguida, dão dois passos laterais para o exterior da roda, voltando com outros dois ao ponto inicial. Depois, os pares valseiam, isto é, dançam girando sobre si próprios, do mesmo passo que a roda grande gira no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, até atingir o fim do trecho musical, altura em que tudo, música e coreografia, volta ao princípio.
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