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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Criação de necessidades artificiais


Marcus Eduardo de Oliveira (*)

Em “Petit Traité de la Décroissance Sereine” (1), Serge Latouche, a mais elevada voz da teoria do decrescimento comenta o livro “La Pauvreté, Richesse des Peuples” (2), de Albert Tévoédjrè, no qual critica o absurdo do mimetismo cultural e industrial, denunciando, logo mais à frente, a sociedade de crescimento com sua criação deliberada de necessidades artificiais, a destruição do meio ambiente e a desumanização gerada pelo predomínio das relações monetárias.

Superar isso é, indiscutivelmente, o principal desafio colocado à humanidade; uma vez que somos “engolidos” pela sociedade de consumo. A esse respeito, nas palavras de Latouche: “fomos formatados pelo imaginário do ´sempre mais´, da acumulação ilimitada dessa mecânica que parece virtuosa e que agora se mostra infernal por seus efeitos destruidores sobre a humanidade e o planeta”.

É fato incontestável que desde que a atividade humana passou a abusar das capacidades de regeneração dos ecossistemas, todos os principais objetivos econômicos, sociais e ambientais foram seriamente comprometidos.

Em paralelo a isso, a sociedade de consumo, desejosa como sempre em expandir a atividade econômica, não mediu esforços e se apoiou em três situações que convidam sempre ao estímulo do aumento da capacidade produtiva: 1) a publicidade – que cria o desejo de consumir; 2) o crédito – que fornece os meios; 3) a obsolescência acelerada e programada dos produtos – que renova a necessidade deles.
Isso explica, ipis litteris, o porquê da demanda já não mais incidir sobre bens de grande utilidade, e sim sobre bens de elevada futilidade.

O “produto” que resulta dessa perversa combinação é a maximização do consumo que se apoia na predação e na pilhagem de recursos naturais.
Cada vez mais a sociedade se “vicia” em consumir e descartar, voltar a consumir e voltar a descartar. Apenas para ilustrar: 150 milhões de computadores são transportados todos os anos para países pobres do continente africano.

Outro fato incontestável é que a sociedade nunca alcançou tamanho grau de derrelição. Por isso é de fundamental importância repensar a atividade econômica (produção / consumo) abandonando o modo como essa vem “operando” em escala global.
Enquanto não pensarmos a economia “dentro” da biosfera, continuaremos incorrendo em grave erro. Junto a isso, urge edificar-se outro mundo.

Nesse pormenor, é apropriadíssima a afirmação de Ernst Block, em “Le Principe Espérance” (3): “Sem a hipótese de que um outro mundo é possível, não há política, há apenas a gestão administrativa dos homens e das coisas”.
Por tudo isso, como afirmam os pensadores franceses da economia ecológica, faz-se necessário la cronstruction d´une societé alternative (4).

Notas:
(1) Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno
(2) A pobreza, Riqueza dos Povos
(3) O Princípio Esperança
(4) A construção de uma sociedade alternativa

(*) Economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO (São Paulo). 
Especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre pela (USP). 

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