Forte do Barbalho poderá ser principal centro de memória da ditadura em Salvador.
Em reunião nesta sexta-feira (6), na Casa Civil do Governo do Estado da Bahia, onde foram discutidas as demandas da Comissão Estadual da Verdade da Bahia (CEV-BA), o secretário Bruno Dauster sugeriu que o Forte do Barbalho, em Salvador, seja transformado no principal centro de memória da ditadura na cidade, por ter sido o maior local de tortura de presos políticos.
O secretário, que foi preso e torturado, garantiu apoio à CEV em ações de execução imediata, a exemplo da melhoria das instalações dos locais de pesquisas, contratação de pessoal técnico e ampliação do setor de comunicações, com novas formas de divulgação do trabalho realizado pela comissão.
De acordo com Dauster, o Forte do Barbalho é o espaço mais representativo da memória da ditadura. Outro local que está sendo transformado em espaço de memória é a Galeria F, ala onde ficavam os presos políticos na Penitenciária Lemos Brito, por meio de convênio entre a CEV e a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).
Mais dois centros são a casa de Carlos Marighella, na Baixa dos Sapateiros, e o Memorial aos Mártires, em homenagem a Carlos Lamarca e José Campos Barreto, assassinados em 1971, no povoado de Pintadas, em Ipupiara, município localizado no centro sul baiano. No Forte do Barbalho já existe uma placa na entrada e foi preservada uma cela, onde presos eram torturados.
Vítimas da repressão
A CEV apurou as violações dos direitos humanos cometidas na Bahia, entre 1964 a 1985, e identificou 538 pessoas vítimas da repressão política no estado. Dos 426 brasileiros mortos ou desaparecidos, 34 eram baianos e, entre esses, dez tombaram na Guerrilha do Araguaia. Foram ouvidas 69 pessoas em Salvador e Feira de Santana, incluindo vítimas e parentes de vítimas da ditadura.
Compõem a Comissão Estadual da Verdade o jornalista Carlos Navarro, que atualmente é o coordenador, as professoras Amabília Almeida e Dulce Aquino, o professor Joviniano Neto, o jornalista Walter Pinheiro e os advogados Jackson Azevedo e Vera Leonelli.
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