Assintomática, a doença hoje é a causa de 13% das cegueiras provenientes de doenças da visão.
Ela chega silenciosamente, sem manifestar sintomas, mas, se não controlada, pode levar a perda completa da visão. O glaucoma é responsável pela perda da visão de 13% da cegueira derivada por enfermidades, segundo a Organização Mundial da Saúde. Para lembrar a importância do diagnóstico precoce, única forma de prevenir a perda da visão por conta da doença, é celebrado, no dia 26 de maio, o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.
Para enfatizar a importância de discutir o tema, o Hospital Humberto Castro Lima realiza, no próximo dia 27 de maio (quarta-feira), uma programação especial que irá envolver médicos, pacientes e interessados. Durante todo o dia, médicos apresentarão orientações sobre diagnósticos, tratamentos e a forma correta de lidar com a doença a fim de evitar a cegueira.
Segundo a médica oftalmologista do Hospital Humberto Castro Lima, Dra. Flávia Villas Boas, o dia Nacional de Combate ao Glaucoma serve para lembrar a todos sobre a importância dessa doença, de se fazer um diagnóstico correto e precoce, procurar o tratamento adequado, além de aprender fazer com que as pessoas que têm a doença saibam lidar melhor com ela. “A divulgação desse dia faz com que o Glaucoma, que causa a cegueira de milhões de pessoas ainda hoje, seja alvo de discussão entre médicos e pessoas da comunidade e isso aumenta o conhecimento sobre ele”.
De acordo com Dra. Flávia, a principal causa do glaucoma é o aumento da pressão intraocular, embora possa estar relacionado a outros problemas oculares. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma são, além da hipertensão ocular, idade avançada, história familiar da doença, raça negra, miopia, entre outros. “Estudos prospectivos mostram, de fato, uma maior ocorrência do glaucoma entre a população negra. Ainda não se tem uma explicação clara para isso, os estudos genéticos para o glaucoma mostraram que mais de um gene está envolvido no desenvolvimento da doença”.
O glaucoma
O glaucoma de ângulo aberto, o mais frequente na população brasileira, é uma doença do nervo óptico, de caráter crônico e progressivo, que, se não for controlado de forma adequada, leva à perda visual progressiva e irreversível. “O ângulo camerular é o local por onde escoa o líquido que preenche a parte anterior do olho. Esse líquido chama-se humor aquoso e ele é produzido, circula no olho por um tempo e depois escoa por entre pequeninas traves que é o trabeculado, uma estrutura do ângulo camerular. Quando esse ângulo está aberto, pressupõe-se que o glaucoma possa ter ocorrido por obstruções no trabeculado, embora outras causas menos frequentes também possam estar relacionadas”, explica a médica.
Sintomas
Na maioria dos casos, o glaucoma é uma doença silenciosa. Os sintomas só aparecem nas fases tardias quando já existe uma importante lesão no nervo óptico. A perda visual é lenta e progressiva. Começa na periferia e vai, aos poucos, atingindo a área central e mais nobre da visão até que ocorre a cegueira total.
Prevenção
Não existe como prevenir o aparecimento do glaucoma de ângulo aberto. Existe, sim, a prevenção da cegueira pelo glaucoma. Isto é feito através do diagnóstico precoce da doença e do estabelecimento de uma terapia eficaz em reduzir a pressão intraocular. “Embora o glaucoma possa ocorrer em todas as idades, a sua frequência aumenta, realmente, a partir dos 40 anos. Então, o ideal é que o paciente vá ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano durante toda a vida. Entretanto, a partir dos 40 anos deve-se ter especial atenção”, enfatiza Dra. Flávia Villas Boas.
Diagnóstico
O diagnóstico de glaucoma e feito através do exame oftalmológico completo que inclui a avaliação da pressão ocular e a análise do aspecto do nervo óptico e da retina do paciente. Exames complementares mais sofisticados são solicitados de acordo com cada situação. ”Caso o oftalmologista ache necessário, outros exames podem ser solicitados, como campo visual, gonioscopia, curvas de medida da pressão intraocular, tomografias ópticas etc.”, completa a oftalmologista.
Tratamento
O tratamento consiste em reduzir a pressão ocular para impedir a progressão da doença. Na maioria dos pacientes, o tratamento é feito com o uso de um ou mais colírios. O maior desafio é manter a regularidade no uso das medicações, já que, além do elevado custo dos colírios, podem ser necessárias muitas instilações durante o dia.
Aplicações de laser ou de cirurgias também podem ser realizadas, caso o tratamento clínico não funcione.
Estatísticas
Até 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um crescimento mundial de indivíduos com glaucoma de 60 milhões para 80 milhões, números que mostram a importância dos cuidados com a visão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, ela está entre 1% e 2% na população de forma geral, atingindo a 6% e 7% após os 70 anos de idade.
Existem no Brasil, cerca de um milhão de portadores de glaucoma.
De acordo com os especialistas, os principais fatores de risco são as pessoas com histórico familiar – que apresentam 6% de chance de desenvolver a doença.
Fonte: Dra. Flávia Villas Boas – Médica Oftalmologista do Hospital Humberto Castro Lima
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