Sindiquímica denuncia presença da PM na greve da GrafTech

Sindiquímica denuncia presença da PM na greve da GrafTech que completa oito dias Nesta sexta-feira. 

(14), os funcionários da multinacional GrafTech, localizada na cidade de Candeias, entrarão no oitavo dia de greve. De acordo com o diretor do Sindiquímica, entidade que representa a categoria, Carlos Itaparica, a empresa mantém postura intransigente sem querer dialogar com a entidade. Na manhã desta quinta-feira, o clima ficou tenso com a presença de uma viatura da PM no local.

Os trabalhadores da GrafTech cruzaram os braços, na sexta-feira passada (07), em protesto às práticas antissindicais e de assédio moral cometidas frequentemente pela multinacional. Em julho, foram demitidos dois funcionários, sendo que um deles é diretor do sindicato, Pedro Alves dos Santos, e o outro era integrante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). “A demissão dos companheiros é ilegal e uma afronta ao sindicato porque a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) garante a estabilidade dos trabalhadores tanto no sindicato como na CIPA. Tentamos diálogo com a direção da empresa para reintegração dos trabalhadores, mas nada avançou”, protesta Carlos Itaparica.

Além da presença da policia militar no local, os dirigentes sindicais têm sofrido pressão por parte da administração da GrafTech para interromper a greve. No sábado (08), por volta das 14h, o presidente da multinacional fez graves ameaças pelo telefone aos três dirigentes do Sindiquímica, que também são funcionários da GrafTech. “O presidente nos ligou para avisar que estava mandando prepostos para nos agredir e acabar com o movimento”, denuncia Giovani da Costa, uma das vítimas ameaçadas pelo gestor da empresa. Nesse mesmo dia, o Sindiquímica registrou uma queixa na Delegacia de Candeias contra o autor da ameaça.

O sindicato promete encaminhar denuncia contra a GrafTech por práticas antissindicais e de assédio moral à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e, na Bahia, ao Ministério Público do Trabalho pelos ataques à organização do trabalho e a liberdade sindical. Outra questão a considerar, segundo Itaparica, é o fato das demissões terem ocorrido próximo do início da campanha salarial da categoria que foi antecipada para agosto. Existe um compromisso do sindicato patronal (Sinpeq), do qual a GrafTech faz parte, impedindo as demissões durante o processo de negociação da campanha reivindicatória. A empresa desrespeitou esse compromisso e demitiu os dois funcionários.

A primeira rodada de negociação entre o sindicato patronal (Sinpeq) e o laboral (Sindiquímica) está marcada para terça-feira, às 8h, no Polo de Camaçari.  

 Mais informações com os diretores do sindicato, Carlos Itaparica (71 8884-0484), Joãozito Câmara (71 8882-2893) e Giovani de Souza (71 9102-8241) e Iglesias Caballero (71 8604-0101).