Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 600 milhões de pessoas acometidas, das quais cerca de 420 mil morrem em razão de alguma doença transmitida por alimentos insalubres por ano.
Cerca de 420 mil pessoas morrem por ano em razão de alguma doença transmitida por alimentos insalubres, segundo o primeiro estudo sobre este tema elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dos mais de 200 agentes que podem provocar intoxicações alimentares, a OMS só conseguiu estudar em profundidade os efeitos de 31, entre eles bactérias, vírus, parasitas, toxinas e químicos.
De acordo com a infectologista e coordenadora do Serviço de Infectologia do Hospital da Bahia, Márcia Sampaio, a prevenção das intoxicações alimentares está diretamente associada ao saneamento básico, aos cuidados no preparo dos alimentos e às medidas básicas de higiene, como lavar as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro. Em relação ao armazenamento de alimentos, a especialista sugere que aqueles cozidos devem ser consumidos de imediato e o que sobrar deve ser guardado na geladeira, em recipiente fechado, sendo reaquecido na hora do consumo.
“Observe sempre a data de validade dos alimentos e respeite suas características. Os pescados devem ser mantidos refrigerados (até 4 ºC) e por período não superior a 24 horas. Carnes cruas (bovina, suína, de aves e outras) devem ser guardadas em refrigeradores (até 4 ºC) por até 72 horas. Ovos crus devem ser conservados nas prateleiras da geladeira, e não na porta, por até 14 dias”, alerta Márcia.
Para as pessoas que se alimentam na rua, mesmo os alimentos com boa aparência, gosto e cheiro normais podem apresentar contaminação por micro-organismos, como as bactérias (Salmonela, Shigela, Escherichia coli, Estafilococos, Clostridium), os vírus (Rotavírus), ou os fungos. “Deve-se saber escolher o melhor local para comer quando se está fora de casa. Se possível, visitar a cozinha do estabelecimento, ainda mais se for um restaurante por quilo, e observar a conduta dos funcionários durante o preparo”, afirma a infectologista, frisando a preferência pelos alimentos cozidos, e evitados aqueles crus ou malpassados. “As porções feitas com excessiva antecipação e alimentos em conserva, como palmito, molhos caseiros, e de pote, como maionese, são também grandes vilões nas intoxicações alimentares”, afirma.
Os sintomas da intoxicação alimentar aguda variam entre náuseas, vômitos, diarreia, febre, dor abdominal, cólicas, mal-estar. Nos quadros mais graves, podem ocorrer desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial. Sendo causada por vírus ou bactérias, os sintomas podem ser mais fortes e durar mais tempo. “De maneira geral, as pessoas com intoxicação alimentar devem ter repouso e ingerir muito líquido. Se houver uma perda maior de líquidos com risco de desidratação, devem ser indicados medicamentos sintomáticos para controlar as náuseas e os vômitos, assim como administrar a reposição de líquidos e sais por via endovenosa”.

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