O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro) vai ser marcado por homenagens à ialorixá Gildásia dos Santos, mais conhecida como Mãe Gilda de Ogum, que morreu no ano 2000 após sofrer ataques de religiosos evangélicos. Às 10h da manhã, o Coletivo de Entidades Negras (CEN), entidade nacional do movimento negro, vai se juntar aos filhos de santo do Ilê Axé Abassá de Ogum, terreiro que era comandado pela sacerdotisa, para saudá-la em frente ao busto construído na Lagoa do Abaeté em sua homenagem.
No ato, um sinal de respeito à ancestralidade africana, flores brancas e azuis serão depositadas no busto, em alusão à paz religiosa e ao orixá Ogum, dono do ori (cabeça) da ialorixá. A saudação acontece exatamente 16 anos após a morte da ialorixá, decorrente de ataques intolerantes por parte de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd).
“As flores são para marcar essa data, que foi decretada como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa justamente em função da morte física da minha mãe”, explica a também ialorixá Jaciara Ribeiro, filha biológica de Mãe Gilda e atual comandante do Abassá de Ogum.
Luta contínua – O historiador Marcos Rezende, coordenador-geral do CEN, frisa que a data está incluída em um calendário de lutas da entidade, que promoveu, no ano passado, uma semana de atividades políticas semelhantes, como o seminário ‘Liberdade Religiosa e Sistema de Justiça’, o espetáculo ‘Tributo pela Vida e Liberdade Religiosa’, no Dique do Tororó, e a tradicional ‘Alvorada dos Ojás’, quando a cidade de Salvador amanhece com as suas árvores amarradas por ojás brancos (laços brancos feitos com tecido sagrado do candomblé).
O calendário anual em defesa da liberdade religiosa promovido pelo CEN entra em seu 12º ano. Essas ações são alguns dos elementos que credenciam a entidade como única instituição do movimento negro a compor a Rede de Proteção a Vítimas de Intolerância Religiosa (Reprovir), vinculada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência (SDH/PR). Esse ano, a entidade produziu um documento político alertando as autoridades públicas para o crescimento dos casos de intolerância religiosa em várias cidades do país.
O QUE: Homenagem a Mãe Gilda de Ogum
QUANDO: 21 de janeiro (quinta-feira), 10h
ONDE: Busto de Mãe Gilda, Lagoa do Abaeté (Itapuã)
Contato: Jaciara Ribeiro – (71) 98804-4528 | Marcos Rezende – 99225-9992 / 99742-9290
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