Em barracas da Feira de São Joaquim, na Cidade Baixa, em Salvador, o brechó organizado pela Associação Papo de Mulher, formada por pessoas portadoras de transtornos mentais, com apoio das Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA). O preço convidativo atrai os clientes que estão comparecendo ao local, nesta sexta-feira (4), gerando renda para os integrantes da entidade, além de incluí-los no mercado de trabalho.
Todos os itens vendidos na feira foram doados aos associados e captados na sede das Voluntárias Sociais, no Campo Grande, na capital, que também recebe e incentiva doações. Há 19 anos fazendo tratamento psiquiátrico, Helisleide afirmou que não é fácil conseguir emprego para os portadores de transtornos mentais, mesmo quando se possui qualificação, como é o caso dela, que é técnica de enfermagem.
Quando começou, a associação era formada apenas por mulheres. Para o primeiro homem a participar do grupo, José Raimundo dos Santos, o brechó é mais uma forma de se incluir na sociedade. “Sofremos muita discriminação e dificuldades no mercado de trabalho. Já fui internado em manicômio, fui mendigo, andarilho, e isso tudo mudou depois que passei a me unir com outras pessoas que têm as mesmas condições que eu. Hoje estou na luta por mais dignidade aos portadores de transtornos mentais”.
De acordo com a assistente social das VSBA, Ana Cláudia Bonifácio, os brechós são organizados quinzenalmente e têm um impacto muito positivo na vida e no tratamento dos usuários do serviço de saúde mental. “Nós acompanhamos essas pessoas há algum tempo e vemos claramente a mudança. Damos todo apoio e também muito carinho. É uma ajuda no orçamento, mas principalmente eleva a autoestima delas. É gratificante ver o quanto elas ficam felizes em trabalhar, em interagir socialmente sem o estigma e o preconceito que envolvem os transtornos mentais”.
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